Gritos ensurdecedores

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(P.O.V. Sirius)

...

- Que foi, Mary? – questionei com o pouco de fôlego que me restava. – O que tá acontecendo?

- A Pixie t... trouxe uma c... carta...

- A sua coruja trouxe uma carta e você simplesmente grita de madrugada? – ironizei, mas ao olha-la pude ver o assombro em seu rosto. – Mary... o que tá escrito?

- Não é pra ler, Six... – Ela entregou o berrador em minhas mãos.

- Puta que pariu...

- É melhor abrir isso de uma vez – Lene aconselhou.

- Não posso só tacar no fogo?

- Vai explodir, se fizer isso. – Mary cruzou os braços e eu bufei.

- Ok... É melhor taparem os ouvidos... – Remus foi o único a fazê-lo.

- EU TE DEIXO SOZINHO POR MENOS DE UMA SEMANA, SIRIUS ÓRION BLACK III, E VOCÊ CONSEGUE APRONTAR UMA DESSAS? VOCÊ É UM IMPRESTÁVEL, GAROTO! COMO OUSA LEVAR UM BANDO DE IMUNDOS PARA A CASA MACDONALD? CHEGAREI AÍ EM BREVE E É MELHOR QUE ESSAS GENTALHAS NÃO ESTEJAM MAIS AÍ! VOCÊ É SIMPLESMENTE UMA VERGONHA PARA NOSSA FAMÍLIA! – Assim que os gritos de Walburga se cessaram o berrador se despedaçou por completo à minha frente.

- Sirius...? – Mary veio para me abraçar, mas eu rapidamente me afastei de seu toque, abraçando-me eu mesmo.

Não importava o quanto eu achasse que era imune às coisas que ela dizia... No fundo do fundo, eu me importava... e isso doía.

Dei um sorriso amargo, encarando as cinzas bem à minha frente.

- Six...? – Olhei para Mary e suspirei.

- Preciso que você... – Não foi preciso que eu continuasse a dizer nada, pegando a mão de Lene após assentir para mim, saiu correndo com ela para o andar de cima.

- Ei – Remus se aproximou e eu o olhei -, quer conversar?

- Não temos tempo... – murmurei. – Precisamos acordar o Jay e o Piet. Vocês precisam ir embora... agora.

- Por quê?

- Você não ouviu o que ela... disse?

- Sim, eu ouvi. Ela gritou bem alto, não tinha como não ouvir.

- Então, Remmie, vocês precisam ir embora antes que aconteça algo q...

- E você?

- Eu me viro.

- Não! Se pensa que eu vou te deixar ficar aqui, tá muito enganado e...

- Eu sempre dei um jeito sozinho, Rem, não preciso...

- Mas você não tá mais sozinho! Tem a gente agora! Você mesmo sempre me diz isso.

- É diferente...

- Por quê? Por que é diferente quando se trata de mim e quando se trata de você? Se fosse eu, o James ou o Peter em uma situação dessa você não ficaria?

- Remus... é diferente. É completamente diferente.

- Não é.

- É, sim. – O abracei, escondendo meu rosto em seu ombro. – Não posso deixar que fiquem e não posso ir com vocês.

- Mas, Six...

- Por favor, me escuta. – Me afastei um pouco para pudéssemos nos olhar. – Eu não te contei nem mesmo um terço de tudo que eles já fizeram comigo... – Um lágrima solitária rolou por minha bochecha. – O que vai acontecer aqui... quando chegarem... não vai ser bom... Vai pra casa do James. – Ele abriu a boca para falar, mas eu a tapei. – Você tem mais uma noite para ficar fora de casa, aproveita e passa o tempo com o James e o Piet por mim.

- Mas você...

- Eu não vou ficar bem, mas eu vou ficar melhor... sabendo que vocês estão lá, bem e protegidos. Por favor. – Remmie assentiu a contragosto e me acompanhou em total silêncio até o quarto em que nós quatro estávamos durante aqueles dois dias.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora