Dominick é um cara tranquilo e que está sempre disposto a ajudar alguém. Mas não se engane, apesar do bom coração, Dom não costuma levar desaforo pra casa. Tem sempre uma resposta na ponta da língua quando alguém tenta pisar nele. Dom trabalha como...
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Voltamos do mar e tomamos um banho quente. Não rolou nada além de beijos. Como havia falado para o Dominick, temos a noite toda. E pretendo aproveitá-la. A sensação de paz que sinto agora é maravilhosa. Confesso que nunca imaginei que seria capaz de sentir isso um dia. Mas aqui, nesse lugar reservado e com Dominick, eu me sinto em paz.
ㅡ Greg? ㅡ Dom chama, adentrando a cozinha.
ㅡ Fala. ㅡ Franzo o cenho, observando-o se aproximar com um porta retratos em mãos.
ㅡ Seu pai é um dos vereadores da cidade? ㅡ ele indaga, com uma leve careta, e eu assinto, indiferente. ㅡ Eu nunca associei os nomes. O sobrenome dele não é Ferraz?
ㅡ Sim. ㅡ Dou de ombros, focando minha atenção nas panelas ao fogão. ㅡ Eu não uso o sobrenome dele.
ㅡ Não tem o nome dele na sua certidão de nascimento? ㅡ questiona Dom, com cautela.
ㅡ Tem, infelizmente ㅡ resmungo. ㅡ Mas tento ao máximo não usar.
ㅡ Tá, okay ㅡ Dom murmura, voltando a sair da cozinha.
Decidi que não queria o sobrenome do Talles à partir do momento em que desisti de ter o amor dele. Quando voei para os Estados Unidos, eu devolvi todo o dinheiro que ele tinha posto em minha conta poupança desde que eu era menor. Não queria nada dele. Porém, minha conta não ficou totalmente vazia, já que uma parte da grana foi posta lá pela minha mãe.
Me estabilizei no exterior com a ajuda do meu tio Thiago. Consegui finalizar meu curso de design gráfico e prestei alguns estágios que me renderam uma boa grana. Dos cinco anos em que estive lá, três eu passei estagiando. Cada ano em uma empresa diferente. Posso dizer que tenho bons recursos e que poderia ficar anos sem trabalhar, mas não é isso que quero pra mim. Quando voltar vou falar com Ivo, e se ele me quiser na equipe dele, eu vou aceitar o emprego de bom grado. Acho que não consigo ficar muito tempo sem criar minhas artes. E, modéstia à parte, eu sou muito bom no que faço.
ㅡ O cheiro parece bom ㅡ fala Dom, me arrancando dos meus pensamentos. ㅡ O fato de você saber cozinhar é um ótimo complemento ao fato de você ser um puta gostoso do caralho.
Solto uma risada rouca, arqueando a sobrancelha para ele.
ㅡ Você sabe que eu amo quando você xinga e faz isso de propósito, hein? ㅡ o acuso, cruzando os braços e me recostando na pia.
ㅡ Quão mal você faz de mim, cara. ㅡ Dom me lança um olhar inocente. ㅡ Eu jamais faria isso por provocação.
ㅡ Você sabe que a única coisa que esse olhar de inocência fingida provoca em mim, é vontade de te tacar na parede e te comer contra ela, não sabe? ㅡ falo, com um sorrisinho sujo.
Solto um riso fraco ao notar que isso deixa Dominick sem palavras. Talvez ele ainda não esteja acostumado com a minha falta de filtros. Se isso aqui fosse um desenho animado, o queixo dele teria ido ao chão. O lampejo de desejo que noto em seus olhos me deixa bastante satisfeito.
