08 | Sonhos e Mapa

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- Olá Ambêr, como vai ?- Perguntou Hagrid, os pés da ruiva afundaram na terra molhada a frente da casa do guarda-caça, ela resmungou. Os sapatos eram novos.

- Olá Hagrid, vou bem. Podemos ir ? - Ambêr sorriu em cumprimento e colocou seu capuz, para se proteger dos pingos de chuva que já caiam.

- Ainda não, estamos esperando um aluno. - Falou o homem olhando para seu gigantesco relógio.

- Quem ? - Perguntou a ruiva com uma pitada de curiosidade.

- Eu Weasley. - A voz esganiçada surgiu atrás de si mais uma vez. - Vamos logo, não precisamos de cumprimentos. - Falou o loiro com um tom de grosseria.

- Me acompanhem. - Falou Hagrid virando os calcanhares indo em direção a Floresta.

Tudo estava mortalmente silencioso, as árvores tinham um perfil diabólico perante aquela situação, as folhas faziam o barulho mais assustador que Ambêr já ouvirá, a ruiva apertava o casaco no próprio corpo, como algum sinal de proteção. Malfoy estava mais mal humorado do que nunca, sua carranca denunciava que ele não queria esta ali, seus pensamentos estavam longe, assim como os de Ambêr.

- Vamos nos separar. - Parou Hagrid fazendo um barulho assustador com seus pés imensos. - Eu irei com Canino, e Malfoy irá com Ambêr, qualquer coisa me avisem.

O gigante retirou um pedaço de pergaminho velho dos gigantes bolsos de sua jaqueta, a ruiva se prontificou a pegar o pedaço de papel, que nas mãos de Hagrid parecia minúsculo.

Ambêr bufou frustrada e caminhou silenciosamente logo escutando os passos pesados do loiro atrás de si, ela carregava o lampião em suas mãos iluminado o caminho a sua frente com cuidado para não pisar em nada. Nada disso estaria acontecendo se ela segurasse a língua dentro da boca.

- Consegue ir um pouco mais devagar, Weasley ? - Gritou o rapaz ainda na metade do caminho, já ofegante.

Ambêr mordeu o interior da bochecha, controlando-se. A mesma não queria mais confusões, então parou para esperar o loiro, Malfoy passou por ela olhando-a de esgueira e logo se abaixou pegando três plantas que estavam cravadas no chão, sujando suas mãos com um pouco de estrume.

"Pensei que fosse rico o suficiente a ponto de não saber puxar uma planta de Scilio"

- Falta apenas mais três ingredientes. - Ambêr olhou para lista a sua frente. Ele concordou com a cabeça e seguiram.

- Lírios sanguinários brilham a noite, não é ? - Ele parou a caminhada e encarou a lista nas mãos da ruiva.

Ela passou os olhos curiosos pelas gravuras desenhadas no pergaminho. Ela acenou positivamente com a cabeça.

Ele deu a cesta a garota e entrou por um pequeno caminho fazendo o mínimo de silêncio possível, ela revirou os olhos.

- Está pensando em algo que nos ajude, ou irá ficar parada aí ? - Murmurou ele pela segunda vez, Ambêr balançou a cabeça negativamente.

- Estou conferindo a lista, não quero que tenhamos que voltar aqui, caso deixarmos passar algo. - Ambêr empinou o nariz, balançando a cabeça e expulsando os pensamentos.

- Sei que está mentindo. - Ele puxou as raízes dos lírios azuis e rapidamente os enfiou dentro da cesta, limpando as mãos com as folhas ao redor.

Ele estava certa. Ela realmente não estava conferindo a lista, nem se quer se importou.

- Tem consciência de que posso invadir sua mente, não tem ? - Falou o loiro provocativo buscando a varinha em seus bolsos.

- Não seria tão estúpido. - Ela abaixou-se lentamente e puxou a varinha guardada no canto da bota.

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