San-Juu Yon

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Esta manhã eu acordei a achar que ia ser daqueles dias tediosos, onde iria apenas andar de um lado para o outro na rua e ser parado na rua por paparazzi para responder a perguntas que só dizem respeito à minha pessoa.

Hoje é sexta-feira e o meu turno de hoje seria à tarde, a hora que os crimes são bastante reduzidos e normalmente fico sempre sem ação, andando de um lado para o outro sendo abordado por fãs e pessoas irritantes que querem saber como vai a minha vida. O pior de tudo das sextas-feiras é que eu acordo sempre sem a presença do meu marido ao meu lado pois o turno dele é de manhã e sai sempre do apartamento mais cedo. Estamos casados à dois anos e ambos ficamos sempre de mau humor quando não acordamos juntos, acabamos por ficar mal acostumados.

Fui trabalhar com o mesmo humor de sempre e hoje compartilharia o meu turno com Hanta Sero, uma das pessoas mais irritantes que eu já conheci na minha vida e que ainda não explodi a sua cara porque ele consegue ser um bom amigo às vezes.

O início da tarde estava bastante calmo, não havia muitas pessoas na rua e as que estavam eram idosos na praça a conversar uns com os outros sobre a vida de reformados. A calma foi toda embora quando ouvimos um grito desesperado de uma mulher e quando eu e o Sero fomos na direção do barulho, vimos um homem a colocar uma mulher forçadamente dentro de um carro e arrancar a grande velocidade, o mesmo estava acompanhado de outra mulher.

Nós começamos a ir atrás e enquanto eu fazia-nos deslocar mais rapidamente com as minhas explosões, o Hanta chamava reforços com o braço que não estava ocupado a segurar o meu corpo. Tentei lançar algumas explosões na direção do carro, mas como estávamos numa estrada movimentada tinha o grande risco de acertar os outros carros ou até mesmo magoar a mulher que foi sequestrada. O meu objetivo era salvá-la e não matar a ela e às pessoas ao redor.

Como não podia fazer nenhum ataque, apenas concentrei-me em não perdê-los de vista e foi um alívio quando ouvi as sirenes da polícia que se aproximava do carro que o Sero descreveu quando estava em contacto com eles. Os agentes conseguiram nos achar pela localização dos nossos aparelhos telefónicos, outro motivo para termos continuado a perseguição.

Quando entramos dentro de uma ponte é que decidimos tomar uma atitude, pois a ponte tinha sido fechada para as pessoas precisamente porque o carro ia para lá e assim podíamos agir sem riscos de magoar terceiros.

O Sero soltou-se de mim e usou as suas fitas para fazer uma barreira onde o carro não podia passar e eu fiquei para trás junto com a polícia para eles não poderem fugir para trás, tudo estava controlado e já era certeiro que iríamos conseguir apanhar os bandidos. Só que ninguém esperava que ele fosse atirar o carro da ponte abaixo, ele com a força do impacto conseguiu destruir o muro de proteção e cair no rio que se encontrava debaixo da ponte.

Eu e o Sero agimos rapidamente e saltamos da ponte para cairmos na água, onde o carro se afundava e nadamos rapidamente na direção do mesmo. Lá dentro todos estavam desmaiados, incluindo uma criança que não tinha visto que estava dentro do carro, a mesma estava com as mãos e pés amarrados.

Por um momento fiquei em desespero pois não tinha como eu e o Sero levarmos os quatro para cima, mas logo ao nosso lado surgiu a nossa antiga colega de turma Tsuyu, que pegou na criança e na mulher raptada e levou-as para a superfície. Eu e o cabelo escorrido fizemos o mesmo com as duas pessoas restantes que eram os responsáveis pelo crime. Agradeço todos os treinos aquáticos que eu tive pois sem eles já teria morrido sem ar à muito tempo.

Quando imergimos, tinham cordas estendidas para podermos sair da água e voltar à ponte onde já tinha uma equipa médica pronta para atender as pessoas incluídas no acidente e toalhas para mim e o Sero.

- Os dois sequestradores estão com marcas de facada na garganta e peito, eles mataram-se quando o carro despistou - diz um dos detetives que estava ali presente - são os dois traficantes de órgãos que estamos a tentar rastrear à duas semanas. A mulher possivelmente ia ser outra vítima e a criança pelos testes é filha deles os dois, ela só está desacordada e vamos levá-la ao hospital mais próximo.

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