16+1: Quando a música toca a alma adormecida.

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#MorceguinhoCerejinha

Dígitos tocavam a pele da minha bochecha, eu os sentia como um veludo, tão macio ao ponto de me fazer suspirar fraco, oscilando entre despertar ou cair no sono profundo. Eu me sentia quente e confortavelmente embalado por lençóis, aproveitando de algo que só descobri, por definitivo, do que se tratava quando rompi o contato com o sono e abri os olhos.

Tive um vislumbre do rosto bonito do selvagem tatuado, Dândi.

Zonzo pelo recente despertar, apertei os lumes, remexendo-me na cama, ansiando por ser puxado dela ou apagado de uma vez; uma tormenta entre acordar ou não.

Entre outras opções, me fora dada a melhor; enxergar, novamente, o rostinho danado de Jeon assim que abri meus olhos, decidido a por um fim em tanta moleza e entrega ao sono. Meus lábios se curvaram em um sorriso quando vi JK mover o indicador por minha sobrancelha, contornando-a, descendo suavemente até que tocasse minha bochecha, circulando-a com a ponta do dedo, afundando como se houvesse, ali, uma covinha.

O quarto estava isento de luz, mas não me poupou de analisar cada pequeno detalhe alheio, mirei meus olhos na boca de Jungkook, subindo por seu nariz até que marcassem seus olhos. Ele me encarava.

Deus, eu estou fodidamente apaixonado por Dândi.

— Você parece um príncipe, Dân. — Sussurro, meus olhos gostam do que estão vendo.

Vraiment, mon amour? — Sorrio com seu francês. Ah, esse cara e seus derivados idiomas. — Já escutei isso antes, hm, por tantas e tantas vezes.

Fecho meus olhos para balançar minha cabeça em um aceno positivo, tomo coragem e me espreguiço, jogo meus braços para cima de minha cabeça e estico minhas pernas, soltando um resmungo alto. É horrível a sensação que vem depois de se espreguiçar, é como se você perdesse totalmente sua energia.

— É uma verdade, mon Dândi. — Minha tentativa de um francês soa como uma piada para Jeon, ele sorri abertamente enquanto eu lhe fito com o cenho questionador, rapaz, esse cara zoa tanto com a minha cara.

Buongiorno. — Vejo-me travado em uma guerra sobre levantar ou não, porque Dândi se move e o faz, cortando nossa proximidade. Eu retenho em confusão, não entendendo seu linguajar. — Bom dia, chéri.

Noto, então, seu corpo. Memórias da noite anterior me acertam, mas eu queria mesmo era ser enterrado, tamanha é a vergonha que sou capaz de sentir agora. Ah, por que é tão difícil enfrentar o presente quando em meu passado eu fui tão safado com Jeon?

— Muito bom dia, engomadinho. — Controlo um sorriso que queria escapulir, meus pensamentos me traem muito, me fazem pecar.

E pecar por pensamento é, para mim, o pior dos pecados.

— Há duas notícias, danado, uma boa e uma ruim, qual você quer saber primeiro? — Dân questiona, parando em frente à cama, longe o bastante para que eu possa me sentir frustrado.

— Hm, comece pela ruim, por favor. A boa sempre consola. — Murmuro, crente do que digo.

— Ok. A ruim é que temos a gravação da cena de teatro hoje. — Rolo os olhos. É incrível o que ruim pode ser definido por Dândi. — A boa é que matamos aula sem intenção e se formos rápidos, conseguimos pegar o garoto melodramático na saída do colégio.

Enquanto ele expõe um sorriso custoso por termos matado aula, eu pareço ter o melhor dos incentivos para levantar em um pulo da cama, quase como em um passe de mágica estou em pé em frente à Dândi. Minha respiração está tão conturbada que mal posso me manter em pé, sou amparado pelas mãos fortes do italiano, elas seguram minha cintura, mantendo-me coladinho ao peitoral alheio.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora