Capítulo 4

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- Vocês formam um casal, bonito. - Luna comentou deitando ao lado de Bárbara na cama e se ajeitando no peito da mesma.

- Ele é lindo, não é? - sorriu um pouco boba - Ele fala com uma doçura do meu neto. Eduardo seria um ótimo pai. - começou a fazer cafuné em Luna - Infelizmente Fernanda não quer ter filhos, mas é um direito total dela, sempre vi ela mais como tia mesmo.

- E você, tia Babi? - bocejou - Pensa em ter mais filhos?

- Eu adoraria engravidar, viver o meu bebê com amor e carinho. - suspirou.

- Você quer ter um filho, o Eduardo também. Tudo ligado. - sorriu.

- O Eduardo é meu sonho impossível, Luna. - segurou a mão da sobrinha - Ele ama muito a Fernanda ao ponto de sacrificar seu maior sonho por ela. Não existe maior prova de amor que desistir do seu sonho por outra pessoa.

- Eu queria muito que vocês dois ficassem juntos, seus olhos brilham por ele, os dele também estavam brilhando pra você.

- Se for ter algo entre ele e eu, será apenas amizade, minha linda. - desceu o olhar para a menina que ergueu a cabeça para vê-la.

- Dúvido.

- Sabe o que é, meu anjo. A vida adulta não é como a de uma adolescente como você.

- Triste...

...

Eduardo estava sentado na cama, encostado na cabeceira e lendo um livro, Fernanda saiu do banheiro de pijama longo e deitou ao lado do marido. Ele logo largou o livrou e foi beijando a esposa com segundas intenções.

- Eduardo...

- Sim? - parou de beijá-la para poder olhar ela.

- Eu não quero... fazer sexo. Estou menstruada.

- Você sabe que eu não me importo com isso. - ele sorriu carinhoso.

- Mas eu sim, não quero transar. - se cobriu e virou de costas, Eduardo ficou chateado, não pelo sexo mas por ela ter lhe dado as costas.

- O que está acontecendo com nosso casamento, Fernanda? - perguntou calmo.

- Como assim? - se virou.

- Você anda demasiadamente distante, fria, há cinco meses não transamos, te chamo para sair, jantar, ir no parque, shopping, cinema, você se recusa, mal nos beijamos, mal nos abraçamos, quase nem conversamos direito. - se levantou e vestiu a blusa de frio.

- Eu... não sei... Estamos casados há cinco anos, Eduardo. Acho que nosso casamento desgastou... - respirou fundo - Eu não consigo sentir que te amo.

- Mas... depois de tudo que passamos pra conseguirmos ficar juntos... - volteou para poder vê-la.

- Eduardo, olha pra mim, consegue dizer que me ama nos meus olhos? - também se levantou e caminhou até ele e Eduardo a encarava sem saber o que falar - Consegue?

- Não...

- Nosso casamento chegou ao fim, nossa relação acabou... - ela sorriu carinhosa - Você nem percebeu que nos tornamos dois amigos dividindo a mesma cama. Eu não aceitei ter um bebê porque sei que terminaríamos nos separando, um filho não é pra prender casamento, se tivesse aceitado que fossemos pais, pouco depois você e eu iríamos no divorciar e o nosso filho sofreria tendo que crescer pulando entre sua casa e a minha. - pegou a mão dele.

- Mas... e se for só um momento? E se a gente ainda sentir alguma coisa, Fernanda? Eu aceito ficar sem ter um filho. Não tem problema. - derramou uma lágrima.

Reaprendendo a CaminharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora