A filha do mar

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"No lago dos prazeres

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"No lago dos prazeres

se encontra a sereia

por entre as águas

rodeadas de areia

o fio que a prende

vai o raio arrebentar

e ao emergir das águas

novo laço afirmar."


Era uma noite clara, a Lua cheia iluminava toda a clareira. Não era necessário fogo ou tochas para prover a luz, as filhas de Ártemis não precisavam daquilo. Tzuyu estava ajoelhada no centro de suas irmãs, todas a olhavam com desprezo. Ela até teria captado o olhar de pena de uma ou outra, mas não ousou erguer a cabeça.

De cima da montanha, uma luz poderosa nasceu e as envolveu em seu calor. Ártemis, em sua figura majestosa, descia para julgar Tzuyu. Sua luz brilhou, brilhou e esmaeceu, tornando-se suportável a olhos mortais, e então em passadas calmas ela se aproximou de sua filha ajoelhada.

Deixou que uma lágrima caísse por sua bochecha ao ver Tzuyu ali, amarrada e indefesa. Sua filha, que outrora fora a melhora Caçadora das suas, que era sangue de seu sangue. E agora teria que matá-la. Partia-lhe o coração, nunca tinha sofrido tanto antes.

-Chou Tzuyu. - Pronunciou em sua voz firme - Você quebrou seu juramento à Lua. Você quebrou seu juramento a mim.

Tomando o arco de sua filha pousado ao seu lado, a Deusa o quebrou ao meio. Tzuyu tremeu, sentindo uma vertigem terrível. Era sua mãe ali, sua deusa maior e patrona. Não estava abençoando-a, não estava corrigindo-a. Estava a matando.

-Você deve pagar pelo que fez. - Ártemis continuou e ergueu o rosto de Tzuyu pelo queixo para que ela a olhasse - Não possui mais pureza, não pode usar o branco.

Em um golpe, a deusa segurou a barra de seu colete e rasgou-o em seu corpo, deixando Tzuyu nua da cintura para cima. Caindo no chão e arrastando-se, seu choro finalmente saiu alto.

-Não possui mais seu arco. - Ártemis se aproximou dela ao que duas de suas irmãs a seguraram para que não fugisse.

-Mamãe, não... - Tzuyu implorou, mas de nada adiantou.

-Não possui mais seu arco - Retomou depois que segurou a longa trança da filha entre as mãos - Não pode mais usar nossa trança. - Com um corte de seu punhal, a trança caiu no chão.

-Não! - Berrou Tzuyu e suas irmãs seguraram sua cabeça contra o chão quando ela começou a se debater.

-Não possui minha benção, não pode carregar por aí minha marca.

O Sangue do OlimpoWhere stories live. Discover now