Capítulo 7

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— Babi, se você engravidasse de novo, ia querer uma menina ou um menino? — Luna perguntou enquanto comiam.

— Eu queria ter mais uma menininha. — Bárbara sorriu olhando a pizza — Mas você sabe que isso não vai acontecer... — ergueu a cabeça.

— Por quê? — Eduardo perguntou.

— Porque... — ela ainda sorria, mas dessa vez, triste — porque eu não quero criar um filho sozinha, queria que tivesse um pai, que não crescesse como Aurora e... na minha situação, nenhum homem vai me querer ao descobrir tudo que eu já fiz, todo meu passado. Eu prefiro evitar qualquer sofrimento, qualquer dor, não me recuperei nem da minha infância ainda...

— Sua psiquiatra disse que você evoluiu muito. — Luna sorriu motivadora.

— Só em algumas coisas... Mas ninguém vai querer ficar com uma mulher problemática, que toma remédio controlado, passa com psiquiatra, tem crise de pânico e mais um monte de coisa. — suspirou.

— Quem te disse isso? — o homem comia devagar e falava calmo — Se alguém se apaixonar verdadeiramente por você, não vai ter nada que impeça essa pessoa de ser feliz ao seu lado e de te fazer feliz também. Essa pessoa vai cuidar de você como ninguém nunca fez, vai se dedicar a te arrancar um sorriso, a te fazer rir. Bárbara, nem todo mundo é igual. Artêmio te usou, Gonçalo te exibia como troféu mesmo sendo um homem bom, Damián... nunca fui com a cara dele, sempre soube que ele era um péssimo partido tanto pra você quanto pra qualquer outra mulher. — pegou o copo de suco — Mas isso não quer dizer que todos os homens vão te fazer mal...

— Eduardo, eu nunca vou encontrar alguém que faça tais coisas por mim... — abaixou a cabeça.

— Precisa parar de ser pessimista. Bárbara, você é uma das mulheres mais lindas que eu já conheci, você sempre chamou atenção em qualquer lugar, pelas roupas, pela beleza única, por ser fácil de se adaptar aos lugares, de se comunicar. — pela primeira vez, Eduardo a elogiou de coração — Vou te explicar uma coisa. — esticou a mão para o queixo dela e puxou para que se olhassem nos olhos, Luna ficou surpresa e sem reação, se segurando para não gritar o quanto os queria como casal — Você só não pode sair dando seu coração para a primeira pessoa que demonstrar interesse em você, ok? Antes de ser amada por alguém, você tem que se amar. Lembra de como você era? Se olhava no espelho sempre se admirando, retocava maquiagem, você pode voltar a ter a autoestima daquela Bárbara, porém qualquer maldade você deixa lá, tudo lá atrás. Traz pra cá só o que convém a você. — deslizou a mão para a bochecha dela e acariciou.

Luna tomava o suco e comia sem piscar, só observando a cena deles dois juntos, ela tentava não surtar, gritar, pular. Só sentia o clima entre os dois.

— Por que vocês não saem para um encontro? — ela sugeriu chamando atenção deles.

— O que? — Bárbara encarou a afilhada.

— Um encontro, Luna? — Eduardo soltou o rosto de Bárbara devagar para também encarar a menina.

— É... vocês jantarem sozinhos... sem mim... ou qualquer outra pessoa... — ela explicou.

— Luna, eu não vou te falar nada. — a loira voltou a comer séria. Já Eduardo sorriu carinhoso para a menina.

— Desculpa... — a menina deixou o prato com pizza ainda e se levantou — Eu só queria ajudar, vocês dois estão solteiros, não tô dizendo pra se agarrarem, é só jantar, comer alguma coisa enquanto conversam um pouco sem alguém que possa interromper a conversa.

— Eu entendi, baixinha. Não precisa se desculpar. — Eduardo pegou a mão dela com carinho e Luna o abraçou em silêncio deitando a cabeça no ombro dele.

Reaprendendo a CaminharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora