Capítulo 37: Você Não É Nenhum Santo

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~ Bruno ON ~

Quando minha mãe chegou na manhã seguinte e me acompanhou até o escritório, senti que aquela conversa não seria nada fácil.

Tive certeza ainda mais quando vi o olhar sério que meu pai lançou para ela quando passamos pela porta.

Parecendo nervosa, ela parou na frente da mesa e cruzou os braços.

Seus cabelos estavam presos e ela usava um simples vestido branco. Diferente do seu ex marido que estava vestido como se estivesse prestes a entrar em uma reunião de negócios.

- Oi, Damon. - ela disse, quebrando o silêncio da sala.

Meu pai que estava sentada atrás de sua mesa, não desviou os olhos dela por um segundos. O que piorou o clima.

Quando ele não respondeu, arrastei uma cadeira para ela sentar, e logo depois sentei ao seu lado.

- O que exatamente você pretende com essa conversa? - meu pai finalmente perguntou em um tom calmo.

Mas eu sabia que ele estava tão nervoso quanto ela.

Me senti um mero coadjuvante na cena que acontecia bem na minha frente.

- Achei que gostaria de ouvir algumas explicações.

- Talvez, nos primeiros meses que você foi embora. Mas agora? Anos depois? Não acho que me interessa tanto. - falou, não escondendo o rancor.

- Sei que deveria ter aviso antes de ir...

- Sabe mesmo, Sophie? Eu criei ele sozinho enquanto você fingia que não existiamos.

- Pai. - chamei, porque ele alterou sua voz.

Apesar de não conhecer muito bem a mulher sentada ao meu lado, ela era minha mãe, e eu não deixaria ele falar como bem entender com ela.

- Está tudo bem, filho. - minha mãe disse me lançando um rápido sorriso. - Está enganado Damon, não teve um dia que eu não pensei em vocês.

- Quer que eu acredite? Talvez isso melhore sua consciência.

- Sabe pelo que eu estava passando.

- Pelo que nós estávamos passando. - ele fechou suas mãos que estavam apoiadas na mesa. - Foi escolha sua passar por aquilo sozinha, então não venha aqui achando que pedir desculpas vá apagar tudo que aconteceu.

- Não jogue na minha cara como se você tivesse sido santo. - ela falou, brava. - Pra começar você preferiu fingir que nada estava acontecendo.

- Eu? - ele levantou da cadeira. - Tentei a todo momento te ajudar.

- Não, você tentou a todo momento me manter na linha assim não deixaria escapar que não éramos a família perfeita.

- Nunca exigi perfeição de você, Sophie. - falou, sem paciência. - Quer saber? não vou ficar aqui ouvindo isso. Essa conversa foi um erro.

Com isso, meu pai saiu da sala batendo a porta.

Ele tinha perdido o controle, e poucas vezes vi aquilo na minha vida.

- Vou conversar com ele.

Ela segurou minha mão me impedindo.

- Deixa ele. - pediu. - É bom para seu pai pensar e se acalmar um pouco.

Ela levantou também e arrumou sua bolsa em seu ombro.

- Não precisa ir agora. - falei.

- Não quero mais causar incômodos. Sei quando não sou bem vinda, apesar dessa casa já ter sido minha um dia.

Para Sempre Te AmareiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora