Por todas as vezes em que fomos nós [jjk]

relicário de corações partidos

Somos anjos de asas quebradas e mãos atadas, o nó que prende o eterno ao infinito, acordes bonitos de uma música triste, o soneto aterrorizante que precede a tragédia, somos o ódio tanto quanto somos amor.

Vivendo em um paraíso infernal, um inverno que queima e um verão frio, e um pedaço de mim se quebra todas as vezes que você anuncia sua partida, por mais que eu saiba que você sempre vai embora, mas me agarro a esperança de que você sempre volta, eu me agarro a esperança em muitas coisas quando é sobre você.

A esperança de que um dia você venha para ficar, a esperança de que você não me deixe sozinha na pista de dança quando a nossa música favorita pare de tocar, a esperança de que na nossa estória somos os protagonistas, mas acontece que eu estou apenas no papel secundário da narrativa.

O prelúdio do fim é como um livro aberto na página exata sobre a mesa da sala, como os ventos gritando para que eu pare, para que eu pule fora antes de me machucar mais ainda, como meus pais dizendo que você não é o certo para mim, mas eu ainda não consigo te deixar ir.

Não consigo pensar que, se eu te mandasse partir, de nós sobrariam apenas os cacos dos corações quebrados, os nuances de um sorriso quase infantil que combina tão bem com você, os fantasmas de memórias que brincam de me fazer chorar, que seu toque não me queimará mais pela manhã e que nós não seremos amor por mais sete luas, e por mais que me doa eu ainda quero ser amor com você por todos os nossos eclipses.

Brincar de sermos perfeitos sempre foi nosso jogo favorito, encenar abraços quentinhos e sorrisos apaixonados pra quem nos olha de fora, eu sei que não vivemos um sonho cor de rosa, somos humanos, feitos de carne, ossos e sentimentos a flor da pele, somos feitos de erros e tentativas falhas, mas nós tentaremos juntos, nós erraremos juntos, porque eu não me importo em visitar o relicário de corações partidos todas as noites se você prometer sangrar comigo Jeon.