twelve

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PATRICK DEMPSEY,
point of view

A única coisa que as festas da família da Ellen tinham em comum com a da minha família era o número de pessoas convidadas, todo o resto era diferente. Enquanto as festas da família da Ellen eram feitas de gente simpáticas, prontas para lhe prender em um abraço de urso e uma conversa quase sem fim que lhe fazia rir desde os primeiros minutos, as da minha família eram cheias de pessoas esnobes, que só lhe paravam para fazer comentários sobre a sua aparência ou perguntar o quanto você estava ganhando no mês. Sem falar naquelas amigas das minha mãe e tias que depois que descobriram que eu era dono da minha própria empresa e ainda herdeiro da do meu pai, só enxergavam notas de cem quando olhavam para mim e tentavam me empurrar suas filhas. Eu quase, – e quando eu digo quase, quer dizer que minha paciência estava por um fio – joguei as mãos para o alto e saí daquela festa sem nem ao menos olhar para trás, porém toda vez que eu ao menos pensava nisso, as palavras de Ellen vinham na minha cabeça dizendo que eu pelo menos tentasse. Então foi isso que eu fiz: eu tentei o máximo que eu pude, tentando focar no lado bom dessa festa, e posso dizer que não eram muitos.

Aos poucos eu fui conversando com alguns parentes, uns que eu não via há muito tempo, para então começar ao menos a me divertir. Ellen que não me escutasse agora, mas ela tinha completa razão quando disse que fazer sacrifícios pelas pessoas que a gente ama pode trazer uma espécie de gratificação no final. Vai ver comparecer em festas de famílias possa voltar ao meu calendário de eventos daqui para a frente, talvez Ellen pudesse até me acompanhar em alguma delas. Eu já podia até imaginar Ellen rolando os olhos a torto e a direita pedindo, por favor, que eu acabasse com essa tortura.

— Quem olha pro céu e sorri desse jeito é porque está apaixonado. – A voz de minha mãe fez com que eu virasse para trás. A festa estava bombando na cobertura de meus pais, mas qualquer um tinha seu limite de pessoas esnobes por metro quadrado, então eu decidi ir para a varanda respirar um pouco.

— Eu só estava precisando de um pouco de ar. – respondi, olhando pra frente outra vez.

— Vou fingir que acredito em você. – Ela andou até mim e se apoiou nos ferros da varanda ao meu lado — Seu pai ficou surpreso porque você veio.

— Deu pra ver na cara dele quando eu cheguei, parecia que você tinha visto um fantasma.

— Não um fantasma, mas uma fotocópia dele mesmo nos seus anos mais jovens. – ela passou a mão por minhas costas – Vocês são muito parecidos em vários aspectos, fisicamente principalmente, mas eu nunca conheci duas pessoas tão diferentes. Seu pai, por exemplo, é frio e calculista, só eu sei o quanto eu lutei pra conseguir tirar uma emoção daquele coração de gelo. – Ela riu sem humor – Já você, é transparente, dá pra saber o que você está sentindo em seus olhos. – Olhei para ela – Eu quero que você saiba que eu não espero que você e seu pai sejam os melhores amigos do mundo, mas eu fico muito feliz por você tentar, pelo menos pela sua família.

— Você deveria agradecer a Ellen, se não fosse por ela mostrando pra mim que na vida a gente faz sacrifícios pelas pessoas que a gente ama, eu provavelmente não estaria aqui.

— Ela é uma garota muito especial né, filho?!

— Ela é simplesmente incrível, sabe? – soltei todo o ar pela minha boca, me virando pra ela – Ela me surpreende a cada dia me deixando conhecer um pouco mais sobre ela. Ellen é uma pessoa reservada, horrível quando se trata de pessoas, ela não deixa quase ninguém entrar em sua vida por conta do que sua mãe fez. Ela mesma diz que não nasceu pra conviver com gente, por isso passava uma boa parte do seu tempo com a cabeça enterrada em livros. Só que às vezes, eu acho que ela não sabe o quanto ela é boa quando se trata de pessoas, ela simplesmente conquista todo mundo por onde passa e não faz um nenhum esforço pra isso. Ela é mandona, marrenta, às vezes até mimada, mas ela também adora ajudar ao próximo, é engraçada, e fala na cara. Eu já perdi as contas de quantas vezes ela já me colocou no meu lugar, na verdade, não só eu, mas qualquer pessoa que se comporta como um imbecil perto dela.

CHRISTMAS WITH MY BOSS | dempeo - concluídaWhere stories live. Discover now