Jackson - Maratona 3

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Estou acordado faz um bom tempo, Allice ainda dorme serenamente ao meu lado, segurando minha mão como se nossas vidas dependessem disso.

Talvez dependam na verdade. Não sei mais o que está acontecendo comigo, com ela e nem com ninguém. Preciso de respostas mas tudo o que tenho são perguntas, minhas próprias perguntas.

Eu tenho me esforçado ao máximo para ser paciente e ajudar minha noiva com tudo o que ela está passando. Sou o homem mais grato do mundo por tê-la novamente e posso soar como o ser mais egoísta por estar feliz com ela aqui, não importa as consequências.

Não estou dizendo estar contente com o que ela passou e está lutando agora, mas estou totalmente feliz por pelo menos poder sentir o calor de sua pele novamente. Os meses sem sua presença foram como a morte para mim.

Não posso correr o risco de passar por aquilo novamente, consegui aguentar duas vezes mas, uma terceira? Já não tenho certeza. Sabe se lá quanto tempo poderia se passar até ela voltar novamente. Allice não se mostra preocupada com sua segurança, na verdade ela parece não estar se importando com a própria vida nesse momento.

Sempre que abordamos o assunto é com os outros que ela está preocupada, é a vida alheia que ela quer salvar. E para que eu serviria se não para zelar pela vida dela? Ela quer proteger a todos mas não se lembra de que também está em perigo.

Juliana, a psicóloga que eu mesmo avaliei e contratei, nos disse para ter calma que a situação vai melhorar. Mas até mesmo os pais de Allice parecem estar achando que não há mais chances para ela voltar a ser o que um dia foi.

Informaram que já ouve casos como esse na família, o gatilho foi uma situação estressante e traumática, e a solução dos acometidos pela mesma situação foi... suicídio. Allice não tem passado muito tempo com eles, parece que se desentenderam quando a mãe disse algo sobre ser apenas frescura. Claro que eu não pude me intrometer em assuntos familiares dessa forma, mas tratei de ocupar a mãe dela com algumas funções extras... nada pesado nem que tire vantagens em cima dela.

Apenas coisas como ajudar algumas empregadas nas decorações já que é a profissão dela também. Mas que parece tomar boa parte de seu tempo, dando a Allice mais espaço.

Não sei se alguma das duas percebeu minhas intenções mas até agora está tudo fluindo com calma e ordem. O pai dela é bem diferente da esposa, parece estar preocupado com a sanidade da filha, e as oportunidades que tive de passar um tempo com ele me fizeram sentir um pouco de inveja de suas herdeiras por terem tido alguém como ele no posto paternal.

Ele parece ser um homem bem atencioso, e até se ofereceu para me ensinar a pescar um dia. Eu aceitei claro, fiquei animado com a oferta de um dia parecido com o que pai e filho costumam ter.

Meu... hum... Joseph está se recuperando aparentemente, os médicos disseram que está mais devagar do que o normal. Mas que ainda há grandes chances de uma melhora.

Helena parece estar realmente apaixonada por ele, uma pena já que terá que ser punido de alguma forma por seus crimes. Meu pai não sabe como aliviar a situação para ele, eu já avisei que não vou ajudar e nem se quer cooperar com isso. Por mim poderiam jogá-lo nas masmorras e trancafia-lo por uma década. Todo o dano que nos causou não tem perdão, não com tanta facilidade. Posso parecer um homem ruim por pensar assim de alguém que teoricamente é parte da minha família, mas estou pouco me impontando para o que parece agora.

A minha Seleção já terminou faz um tempo, e a naturalmente a mídia já especula sobre meu futuro matrimonio com Allice. "Ninguém faz tudo o que ele fez se não por paixão", foi o titulo de uma das matérias publicadas. Errados não estão, mas com a Allice assim não podemos oficializar nada. Mas esperei por essa garota todo esse tempo, não tenho o menor problema em esperar mais.

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