DOZE

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Gente, antes de tudo, me sinto na obrigação de falar que este capítulo pode servir de gatilho para algumas pessoas, uma vez que será falado sobre violência sexual.

Se você é sensível ao assunto recomendo que não leia porque pode trazer desconforto.

Juliette Freire.

Parei de bater nela, furiosa, respirando com dificuldade.

- Não fale mais de Bil e muito menos da minha filha! Eles não merecem passar por sua boca suja!

- Se eles convivem com você, devem passar por coisa bem piores. - Disse ela entredentes, destilando seu veneno.

Eu queria gritar, espernear, bater. Queria sair correndo dali e nunca mais voltar. Meu queixo tremia sem controle, assim como o meu corpo, como se o frio viesse de dentro, dos meus ossos.

- Deixe-me em paz. - Falei baixo. Toda fúria parecia ter se esvaído, mas o sentimento de humilhação que ficou era ainda pior. - Me solta!

- Você não vai sair daqui, vai ficar e cumprir com a sua parte no contrato.

- É sexo que você quer? Eu não vou fugir. Por que não acaba logo com isso?

Ela me soltou com brusquidão e me empurrou para o sofá. Fiquei do mesmo jeito que eu caí, quase deitada, olhando-a através das mechas do cabelo que estavam sobre o meu rosto.

- Você é uma puta, Juliette!

Não revidei ou retruquei. Sarah parecia fora de si. Agarrou o meu braço com força e me levantou. Praticamente me arrastou para o quarto.

- Deite na cama e abra as pernas, você vai ser tratada como merece. Como uma vadia!

Empurrou-me sobre a cama e caí de bruços. Virei-me, sem deixar que a mágoa ou a dor me dominasse. Eu precisava ser forte. Não deixaria ela saber como poderia me afetar.

Furiosa, ela rasgou a embalagem do preservativo e colocou-o. Ajoelhou-se na cama, afastou meus joelhos para os lados e deitou-se sobre mim. Enfiou as mãos sob minhas nádegas, segurando-as com firmeza para que eu não saísse do lugar. Olhou-me com os olhos que pareciam de louca e me penetrou.

Eu não estava preparada e me contraí ao ser invadida daquele jeito. Como ela era muito grande, machucou-me. Senti como se tivesse me queimando, como se me rasgasse. Não pude evitar a dor e fechei os olhos, apertando-os, enquanto engolia o grito de dor. Fiquei toda dura, mal ousando respirar.

Ela parou dentro de mim e ficou me olhando. Sentia-me estremecer e percebera a dificuldade na penetração.

- Juliette... - Disse baixo.

Eu não queria ouvir mais nada, rezava para que tudo acabasse logo. Rígida, continuei na mesma posição.

- Eu não estuprei aquela garota. Eu nunca estuprei uma mulher na vida...

Me lembrei na hora do caso de estupro em que ela foi envolvida há dois anos atrás, foi um verdadeiro escândalo na época. Todos os jornais do país reportaram sobre o acontecido, já que se tratava de uma grande empresária. Mas o caso foi arquivado por faltas de prova por parte da vitima, segundo as mídias disseram. Eu também não fui muito a fundo procurar saber a respeito disso, eu só queria distância de Sarah e de tudo  a sua volta. Mas agora tenho quase certeza de que ela realmente fez isso com a aquela garota, já que fez comigo. 

E creio que Sarah também se lembrou disso, já que se deu conta do que estava fazendo comigo.

- Olha para mim, Juliette. - Ela pediu em um sussurro.

Mantive-me com os olhos bem fechados. Ela tirou as mãos de minhas nádegas e levou-as ao meu rosto. Senti o toque suave em minha face e nos cabelos. E logo depois os lábios macios beijando minhas pálpebras.

Ela não saiu de dentro de mim, mas também não fez nenhum movimento brusco. Deslizou os lábios por todo meu rosto e beijou suavemente a minha boca, sem forçar a língua. Uma de suas mãos desceu até o meu seio e acariciou-o lentamente.

Continuei quieta, retraída, embora as carícias fizessem o medo diminuir aos poucos. Eu não sabia o que esperar dela, mas senti a mudança. O quer que a tenha deixado furiosa, parecia ter sumido.

Sarah tocou-me com os dedos e lábios carinhosos, beijou todo o meu rosto, mordiscou meu pescoço e enfiou a língua em meu ouvido. Enquanto ela brincava com o lóbulo da minha orelha, tive raiva do meu corpo, que se arrepiava e reagia a ela contra a minha vontade.

Quando a boca quente explorou sensualmente meus seios, eu apertei os lábios, novamente com vontade de chorar. Aquela mulher me humilhou, me ofendeu, agora me seduzia. Eu queria resistir, mostrar que não era uma mulher volúvel que ela pensava, experiente e com diversos amantes.

Mas como, se bastava ela me tocar daquele jeito para que o prazer me dominasse a ponto de fazer a razão sumir?

Sugando um mamilo, Sarah acariciou o outro seio e moveu-se lentamente dentro de mim. 

Fiquei surpresa ao não sentir dor. Estava molhada, excitada. Ela passou a me penetrar sensualmente, mesmo assim tentei resistir e mantive-me o mais quieta possível, com o rosto virado para o lado e os olhos fechados. 

Mas do que adiantava isso se o meu corpo me traía, aberto e receptivo a ela?

Sarah parou de me penetrar e beijou minha barriga lisa, descendo mais. Abriu minhas perna e, quando passou a língua dura por meus lábios vaginais, estremeci por inteiro, excitada e envergonhada. Ela chupou o meu clitóris gostosamente e foi impossível ficar imóvel diante das ondas de prazer que me invadiram.

Sua língua desceu mais, por todo o sexo, entrando em mim, lambendo, deixando-me louca. Quis gritar, agarrar-me a ela, gemer, mas lutava bravamente comigo mesma, e estremecia, mal conseguindo segurar os quadris.

Ela ergueu-se e deitou-se novamente entre minhas pernas. Dessa vez entrou gostoso dentro de mim, penetrando-me até o fundo, em movimentos ritmados e sensuais. Beijou meu pescoço e entrelaçou os dedos nos meus, sobre a cama. Suas arremetidas eram deliciosas e eu a sentia apertada, deslizando pela carne macia do interior da vagina.

Não aguentei mais, ondulei sobre os lençóis com ela, erguendo os quadris para senti-la melhor, gemendo baixinho, abri os olhos e virei o rosto para ela. Sarah me olhava fixamente, com os olhos escuros, cheios de desejos.

O orgasmo veio rápido, para nós duas. Agarramo-nos, gozando, beijando-nos, coladas da cabeça aos pés. Quando acabou, ficamos ainda nos braços uma da outra, suadas, quietas, esperando a respiração acalmar. Com a cabeça sobre o peito dela e o braço por sua cintura, fiquei com os olhos abertos, confusa com tudo que acontecera naquela noite. Tudo começara de um jeito e terminara de outro.

CHANTAGEM - SARIETTEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora