Joseph Miland

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Acabou.

Agora realmente terminou. Meu plano foi arruinado, e sou grato por isso. Tenho uma nova missão: achar minha redenção.

Minha ideia inicial era matar meus pais, eliminar Jackson e fazer de Allice minha esposa. Não por amor, algo mais como vingança. Jackson a ama, e ela também o ama. Eu queria que ele sentisse a dor de perder alguém, saber que aquela pessoa não é mais dele. Que nunca mais será.

Tudo ia muito bem, Allice já estava perto de ser minha, assim como Stormiland. Mas então algo mudou, ou melhor alguém mudou. Mais especificamente, eu. Eu percebi que não havia sentido no meu plano, era brilhante claro, fui eu quem o fiz. Mas o que aconteceria depois?

Allice seria infeliz pelo resto de sua vida, meus pais estariam mortos e a relação que deveríamos ter tido não existiria de qualquer forma. E quanto a Jackson, bem, estaria morto também e assim ele não poderia ver meu triunfo diário. E eu também continuaria sendo infeliz, continuaria sem saber, na prática, o que é ser amado.

Mas foi então que Helena Schaefer apareceu. Com seu jeito doce, calmo, facilmente irritável, porém meiga e gentil. No início eu desconfiei que Helena estivesse trabalhando secretamente para meu irmão, afim de me investigar, de observar de perto. Mas que tipo de espião ela seria se nem ao menos perguntou sobre os Lobos para mim? Depois de investigar se minhas suspeitas eram verdadeiras e descobrir que não, eu permiti que ela se aproximasse de mim.

E Helena me fez perceber que há coisas mais importantes do que a vingança, mesmo sem saber de toda a verdade ela me ajudou a superar e encarar a realidade. Ao ter a ideia de que o que eu estava sentindo por aquela mulher podia ser amor... eu quis afasta-la imediatamente. Tive medo, tentei reprimir os sentimentos, mas a dor causada pela nossa distância foi maior.

Eu nunca lidei com algo assim antes, nem mesmo com a Allice. Helena é algo intenso, dilacerante, terrivelmente bom. De acordo com os livros que li a respeito desse sentimento, ele surge de maneiras inesperadas, e descobri que isso é verdade. Ao meu antigo ver, amor era o mesmo que tolerância, como o que meus antigos responsáveis nutriam um pelo outro. Com o passar dos anos eles começaram a se tolerar, mas eu não consegui acreditar que Helena e eu erámos apenas tolerantes um com o outro. Era algo mais, tinha que ser!

Foi então que comecei a analisar a relação de Allice e Jackson, aquilo me pareceu amor. Um lutando um pelo outro, mesmo longe ansiando pela presença do outro. Era isso o que eu sentia por Helena, é isso o que sinto a todo momento.

A necessidade de ouvir sua voz, de sentir seu aroma de nuvens. Eu nem sabia que isso era um cheiro! Até que ela me mostrar o rótulo do frasco de seu perfume, o que continua sendo loucura pois alguém já cheirou uma nuvem? Mas voltando ao foco, eu desenvolvi a necessidade de tê-la ao meu lado. E a parte mais assustadora para mim é: eu desenvolvi a necessidade de por sua vida acima da minha. Agora finalmente entendo as pessoas que se sacrificam pela outra em nome do amor. Eu faria isso por ela.

Nunca pensei que seria capaz de amar alguém, muito menos do jeito que a amo. Se ela me pedisse eu largaria tudo e seguraria sua mão para sempre, eu fui capaz de me colocar a sua frente para impedir que aquele desgraçado a atingisse com uma bala. O pior de tudo é que aquele desgraçado era um dos meus, era um Lobo.

Ah, o que eu não daria para por minhas mãos em seu pescoço e mata-lo pelo fato de ser uma ameaça a minha amada. Quando digo que a protegerei, eu realmente farei isso. Mesmo que no caminho uma trilha de corpos se forme.

Eu a amo, do meu jeito, mas amo. Eu não entendo do assunto, e nem estava nos planos entender. Mas Helena também não pareceu se importar em mudar planos que levei anos para elaborar. Eu quero me casar com ela, ter meus filhos com ela. Poder chama-la de minha, protege-la e ama-la.

Princesa?Eu?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora