Cipriano estava reunido com os outros capatazes do lado de fora da Fazenda. Estavam a cavalos, e armados, decididos a encontrarem os escravos fugitivos, afim de levá-los de volta, para ganharem ainda mais com o Barão.
- Vamos entrar a fundo nessa mata, revirar cada canto. De hoje não passa. Os miseráveis vão voltar para a fazenda, eu tenho certeza!
- Daqui a pouco o sol vai nascer, será mais fácil para enxergar. - Respondeu um capataz.
- Com certeza! O Barão vai nos agradecer muito, não se esqueçam disso. Eu sei que o Barão não vai se esquecer de quem for fiel à ele.
- Então vamos logo, e se possível devagar, não se esqueçam que há indígenas com eles, nós poderemos ser atacados.
- Então matem antes. Vamos pegá-los desprevenidos... Eles não terão chances. E lembrem-se, dêem prioridade aos homens, se tentarem fugir, peguem os homens primeiro. Para o Barão as mulheres são as menos importantes no momento. Porém não deixem de pegá-las também, mas a atenção primeiramente deve ser aos homens.
- Algum motivo em especial?
- Assunto do nosso patrão, ele deve saber o que faz.
- E aquela escrava, a Dandára, será que encontramos?
- Aquela desgraçada não perde por esperar... Vou encontrá-la nem que seja no inferno.
- Você deve estar bem chateado, nunca conseguiu nada com ela.Os capatazes começaram a rir.
- JÁ CHEGA! Temos uma missão só... Vamos atrás dos mortos de fome, trazê-los para a fazenda, e fazer a nossa vingança. VAMOS?!
Em seus cavalos, os capatazes da Fazenda saíram pela mata, em busca dos escravos fugitivos.
Cila estava acordada, e andava pela casa com uma mão em seu peito. Sentia uma sensação estranha, e desconfortável, como se fosse um pressentimento.
- Aconteceu algo, dona Cila?
- Edmundo? O que faz acordado?
- Dona Cila, percebi a senhora já de pé, andando de um lado pro outro.
- Meu filho, meu coração está aflito, algo vai acontecer.
- Fique tranquila, tá tudo certo.
- Não, não tá não. Minha cabeça dói, minha consciência pesa a cada dia.
- A consciência? O que quer dizer?
- É... A consciência de que... Ah, tudo isso pode estar acontecendo por minha causa...
- Sua causa?
- Sim, a Maria Vitória teve desavenças com o Barão para me defender, e depois aconteceu tudo isso.
- Não é culpa da senhora o Barão ter uma má fé. E outra, no fim tudo deu certo, não deu?
- Até o momento sim.
- Mas posso revelar algo para a senhora?
- O quê, meu filho?
- Quero dar uma escapada hoje.
- Como assim escapada?
- Vou até a tribo, vou ver o Tião, e os outros.
- Ah não, Edmundo, não vá... Sabe que pode ser perigoso.
- Tomarei todo cuidado possível, dona Cila. Além de tudo, tenho roupas novas, com certeza ninguém vai me reconhecer nelas.
- Meu coração se aperta cada vez mais. Eu lhe peço, não saia hoje.
- Eu preciso ir, dona Cila. Eu preciso ver o meu povo, a minha gente, é uma necessidade.
- Então eu vou com você!
- De jeito maneira, minha véa, a senhora vai aquecer esse coração, ficar quietinha aqui, entendeste?
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O Caminho Para A Liberdade [REESCREVENDO]
Ficción históricaESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, a mais bela das moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o mesmo...