1. Ninguém escapa dos meus louboutins ninjas-voadores.

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Ninguém escapa dos meus
louboutins ninjas-voadores.





É, eu sou uma gângster. Uma criminosa que dissemina o caos e o medo pelas ruas da zona sul de Los Angeles. Ou pelo menos era o que fazia antes de morrer. Mas acho que é meio meu destino ser a percursora do caos, afinal descobri que meu pai desconhecido é o próprio Chernobyl chifrudo flamejante, o gigante cruel Surt. Até aí tudo bem. Quero dizer não são todos os dias que você descobre que seu pai é gigante de fogo e quer começar o apocalipse nórdico. Mas tudo bem, você se acostuma com as bizarrices que vem a seguir depois disso.

Porém descobrir que você é a herança de Ymir (Sabe? O primeiro e assustador gigante de gelo que se ergueu de Ginungagap e foi morto por Odin e seus irmãos e seu cadáver se tornou Midgard) aí a história começa a mudar... Porque me colocaram em uma posição difícil, na qual ou alio ao meu pai e sua trupe maligna super cafona — sério, eles parecem que saíram da Disney com seus vilões bizarros — para ajudar no fim dos mundos ou fico ao lado dos parasitas irritantes que chamo de amigos e ajudo a impedir que o caos se propague.

Estou literalmente entre a cruz e a espada.

Odin teve visões assustadoras sobre mim, na qual estou realmente destinada a ajudar aos gigantes a destruir os deuses e todos os mundos nórdicos, por isso não sou muito popular no Hotel Valhala, mas tudo bem. Já estou acostumada a ser odiada, esse é o preço que pago por ser a mais bela de todas, o resto são apenas recalcadas invejosas. Como a grande filosofa contemporânea brasileira, Popozuda Valesca citou uma vez, faço de suas palavras as minhas: eu sei que sou a diva que você quer copiar.

Enfim, voltando... A verdade é que odeio quando tenham expectativas sobre mim, porque faço certa questão de não correspondê-las, então acho que Odin pode realmente se decepcionar, porque EU faço meu próprio destino. Eu controlo minha vida. E não as visões de um velho caolho gagá sobre o futuro.

Meu nome é Doraalice Castro, tenho dezessete anos e essa é a história de como o Ragnarok e eu estamos conectados.

P.S: Sugiro que peguem pipoca, porque a história realmente é boa.

















Hoje era três de Janeiro. O que significava que era aniversário da segunda pessoa mais importante para mim: meu irmão mais novo, Carlos Eduardo Castro, ou para os mais íntimos Cadú.

Nunca entendi a obsessão do meu irmão com Boston. Quero dizer o que poderia ter de tão interessante naquela cidade, principalmente quando estamos no clímax do inverno? No Brasil, nosso país natal, essa época é a parte mais quente do ano e geralmente aonde todos vão para as praias. O clima de Los Angeles era parecido com o nosso país natal, sempre quente o ano inteiro e o principal de tudo: nunca, nunquinha nevava. O que era o paraíso para mim. Odeio frio, mesmo que por alguma razão misteriosa do universo eu nunca realmente sentia frio. Mas... O frio e o gelo me incomodam.

Sempre foi assim. Desde pequena.

Boston era entediante para mim, a não ser é claro pelas famosas festas loucas que as fraternidades das universidades locais dão. Harvard poderia ser a sede oficial dos nerds, mas também era a principal faculdade com as fraternidades que davam as melhores festas. Isso sim era um bom motivo para vir para essa cidade horrorosa.

Mas como era o aniversário de quatorze anos do meu pirralho favorito, tive que ceder.

A vantagem de ser inverno é que as passagens de trem sempre são mais baratas nessa época, o que não importa muito se você for pagar com o dinheiro que roubou da última loja de conveniência em um assalto a mão armada.

Things We Lost In The Fire ── 𝐌𝐀𝐆𝐍𝐔𝐒 𝐂𝐇𝐀𝐒𝐄Onde as histórias ganham vida. Descobre agora