Capítulo 34

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Assim que Carol passou pela porta sendo carregada por Eric, Max soube que não seriam necessários tantas pessoas para permanecer ali. Uma fora liberada, uma sendo levada e uma dentro da sala. Pediu para voltar ao presídio para seus companheiros e, como era bem quisto por todos, eles o liberaram sem perguntas. Sabiam que ele aproveitava alguns momentos para ver o irmão, então assumiram que era o que ele faria. Não estavam totalmente errados. Max era a descrição de alguém mediano, estatura nem alta e nem baixa, peso na média, nem forte e nem fraco; como soldado não era brilhante, mas longe de ser ruim, porém se sobressaia em outros pontos, como na percepção de ambientes. Seu rosto arredondado e sua postura de bom humor, davam-lhe vantagens em determinados momentos. Aquele era um deles. Ele precisava achar Miguel. A última vez que o vira foi lá embaixo, ele deveria estar em casa ou comendo, era um bom lugar para começar.

Bateu na antiga casa deles e ninguém atendeu. Bateu de novo. Como era bem tarde, talvez ele estivesse dormindo. Aguardou alguns instantes. Quando estava desistindo, ouviu um barulho e a porta se abriu. Miguel tinha cara de sono, mas ficou feliz em vê-lo. Deu espaço para ele entrar.

– Tudo bem, Max? O que você faz aqui a essa hora? – perguntou Miguel bocejando. – Quer um café?

– Um café seria ótimo, mas não temos muito tempo – respondeu ele.

– Você vai ter que voltar? Não pode passar a noite aqui e ir de manhã, não faltam tantas horas assim até o amanhecer –sugeriu.

– Você não entendeu. Não estou com pressa porque tenho que voltar. Precisamos encontrar seu amigo. Agora – atropelou ele as palavras.

Miguel fez cara de quem não entendeu. Realmente não havia compreendido tudo.

– Olha, seu amigo era o Douglas, irmão da menina que foi presa hoje. Ela saiu da sala de Andrea carregada pelo Eric e, algo me diz, que ela foi direto para..., bem você sabe para onde. Se o cara é realmente seu amigo, acho que gostaria de se despedir da irmã, então, antes que tragam a plataforma de volta e a mandem para a superfície, temos que encontrá-lo – completou ele.

Miguel não se importou em perguntar como ele soubera sobre Douglas e, muito menos, por que se importara em vir avisá-lo, mas ele estava certo, tinham que encontrar Douglas. Onde ele estaria? Teriam que procurar.

– Vamos? Não podemos perder tempo.

– Você tem alguma ideia por onde começamos?

– A última vez que o vi foi próximo aos elevadores, acho que ele foi atrás do Tomás. Então eles podem estar no andar do quartel general... – arriscou Miguel.

– Não. Lá eles não estão. Eu estava lá e os teria visto. Onde mais?

– Será que checando as pessoas que se machucaram? No hospital?

– Pode ser uma opção. Vamos lá.

Ambos foram o mais rápido que puderam. O local estava vazio, com a maioria das pessoas dormindo, o que ajudava na velocidade de deslocamento. Se fossem algumas horas mais tarde, os corredores e elevadores estariam apinhados de pessoas se deslocando a seus afazeres, e isso os atrasaria. Assim que chegaram no nível do hospital, Miguel viu duas pessoas subindo os andares em direção ao quartel general e já conhecia Doug suficientemente para reconhecê-lo à distância. Se não fosse tão cedo, ele gritaria, mas optou por correr em sua direção. Quando ambos ouviram o eco dos passos em sua direção, viraram-se para ver o que ou quem vinha ao encalço dele.

Eles tinham ido à procura de Francis sem sucesso e estavam voltando para a central de tudo, onde ele poderia estar. Assim que viram Miguel e Max, Tom olhou indagativamente para Doug, mas esse já ia em direção a Miguel. Reconheceu Max de longe e calculou que, se estavam à procura dele, deveria ter relação com sua irmã. Tom o seguiu.

Subterrâneo: Ascensão (livro 1)Where stories live. Discover now