É você - Gabigol - Ainda te amo?

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Daniele

Eu estava na cozinha preparando almoço quando de repente escutei um barulho de torcida vindo da sala. Guilherme estava assistindo Tv, só podia ter colocado no canal de esportes e provavelmente estava passando futebol.

É goooooool, é goooooool, do gabigoooool.

O narrador berrava e a torcida também só ouvir o nome do abençoado.

- Mamãe, mamãe! - Gui veio gritando até a cozinha.

- Sem correr! Vai acabar caindo. - repreendi. - O que houve?

- Meu Papai acabou de fazer um gol pro Flamengo, você escutou? - respirei fundo.

- Sim filho...

- Faltam quantos dias pra ele vir me ver? - perguntou pela milésima vez no dia.

- É amanhã! Você está muito ansioso. - peguei ele no colo e coloquei na bancada.

- É que ele prometeu trazer uma blusa do Flamengo pra eu. - dei risada da sua fofura.

- Ele vai trazer meu amor. - beijei sua testa. Coloquei ele de volta no chão e voltei a fazer minha coisas.

- Ele vai ficar pro seu aniversário? - respirei fundo. Era desconfortável demostrar que eu não queria o Gabriel perto de mim.

- Filho, já conversamos sobre isso... A mamãe e o papai não são mais amigos. - tentei ser cautelosa com as palavras. - Ele vai ficar com você a semana toda, e no final de semana, ele vai te deixar aqui pra festa da mamãe e vai embora.

Gui abaixou a cabeça chateado. Sempre que tínhamos esse tipo de conversa ele ficava magoado.

- Oh, quem está te ligando. - mostrei meu celular para ele.

-Tio Everton!

- Eai garotão! Tio já já tá aí com você.

- O guto também vai vir tio?

- Vai sim. Tá com a tia Marília lá em cima arrumando as malas. - Guilherme sorriu de orelha a orelha. - Deixa eu falar com sua mãe?

Ele me passou o telefone.

- Cadê minha cardiologista preferida?
Dei risada.

- Você não vai chegar aqui junto com o indivíduo não né?

- Pra sua sorte ele não conseguiu uma passagem pro mesmo horário que o meu.

Mostrei a língua.

- Amanhã cedo estou aí! Prepara o almoço!

- Filho da pu..

- Olha a criança.