Capitulo 21

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                        Sophie Rockenbach

O meu ódio havia tomado conta de mim, sei que todos se assustaram com a forma que agi com Charlie, mas poucos sabem o que estou sentindo. Porra, ele estava envolvido na morte do meu irmão, dos meus pais, da minha quase morte e sem saber, na morte do meu filho.
Deus, quanta morte numa frase só!

Eu vi o olhar preocupado de Lorenzo e mesmo sabendo que ele não irá falar nada, sei que não aprovou a forma que matei Charlie, afinal, poderia ter feito tudo no sigilo e apresentado as provas pra máfia.
Eu quis fazer um show, sabia que chegaria aos ouvidos de Nikolai e ele iria se proteger e isso é exatamente o que eu quero.

Com Nikolai protegido em sua casa, será muito mais fácil pegar todos juntos, mas ao mesmo tempo será difícil entrar na fortaleza. Mas não me deixo abalar, tempo é o que eu tenho.

Estou no escritório que era de meu pai e me perco nas lembranças. Como papai conseguiu ficar tanto tempo ao lado de um homem como Charlie? Todos sabiam que ele não era boa pessoa, se bem que ninguém da máfia é, fazemos coisas ruins, somos pessoas ruins, mas toda ruindade tem seu limite.

Ouço uma batida na porta e permito a entrada

-Podemos conversar?

-Claro Adam, entre!

-Sei que não tenho o direito de estar chateado com você mas, precisava matá-lo daquela maneira?  - seus olhos estão marejados

-Adam, não vou me desculpar por matá-lo , você conhece as regras, sabe como funciona com traidores. Eu não deixo a família viva, mato todos, não deixo resquícios do sobrenome do traidor e aqui está você e sua irmã, vivos. Eu já perdi muito e seu pai foi um dos responsáveis; acha mesmo que se fosse outra pessoa, que se não tivéssemos essa ligação, você estaria vivo?

Ele me olha, lágrimas escorrem por seu rosto, vejo tristeza e insegurança em seus olhos.

-Você e sua irmã estão vivos por que eu os amo e sei que não tiveram nada com isso.

-Sophie, me desculpe, estou dividido com tudo isso. Acho que não posso ser seu subchefe.

-Nada disso Adam! - levanto a mão espantando seus pensamentos - Você é meu subchefe e sua irmã é a líder dos franco-atiradores e continuará sendo assim, até que me provem que não são dignos de confiança .

Ele me olha e com um aceno de cabeça sai do escritório. ScheiBe * , isso tudo está me dando uma dor de cabeça enorme, estou exausta, meu corpo ainda está todo costurado, não tenho dormido direito, minha cabeça não para de pensar nos meus planos de vingança.

*Merda

Começo a me sentir tonta e sinto meu corpo fraco, passo a mão pelo meu abdômen e vejo que está sangrando, porra, meus pontos estão abrindo. Sinto que vou cair e tento me segurar na estante de livros na minha frente e sinto um baque forte, minha vista escurece e não me lembro de mais nada.

                        Lorenzo Rossi

Estou preocupado com Sophie, ela não dorme, não come e não está cuidando dos seus ferimentos. Se nega a tomar seus remédios e sei que pode parecer bobagem mas, ela faz isso como forma de punição, ela está se culpando pela morte dos pais, sempre de culpou pela morte de seu irmão e agora está se destruindo pela morte de nosso filho.

Nunca chegamos a falar sobre isso, não sabia que ela tinha esse desejo de ser mãe, mas sei que a notícia acabou com ela e temo por isso.

Reviro os olhos ao ver o nome do meu irmão piscando na tela do meu celular .

O inferno que há em mim Livro 1 O legado Rockenbach-Rossi Onde as histórias ganham vida. Descobre agora