TRÊS

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Gente, perdão, eu me confundi com os capítulos e acabei publicando o quatro em vez do três.

Juliette Freire.

Acabou não sendo tão difícil encontrar a Sarah. O jornal falava mais sobre ela. Era dona de boates e casas de show espalhadas pelos Estados Unidos e havia o endereço de várias delas. Com o dinheiro emprestado de Carla, fui em uma delas e acabei descobrindo onde ficava a sede das empresas de Sarah Andrade, no  centro de Nova Jersey, Filadélfia. Carla ficou em minha casa com Bil e Cecile.

O prédio era imenso, na Avenida Deacons, Burlington Township onde a sede das empresas Andrade's ocupava os últimos andares. Foi fácil entrar no elevador e subir, entre várias pessoas bem vestidas. Eu usava a minha melhor roupa, mas sabia que o vestido estava surrado e largo, pois eu emagreci demais.

Meu cabelo médio ondulado estava solto, mas eu sabia que ele precisava urgentemente de um corte melhor. Tentei me manter tranquila, apesar  da grande tensão que me dominava.

O elevador parou no vigésimo segundo andar e eu saltei com mais umas três pessoas. Havia uma grande recepção onde três moças bonitas e uniformizadas atendiam os visitantes. E vários seguranças de ternos espalhados em lugares estratégicos. As pessoas que vieram no elevador comigo cumprimentaram as recepcionistas e seguiram adiante, na certa trabalhavam ali e eram conhecidas.

Eu tive que ir até a recepção, pois as moças já me olhavam e uma delas indagava polidamente.

- Posso ajudá-la?

Era jovem, morena e muito bem maquiada. Parei em frente ao balcão de vidro, impecavelmente limpo e fitei-a, procurando esconder o meu nervosismo.

- Bom dia. - Forcei um sorriso. - Eu gostaria de falar com a Sarah Andrade.

- Tem hora marcada? - Sua voz era fria e seu olhar impessoal.

- Não.

- Lamento. A senhorita Andrade  é muito ocupada e só atende com hora marcada.

- É muito importante. Você poderia ao menos avisar a ela o meu nome e perguntar se pode me receber?

- Lamento. - Ela repetiu. - Ela nem está aqui, saiu para almoçar e talvez nem volte hoje.

- Posso esperá-la?

- Não vai adiantar. Se você quiser pode deixar seu nome e telefone comigo e eu marco uma data com ela. Depois a aviso.

Meu nervosismo aumentou e olhei-a nos olhos.

- Preciso falar com ela hoje. Eu a conheço há mais de dez anos. Por favor, diga que sou a esposa do irmão dela. Meu nome é Juliette Freire.

A garota olhou-me com mais interesse, mas não pareceu acreditar muito nisso. Insisti:

- Posso ao menos esperá-la? Você avisa quem eu sou. Se ela não quiser me receber, vou embora.

- Aguarde um minuto. Vou falar com a secretária dela.

- Obrigada. - Deixei o ar escapar lentamente e esfreguei as mãos úmidas na saia do vestido, para secá-las. Eu não sabia o que temia mais: Não ser recebida e sair dali com os mesmos problemas, ou ser recebida e voltar para a casa com mais problemas ainda. Eu tive que atravessar praticamente o país inteiro com o dinheiro que Carla me emprestou para vir para Filadélfia, eu não podia receber um não e voltar para Nova York como uma covarde, então resolvi me acalmar e ir com aquilo até o fim.

A moça falou baixo pelo interfone e meu nervosismo não me deixou entender uma palavra.

Por fim ela desligou e voltou-se para mim.

CHANTAGEM - SARIETTEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora