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Glenda Madison

Estacionei o carro na vaga do pequeno estacionamento do lado da minha loja. Baixei o quebra-sol e olhei minha imagem no pequeno espelho. Não era uma das melhores, a noite mal dormida associada aos enjoos matinais por conta da gravidez, resultou em olheiras profundas e uma aparência desfalecida. Evitei usar qualquer tipo de maquiagem para disfarçar porque até o cheiro do produto me deixava com mal-estar.

Suspirei profundamente desanimada, os eventos da noite anterior ainda estavam muito vivos em minha memória e aquele homem... o pai do meu filho. Inclinei a cabeça sobre os braços que estavam no volante me sentido derrotada. Não era possível que de um dia para o outro a minha vida havia virado de cabeça para baixo. Ainda estou tentando ingerir tudo isso, mas está difícil. Eu só queria um filho, não um mafioso charmoso batendo em minha porta dizendo ser pai do meu bebê e ainda impondo casamento.

Senti um frio na barriga. Casamento? Nunca, não posso aceitar assim. Mas o que fazer? Passei a maior parte da noite pensando em uma saída para essa situação e nada parecia viável. Ainda não descartei a possibilidade de ir a polícia, afinal de contas ele é um criminoso e está me ameaçando, na verdade coagindo a fazer algo que não quero, com base só em sua palavra. Ele pode está equivocado, o bebê pode nem ser dele. Era o que esperava, preciso me agarrar a esse fio de esperança.

Preparei-me para sair do carro, mas antes passei os dedos entre os cabelos e dei alguns tapinhas nas bochechas para que ficassem levemente coradas. Vamos Glenda, não se deixa abater, essa situação vai se resolver e será favorável para você, não esqueça disso. Peguei a bolsa e deslizei para fora do carro com confiança. Travei as portas e andei para a loja. Meu estômago já se revoltava de novo. Oh bebê! Dá só um tempinho pra mamãe agora, não me maltrate assim. Fiz uma pequena careta enquanto abria a loja. Acendi as luzes e fui direto para o pequeno escritório. Joguei a bolsa sobre a cadeira, tirei o casaco e fiz alguns movimentos de respiração para tentar controlar aquela ânsia. Melhorei um pouco e vi as horas. Em meia hora a loja abrirá, tenho que começar a trabalhar.

Na cozinha, ligo o forno para preparação dos cupcakes. Nesse momento as meninas chegaram e assim iniciamos nosso dia.

A agitação das primeiras horas passaram rápido, a loja estava aberta e movimento a todo vapor. Sentei no balcão em uma banqueta alta enquanto as meninas atendiam os clientes e comecei fazer anotações, cálculos e outros assuntos burocráticos. Estava compenetrada e nem percebi de imediato que alguma coisa estava acontecendo até que um das meninas falou próximo a mim.

— Teremos algum tipo de fiscalização?
— O quê? — Perguntei sem entender.
— Olha o figurão que acabou de entrar.

Olhei para a entrada da loja e levei um choque. Era ele, em um terno bem talhado, parado na entrada com mais dois homens na retarguarda. Por internáveis segundos fiquei sentada na banqueta sem ter nenhuma reação, somente o encarando com os olhos arregalados. Ele olhou ao redor do local com uma autoconfiança de um homem poderoso que o caracterizava. Engoli em seco, serrei os punhos, enfiei as unhas nas palmas das mãos e me forcei a levantar. Quando os olhos brilhantes dele pousaram em mim, gelei dos pés a cabeça. O impacto foi tão devastador que fez minha pernas amolecem.

Ele se moveu e seguiu para uma das mesas, sentou-se como se fosse o dono do local. Os poucos clientes foram convidados a se retirarem. Eu o olhava hipnotizada contra a minha vontade. Até me faltou ar, meu coração martelava contra as costelas, eu estava impactada por uma atração masculina, naquele rosto marcante e arrogante de olhos pretos impossíveis de esquecer. Mudei o peso do corpo para o outro pé me odiando por pensar como ele era bonito.

— Glenda, você o conhece?

Sai do meu transe com Rose tocando meu ombro. Percebi naquele momento que um dos seguranças virou o sinal de aberto para fechado. Que ousadia, minha loja não fechará somente para recebê-lo. Deixei o meu estado surpreso, respirei fundo para obter coragem e disse para Rose.

Grávida do Mafioso Onde as histórias ganham vida. Descobre agora