21 | Torneio Tribruxo

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- Quando vai nos apresentar seu amigo ? - Perguntou Anna maliciosa.

- Talvez um dia....... se vocês duas se comportarem. - Thomas apontou o dedo para as duas meninas a sua frente.

- Nós somos comportadas.

- Vocês lembram oque aconteceu da última vez ? - Ambêr lembrou-se do verão passado e teve um acesso de risos.

- Foi sem querer.

- Sem querer............ vocês quebraram o braço dele. - Thomas cuspiu seu suco.

- A procedência dele era duvidosa. - Disse Ambêr dando de ombros.

- Esse é o ponto. - Concordou Anna.

- Só porque ele traiu a antiga namorada não significa que ele fosse fazer o mesmo comigo. - Thomas tentou justificar.

- Esse ato não é aceito no nosso bando. - Murmurou Anna.

- Se ele traiu uma pobre menina, quem diria você. - Falou Ambêr.

- Obrigada ajuda muito na minha autoestima.

- De nada. - Anna e Ambêr disseram juntas.

- Então! - exclamou Dumbledore, sorrindo para todos. - Agora que já comemos e molhamos também a garganta, preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos.
"O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôsberrantes, Frisbees-dentados e
Bumerangues-de-repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la."

Os cantos da boca de Dumbledore tremeram ligeiramente. Ele continuou:

- Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram a terceira série. Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as Casas."

- Quê? - exclamou Thomas. Ele olhou para Fred e Jorge, seus companheiros no time de quadribol. Xingaram Dumbledore em silêncio, aparentemente espantados demais para falar. Dumbledore continuou:

- Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.
Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores. Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore. Mais um relâmpago cruzou o teto. Anna prendeu a respiração. O relâmpago revelou nitidamente as feições do homem e seu rosto era diferente de qualquer outro que Ambêr já vira. Parecia ter sido talhado em madeira exposta ao tempo, por alguém que tinha uma vaguíssima ideia do aspecto que um rosto humano deveria ter, e não fora muito
habilidoso com o formão. Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. A boca lembrava um rasgo diagonal e penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e
azul-elétrico vivo. O olho azul se movia continuamente, sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal - depois virava de trás
para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea. O estranho chegou-se a Dumbledore. Estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou, murmurando palavras que Ambêr não pôde ouvir. Parecia estar fazendo perguntas ao estranho, que abanava negativamente a cabeça, sem sorrir, e
respondia em voz baixa. Dumbledore assentiu com a cabeça e indicou ao homem o lugar vazio à sua direita.
O estranho se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o. Tirou então uma faquinha do
bolso, espetou a salsicha e começou a comer. Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.

Diário de uma Weasley Onde as histórias ganham vida. Descobre agora