Dias Depois...
- Mais um dia se inicia, sem respostas, sem alegria... Apenas saudades das pessoas que estamos distantes, longe... - Disse Maria Vitória enquanto caminhava pelo Jardim da casa do coronel.
- É... Eu só consigo pensar em como estão todos na fazenda, os homens na prisão, a tribo sem o Irapuã...
- Um verdadeiro caos está acontecendo. E nem fazemos idéia de quando irá acabar.
- Isso se acabar, não é, Maria Vitória?
- Tem que chegar ao fim, Rosário. Ou o que será de todos nós se o barão continuar vencendo?
- Não sei... Mas estou com medo. Dias já se passaram, passamos de semanas e a peste permaneceu muito quieta. Ele não fez mais nada.
- Mais nada até onde nós sabemos, certo? Fico trêmula em pensar na minha mãe, minha avó, e nos outros. Sabe-se lá o que acontece dentro daquele lugar.
- As coisas pioraram, com certeza a segurança está reforçada, com capatazes por todo lugar. Além do trabalho que deve estar mais pesado do que nunca.
- Já pensou nos castigos desnecessários?
- Penso muito, aliás, ainda consigo sentir.Maria Vitória olhou para a grade, para o outro lado da rua.
- O que foi?
- Se lembra de quando saímos para o centro, e jurei para ti que vi um vestido idêntico a um dos que eu tinha?
- Me lembro sim.
- Pois veja, aquela outra moça que está ali parada, ela também está com um vestido idêntico! Veja, é igual o vestido rosa que usei no dia em que fui a um passeio com Fausto.
- Outro? Eita, agora desconfio que não seja só impressão.
- Te disse que meu pai trouxe os vestidos, mas que eu não quis. Ele saiu, dizendo que precisava resolver assuntos, e está estranho nos últimos dias...
- O que estás pensando?
- Nada... Talvez seja confusão da minha cabeça, apenas.
- Tem certeza?
- Não, nenhuma certeza, mas tenho muitas dúvidas. De qualquer forma, isso já não me importa mais. Os vestidos comprados com o dinheiro do Barão são o de menos.
- Assim que se fala! Mas agora... Tenho que lhe contar algo.
- O que foi?
- Ontem o Bento chorou muito, e disse que estava com saudades da mãe. Além disso também queixou saudades da Dandára, do Edmundo, e da dona Cila.
- E onde ele está agora?
- No quarto lá em cima.
- Pobre Bento, tão pequeno, e tão castigado pela vida.
- O problema é que estamos tão preocupadas, que não nos lembramos de que ele sente tanto quanto nós.
- Tens razão, Rosário. Bento precisa de cuidados como todos precisam, não é por ser criança que ele sente menos.
- Sonho com o dia em que Dandára se casará com Edmundo, e o adotarão como filho deles.
Maria Vitória sorriu.
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O Caminho Para A Liberdade [REESCREVENDO]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, a mais bela das moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o mesmo...