Capítulo 11

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Largo a colher e olho para as minhas mãos, há algo de errado com o meu corpo. A queimação que sinto agora não passa de um incômodo, mas sinto que a algo errado. O que aconteceu comigo? Porque estou sentindo que meu corpo está diferente. Pego a colher e ela simplesmente se parte ao meio. Que porra é essa? Me levanto assustada e olho para minha mãos com calma, uma faísca brilha na ponta dos meus dedos, mas eu podia sentir que ela estava mais forte, eu sentia que agora podia matar alguém acidentalmente apenas com uma faísca elétrica. Dou passos para trás até me encostar na parede. O que eles fizeram comigo? Me sento no chão e me encolho abraçando meus joelhos. Estava perdida na minha mente quando ouço alguém me chamar.

—Não chega perto de mim! —digo mas não passa de um choramingo.

—América! —A voz masculina era familiar, mas minha mente ainda não conseguia organizar meus pensamentos. Estava uma verdadeira bagunça.

—Fica longe de mim! —choramingo novamente.

—Sou eu o Peter! Nós conhecemos na rua e tomamos café juntos dois dias atrás, se lembra de mim? —ele pergunta e as memórias passam por minha mente. O garoto da cafeteria.

—Por favor, não quero te machucar! —digo com a voz trêmula.

—Ta tudo bem, eu sei que não vai me machucar! —ele se aproxima de mim.

—Por fa...favor vá!

Começo a me arrastar para longe mas ele não para de se aproximar, eu não sabia o que estava acontencendo comigo, não quero machucar ele. Mas ele não para. Ele segura minha mão e o calor de sua pele contra a minha é reconfortante, é como se o toque fosse uma âncora.

—Está vendo, você não vai me machucar! —ele diz ainda segurando minha mão.

—Eu não sei o que ta acontecendo comigo? eu tô diferente! —digo começando a tremer.

—Ta tudo bem Amy, porque você está aqui? —ele pergunta.

—Eu não consigo organizar minha mente, não consigo pensar direito! O que ta acontecendo comigo?

—América! —alguém grita.

Me afasto de Peter e me encolho mais ainda, meu corpo estava trêmulo e eu estava assustada. Eu não quero ferir ninguém, não sou um monstro. Mas não sei o que ta acontecendo comigo, porque eu to assim? O que aconteceu? Porque é difícil organizar minha mente?

—Fi...fiquem...lo...longe de mim!  —murmurou com a voz trêmula.

Ouço outras vozes mas não consigo prestar atenção, havia coisas demais em minha cabeça, memórias confusas, dor. Havia muita dor. Um quarto escuro. O fogo. Os tiros.

—Ela não está em sã consciência! —alguém diz.

—Nem sabemos o que o veneno fez com ela! —outra pessoa afirma.

—Ela precisa ser sedada! —outra pessoa comenta. Eu reconheço as vozes, mas não consigo identificar.

—Não, a resposta é não! —O homem diz decidido. Eu o conheço. Meu pai.

—Tony, ela não é ela mesma! É um perigo! —alguem afirma preocupado.

—PAREM!!!!! —grito socando o chão. O lugar rachou e a marca de meu punho ficou perfeitamente no local. Olha para as minhas mãos assustada.

—Mas que merda! —ouço alguém dizer.

—O que vocês fizeram comigo? —digo assustada.

—Vocês estão assustando ela, América tá tudo bem! —Tony diz. E confio nele.

—Pai! —digo choramingando enquanto olho para as minhas mãos.

—Vocês não estão ajudando ela! —Steve diz.

As memórias de uma mulher levando tiros, ela estava protegendo alguém. Ela se virou como se me encarasse, e ela estava me encarando. Porque era minha mãe e ela dizia “Eu te amo América! ”, o restante das minhas memórias ficaram compreensíveis e comecei a me acalmar.

  —Seus poderes ficaram mais fortes, eles combateram o veneno e evoluiram! Nunca vi nada assim. —Bruce diz absorto em pensamentos. Começo a rir de algo que lembrei.

—Acabei de lembrar que de todos os vingadores, que não é meu pai ou o Clint eu fui pegar o que gosta de ex!

—Tu não tem sorte mesmo! Pelo menos voltou ao normal. —Natasha diz rindo, me levanto me sentindo melhor.

—Eu preciso de álcool!

—Não, eu sou o pai responsável! —Tony diz e solto um gemido de sofrimento.

—Você acabou de me matar! —digo fazendo drama— Aliás cadê minhas roupas?

—A Pepper comprou roupas pra você! —Tony diz.

—Só aceito coisas de princesa se tiver uma coroa!

—Não tem nada de princesa! —Pepper diz sorrindo.

—Roupas de prostituta? —pergunto e Steve engasga com a água que estava tomando.

—Também não tem nada de prestituta! —Natasha diz.

—Então quero minhas roupas de volta!

—Mimada! —Bucky diz e o olho.

—Qual o seu problema comigo porra! Não falou uma palavra comigo e acha que pode falar merda?

—Não precisei conversar com você, você mal descobriu ser filha do Stark e se tornou a porra de uma mimada! —ele diz e fecho minhas mãos em punhos.

—Eu vou matar você!

—Já chega! —Steve disse mas Bucky o ignorou.

—Não aguenta ouvir a verdade, coitada do experimento de laboratório! —Bucky diz e minha fúria se torna nítida porque raios de discarga elétrica emanam de mim.

—Bucky! —Steve o chama.

—Quando eu matar você, vai ser pior do que fizeram com você!

—Me impressione! —Ele diz e avanço.

Meu punho encontrou seu maxilar e um estalo ecoou pelo local, mas antes que posso socá-lo novamente alguém me arrasta para longe.

—Foi merecido! —Natasha diz.

—Eu nem posso discordar! —Tony diz me arrastando para outro cômodo.

—Deixem eles achar que vou te dar uma bronca em você, mas eu sempre quis surrar o picolé 2.0. —Tony sussurra e sorrio.

—Sério!

—Não fica se achando! —Ele diz e meu sorriso fica maior.

Tony enfaixou minha mão que estava sangrando em alguns lugares, e quando terminou fiquei assistindo TV enquanto ele foi verificar o Bucky. Pepper me leva até um quarto onde tomo banho, e encontro roupas. As roupas eram semelhantes as que Natasha usava. Gostei. Vesti o look e coloquei o coturno alto, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e voltei para a sala. Não tinha ninguém então me joguei em um dos sofás e fiquei olhando pro teto.

—Quem é você? —Alguém pergunta.



A Filha do Tony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora