11_ Nosso traficante foi preso...

172K 15.6K 28K
                                    

Rain Miller

- Você tem certeza que não quer que eu fique? - Perguntou a Aly me encarando com preocupação.

A gente estava na fila para pegar os celulares.

- Tenho. - Olhei pra ela com um sorriso. - E além do mais eu já sei o que eu vou fazer o fim-de-semana todo. - Levantei o livro que eu roubei dela e a mesma me encarou chocada.

Quando a Alyssa ia responder, uma pequena folha de papel rasgada caiu do livro.

Eu peguei aquele pedaço de papel minúsculo curiosa e me deparei com uma frase escrita a mão.

"É estranho sonhar com você, mesmo quando estou perfeitamente acordado."

- Eu acho que isso era pra você, Aly. - Falei entregando o papel pra ela com uma careta confusa.

A Aly pegou o papel e fez uma careta parecida com a minha.

- Duvido muito e mesmo se fosse, eu só tenho olhos para a Leyla. - Deu de ombros me devolvendo o papel com um sorriso.

- Então pra quem seria?

- Rain, você orquestrou 5 incêndios e mesmo assim continua tão lerda... - Sorriu. - É pra você. - Falou e eu ri.

- Até parece... - Guardei o papel no meu bolso.

- E pra quem mais seria?

- Qualquer pessoa, menos eu.

- Você é praticamente uma celebridade aqui, todas as tias do colégio te conhecem, alguém pode ter se apaixonado por você e mandou isso.

- Aly, para de viajar. - Empurrei ela de brincadeira e a mesma acabou dando uma cabeçada na pessoa da frente.

[...]

Eu caminhei até o meu dormitório enquanto esperava o meu celular de 2 reais ligar.

O coitado parece que morreu...

Quando ele finalmente ligou, sorri animada, e fui ver as notificações.

"Você tá meio sumida né, princesa?"

"A gente podia se encontrar na sexta?"

"Vai ter uma festa do outro lado da cidade, eu sei que você nunca perde uma."

"Amiga, nosso traficante foi preso..."

"Você não passa de uma vadia!"

"Vem pra minha casa, assim a gente pode terminar o que a gente não fez da última vez."

Essas foram apenas algumas das mensagens que me fizeram travar na porta do meu dormitório. Tinha várias outras coisas, como convites para festas, pessoas me xingando de tudo que existe, ligações perdidas de São Paulo e muito mais.

Era cansativo.

Suspirei, bloqueando o celular, e entrei no quarto. Joguei o celular na minha cama e tirei a camisa branca de botões que eu vestia, ficando apenas com o sutiã preto de renda e a saia azul do colégio. Logo que joguei a camisa na cama, fui até o guarda-roupas.

Antes de eu conseguir pegar uma blusa, ouvi alguém bater na minha porta e dei um sorriso.

Eu avisei pra Aly que ela com certeza tava esquecendo alguma coisa.

Corri para a porta, preparando uma piada para soltar assim que eu encontrasse a cara rabugenta da Aly, e esqueci completamente que estava de sutiã.

Abri a porta e arregalei os olhos.

Marcus.

Ele vestia um moletom preto e a calça do uniforme. O seu cabelo, bagunçado e ondulado como sempre, deixava alguns fios caírem sobre sua testa.

O seu olhar caiu dos meus olhos para os meus peitos por um segundo mas ele logo voltou a subir os olhos para me encarar com um sorriso de lado.

- Bom dia. - Riu entrando no meu quarto e eu fiz uma careta confusa.

As minhas bochechas pareciam ter aquecido e eu me repreendi amargamente por isso.

Por que eu estou corando?

Não é a primeira vez que alguém me vê de sutiã...

- Eu tenho quase certeza que isso daqui é proibido. - Falei quando ele fechou a porta atrás de mim tentando esconder a minha vergonha.

Cobri meus peitos com um casaco da Alaris que ela deixou no colégio, e tive que prender um suspiro aliviado pelo Marcus não ter encarado os meus peitos igual um louco, pelo contrário, quando ele percebeu que eu estava sem camisa, congelou seu olhar no meu.

O mínimo, mas raro nos dias de hoje.

- Ah, sim. - Sorriu ainda mais olhando no fundo dos meus olhos. - Eu posso me fuder bonito se alguém me encontrar aqui.

- Não vou reclamar porquê o que eu mais quero aqui, é me fuder. - Sorri caminhando novamente para o guarda-roupas.

Era estranhamente agradável saber que ele não me assediou com o olhar ou palavras desnecessárias.

- Não vai nem me pagar um açaí antes? - Brincou se jogando na minha cama.

Folgado...

Eu ri pegando uma camiseta preta e me virei para o Marcus assim que terminei de me vestir.

Ele havia colocado a minha camisa do colégio sobre os seus olhos, provavelmente em uma tentativa de não me observar enquanto eu me vestia.

Eu caminhei até ele, puxei a camisa do seu rosto e encarei o mesmo com um sorriso de canto debochado.

- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei e devolveu o sorriso de lado.

- Eu prometi algo pra você na sexta. - Disse ainda deitado na minha cama.

- Você realmente levou aquilo a sério? - Perguntei fazendo uma careta.

- Você vai gostar no final, eu prometo. - Sorriu se levantando da cama.

O Marcus pegou na minha mão e me puxou pra fora do quarto sem me dar tempo de protestar.

Olhando para trás, agora, eu gostaria de voltar para esse dia, não para mudar alguma coisa, apenas pra reviver tudo que aconteceu.

Eu devia ter aproveitado mais ele, eu deveria ter aproveitado cada momento de quando ele ainda estava do meu lado sorrindo igual um bobo.

continua...

---

comecei a juntar as minhas moedinhas pra pagar a terapia de td mundo...

O Colégio InternoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora