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Jasmine

Não sei ao certo por quanto tempo fiquei parada tentando raciocinar o que estava acontecendo. Me desperto quando Thomas me puxa ligeiramente para um canto.

─ Sai daqui agora, Jasmine. ─ Ele diz segurando sua fuzil. ─ Vai embora logo. ─ grita e eu me assusto.

Não esperei mais nada e apenas assenti e corri o mais rápido que eu conseguia passando por becos estreitos enquanto eu podia ouvir som de tiro. Meu coração estava disparado. Muitas pessoas correndo tentando entrar em alguma casa.

Eu consegui ouvir o que o rádio emitiu quando um dos bandidos estava à espreita de um beco próximo a mim.

Aí, tá tendo invasão, porra. Os cu azul tão invadindo a favela. Chefe passou a visão pra meter bala sem piedade mesmo.

Eu gelei ao ouvir aquilo. Som de tiros eram ensurdecedor e eu não sabia mais de onde vinham, corri, minha única vontande era de chegar em casa.

Quando finalmente cheguei na porta de casa, abri e entrei vendo Lawara debruçada sobre o chão chorando muito, quando a mesma percebeu a minha presença, ela correu ao meu encontro, me envolvendo em um abraço extremamente apertando.

Ficamos naquela mesma posição sem trocar uma sequer palavra. Por mais que eu tenha vivido minha vida inteira sendo moradora de favela, eu nunca me acostumei com essas situações. É tudo muito de repente e eu não estou preparada para ser pega de surpresa. É assustador.

Eram muitos tiros que ecoavam por toda a comunidade. Lawara já estava mais calma, porém muito apreensiva e seus pensamentos só se voltavam até o Arthur e, por um momento, pensei até mesmo em Thomas.

Orei baixinho para Deus cuidar dele e de todas as pessoas inocentes. Era muita troca de tiros e isso passava a me assustar cada vez mais.

─ Não tem como, eu nunca vou me acostumar com isso. ─ Lawara fala olhando pela milésima vez o celular em suas mãos trêmulas que até então, no momento não possuía nenhuma  mensagem de Arthur.

─ Eu sei que é difícil, Lawara, mas fica calma, tenta pensar positivo que isso vai acabar logo. ─ tento confortar.

─ Eu como mulher de bandido já era para está acostumada, mas não estou... por mais que sabemos que o futuro deles são incertos eu nunca vou me acostumar com isso. Todas as vezes que ele sai para alguma missão ou invasão eu fico pensando se ele vai voltar pra mim ou não. Não tem como, sempre temos que pensar positivo, mas é difícil demais, Jasmine.

Estávamos sentadas no chão encolhidas por conta das balas que rolavam lá fora. Abracei Lawara como pude e ficamos em silêncio, o único barulho que se ouvia era dos tiros.

─ Não tem como, tem que ter alguma notícia, Jasmine. Olha aí no teu celular e ver se tem alguma coisa nesses sites. ─ Diz desesperada.

─ Acho que não, Lawara. A maioria dos sites só sabem de informações detalhadas depois de um tempo, mas vou olhar aqui para ver se isso te deixa melhor.

Desbloqueio meu celular indo diretamente para um Twitter de um cara que está comentando sobre o assunto e começo a ler em voz alta a informação.

🐦@Tudo sobre a favela

Caveirão chega agora no Salgueiro e é recebido a disparos de armas de porte grande e policiais revidam contra.

A única informação que possuía no momento era apenas essa. Droga.

─ Essa é a única informação. Eu disse que não iria ter muitos detalhes. Vamos esperar mais um tempo. ─ murmuro.

─ Mas que caralho! Minha vontande é de ir atrás dele. Aquele maldito que só falta me matar de preocupação ─ esbraveja.

─ Não diga besteiras, Lawara. A bala tá comendo lá fora e tu quer entrar no meio disso? Espera as coisas se acalmarem.

02h:00min

Duas horas da madrugada e os tiros ainda continuavam, porém o som estava distante. Consegui me levantar e pegar um copo com água bem gelada para Lawara se acalmar. 

─ Não aguento mais essa angústia, Jasmine. Eu vou lá, cara. Os tiros estão distantes.

─ Tu não vai não, Lawara. Porra! deixa de ser teimosa e fica calma. Você não vai para lugar nenhum enquanto ainda estiver rolando tiros. ─ digo firmemente.

─ Estou com um aperto no peito...

─ Calma, vem cá, senta aqui. ─ ligo a TV colocando em algum canal para distrair Lawara um pouco.

Às quatro horas da madrugada e nenhuma notícia sequer ainda. Lawara pegou no sono depois de relutar para tomar um calmante. Não consegui pregar os olhos porque todos os meus pensamentos voavam entorno de Thomas.

Acabo por me assustar com um estrondo na minha porta e em menos de segundos a sala da minha casa estava com muitos homens armados.

Tento entender o que está acontecendo mas era completamente impossível para me diluir ao certo tudo aquilo. Parecia uma névoa confusa em minha cabeça.

Dois caras entram rapidamente com Thomas em seus braços e o mesmo estava desacordado com alguns ferimentos pelo corpo.

Abro a boca para falar alguma coisa mas sou impedida.

─ Anda, caralho! Faz algum coisa aqui, o nosso mano tá precisando de ajuda.

Foi quando tudo ficou claro para mim naquele momento.

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Betagem e revisão por Fada_Jimin


🔥 ui quero comentários viu 🔥

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