[EM ANDAMENTO] Park Jimin deveria estar soltando fogos de artifício por finalmente estar levando a vida que sempre sonhou.
Não tinha como ser mais perfeito: festas, diversão, amizades inigualáveis para toda a vida, novas experiências com a dança, o...
Aqui é a Sarah, e eu só tenho uma coisa a dizer...
Boa sorte, e que Deus lhes acompanhe.
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Leva quase uma hora dirigindo para chegar aos arvoredos que cercam a trilha de Bukhansan, e mais alguns minutos de caminhada até que a paisagem de Seoul entre na minha vista e o vento do alto da colina sopre na minha direção. Eu brinquei de persegui-la durante a mata, e agora Jimin parece ofegante quando se senta em uma grande pedra desgastada de frente para o horizonte para apreciá-lo.
— Lindo, não é? — Ela diz, orgulhosa, com as bochechas coradas e um sorriso fascinante.
— Realmente.
Estamos, basicamente, no topo de uma montanha há alguns quilômetros da cidade. Os arranha-céus se destacam em meio às milhares de construções que se estendem pelo panorama urbano. É lindo, de fato, e seria ainda mais intenso apreciá-lo se o céu não estivesse coberto por nuvens cinzas que ameaçam derramar água desde o amanhecer do dia.
Eu caminho, desviando de algumas pequenas pedras sob meus pés, e me sento ao lado dela.
— Como descobriu este lugar?
— Eu, provavelmente, subi até aqui quase todos os verões quando estava no ensino médio. Minha escola tinha programas de inclusão em contato direto com a natureza, e de todos os passeios ao ar livre que éramos obrigados a fazer, este era, de longe, o meu predileto. Na primeira vez, eu achei um saco por causa do pequeno trecho de caminhada pela mata. Íngreme demais, muitas pedras, arbustos. Mas só precisei olhar para este horizonte para sentir que tudo valeu a pena.
As nuvens acima de nós se tornam uma mistura de borrão em tons de branco, cinza, e azul pelas falhas que mostram pequenos pedaços do céu além delas.
Há silêncio quando o vento assobia entre as folhas das árvores e eu olho para Jimin.
Seus fios ruivos chacoalham em várias direções, desorientados, e vez ou outra ela precisa erguer os dedos para desgrudar-los de sua boca úmida pelo batom de brilho incolor.
— Eu poderia olhar para isto todos os dias — eu falo.
Outra batida de silêncio é marcada antes que ela responda.
— Eu sei. Eu também. Fazia muito tempo desde a última vez que eu não vinha aqui e eu senti falta. Esse lugar é terapêutico para mim. Espero que esteja sendo para você também.
Ela então se vira e nossos olhos se cruzam.
— Muito terapêutico, eu admito. Mas uma grade de cerveja conseguiria ser mais terapêutica ainda.
Jimin me empurra pelo ombro e começa a rir: — Você não precisa ser sincero cem por cento do tempo, sabia?
— Ei! Eu gosto de sinceridade — solto-o com uma risada. — Mesmo quando não soa como a coisa mais atraente que o outro queira ouvir. Acho que isso me torna mais autêntico que, pelo menos, quase todo mundo. — Ela hesita olhar para mim. — Mas não se preocupe, eu gostei da surpresa, mesmo. Vir até aqui fez eu me sentir mais leve.
