Capítulo 9

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Quando voltaram para casa de repouso na segunda-feira Hermione informou a Draco que o reitor já estava satisfeito com o trabalho comunitário que fizeram até então. A garota, porém, insistiu que ficassem, não apenas um dia a mais, como havia sugerido antes, mas uma semana inteira. Draco quis protestar, mas Hermione usou a sua nova desculpa favorita, que se resumia a "Faça o que eu digo, ou o acordo está desfeito".

Draco teve que usar todo seu autocontrole para não despejar todo tipo de xingamentos em cima dela. Hermione também argumentou que com a chegada das férias de verão, eles teriam muito tempo livre para ajudar Margie e ensiná-lo a dirigir, e eles foram juntos alugar um carro.

Naquele mesmo dia fizeram sua inscrição nas aulas de direção.

— Pensei que você fosse me ensinar – ele acusou.

— Eu vou, mas não posso te dar uma licença. A carteira de motorista só se consegue na autoescola.

O sr. Oliver ficara visivelmente triste quando eles informaram que não viriam mais depois daquela semana, ou pelo menos não todos os dias. Draco prometeu que viria visitá-lo quando pudesse, e falou sério. A animação de Oliver só melhorou quando Hermione contou que localizara sua filha, e que ela e Draco tentariam falar com ela. Disse que ficaria feliz em levar a carta que ele tinha escrito para ela.

Eles passaram o resto da tarde jogando cartas. Hermione mal se afastara da mesa ao fim da partida, quando Oliver começou a falar.

— Você tinha me dito que vocês não eram amigos, rapaz.

— E não somos... – Draco respondeu, mas Oliver teria que ser surdo para não ouvir a dúvida em sua voz.

— Por que está relutante em ser amigo dela? Ela me parece uma moça bastante gentil e interessante. E inteligente. E bonita.

— Ok, ok. Já entendi. Posso te passar o número do telefone dela se está tão interessado.

— Está fugindo da minha pergunta. Por que é tão apreensivo em relação a ela? É uma ex-namorada, por acaso?

— O quê?! Não! – Draco respondeu ultrajado.

— Então o que é? – Oliver perguntou, mas o bruxo bufou e permaneceu calado – Nós concordamos e ser sinceros um com o outro. Eu te contei minha história.

— É complicado – Draco respondeu simplesmente.

— Mais complicado que ser preso como mandante de assassinato?

Draco encarou aqueles bondosos olhos azuis e por um momento quis lhe contar tudo. Mas não podia, o mundo bruxo tinha que ser mantido em segredo. Mas talvez ele pudesse contar somente um pedaço. Queria de verdade ouvir o conselho de Oliver.

Se sua relação com o pai fosse saudável, Draco imaginava que seria parecido com o relacionamento que tinha com Oliver.

— Nós estudávamos na mesma escola e, bem... para encurtar a narrativa, a gente não se dava muito bem.

— Imagino que não era muito legal com ela – Oliver concluiu.

— Hey! O que te faz pensar que a culpa era minha?

Oliver riu como se a resposta fosse óbvia.

— Eu me enganei? – ele perguntou e Draco deu de ombros derrotados.

— Ela não é nenhuma santa. Me deu um soco uma vez. Bem no nariz.

Primeiro o idoso arregalou os olhos depois desatou a rir.

— Garota esperta.

Uma resposta já se preparava na boca de Draco quando Hermione reapareceu pedindo ajuda para colocar a mesa.

Wonderland (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora