Intimidação!

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Lucian observa a saída de Kiary, finge se acomodar no ombro de Leah e deixa seu corpo tombar no colo da garota, ronronando. Ele cruza os braços em frente ao peito e se aconchega no colo da loba, que sente as pernas formigarem com o contato de seu corpo, por que tinha que estar de shorts justo naquele dia?

― Você é tão quentinha! – murmura ele.

― Que grande mentira. – Ri. – Temos a mesma temperatura, não posso estar mais quente que você.

― É fácil sentir o calor do seu corpo quando minha temperatura começa a cair.

Leah cobre o rapaz com o casaco, esfregando seus braços para aquecê-lo, afinal, depois de dispensar os cuidados de Kiary, aquela não seria uma boa hora para ser descuidada e deixá-lo ficar doente.

― Sabia que tinha feito a coisa certa ao ter escolhido você...

Lucian adormece novamente e seus músculos logo relaxam no colo da loba. Ela não podia negar que sentia-se importante em ter sido escolhida no lugar de Kiary, era impressionante a habilidade que ele tinha de fazê-la se sentir superior a qualquer outra mulher, a mais importante, a mais bonita, a mais especial... A loba encosta-se à árvore e, juntamente a Lucian, adormece.

O Sol já estava a pino quando a garota abre os olhos e se recorda de onde estava. Ela olha ao redor, tudo estava calmo e silencioso. Um estranho pulsar podia ser sentido através de suas mãos e, ao averiguar o que era, Leah sente seu coração acelerar e as bochechas esquentarem.

Lucian ainda estava deitado em seu colo, com o rosto virado em direção ao seu ventre, de olhos fechados e respirando tranquilamente. O casaco fora jogado para o lado e o rapaz segurava uma de suas mãos sobre seu peito despido, posicionando-a estrategicamente em seu coração. Então aquele era o pulsar que estava sentindo? Era tranquilo e, ao mesmo tempo, forte. Ela podia sentir a vibração de suas batidas perfeitamente, mas o fato de estar naquela situação, com um homem vestido apenas com os restos mortais de uma calça, ainda lhe deixava embaraçada.

― Assim você estraga tudo! – reclama Lucian ainda de olhos fechados.

― Você está acordado? – surpreende-se. – O que pensa que está fazendo? – Tenta retirar a mão, porém, Lucian a prende com força.

― Apenas relaxe, respire fundo – pede ele, fazendo a loba respirar profundamente. – Isso mesmo, está quase lá, fique calma e relaxada... Perfeito, agora estão em sincronia de novo!

Do que ele estava falando afinal? Leah não estava entendendo nada.

― O que você está querendo provar? – sussurra.

― Fique de olhos fechados, escute e sinta... Nossos corações batem numa sincronia perfeita: Tum Tum, Tum Tum, Tum Tum – repete ele, acompanhando as batidas do coração. – Está sentindo? – Abre os olhos para encará-la. – Estão juntos, no mesmo ritmo, como se caminhassem lado a lado.

― Sim.

A loba abre os olhos e encara a íris amendoada de Lucian, sentido algo a atrair para ele, como um ímã. Seus olhos intensos também o hipnotizavam, e o atraiam para mais perto.

Lucian levanta o tronco, se sentado e apoiando um de seus braços do outro lado do corpo de Leah, para que assim pudesse estar a sua altura. O cherokee podia sentir o coração da loba martelando com força e velocidade por causa daquela aproximação, ele não queria parar e sentia que ela também não.

O lobo encosta sua testa na de Leah, ainda a fitando com intensidade. Ela mantinha sua mão no coração do rapaz, mesmo que ele já a tivesse libertado, seu tato podia sentir as alterações no batimento do cherokee e seu rosto podia sentir o hálito quente que emanava dele.

LeahOnde as histórias ganham vida. Descobre agora