25 | "Maldita Ambêr"

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- Eu não acredito! - exclamou Ron, em tom de espanto, quando os alunos de Hogwarts se enfileiraram pelos degraus atrás da delegação de Durmstrang.

- Krum, Harry! Vítor Krum!

- Pelo amor de Deus, Ron, ele é apenas um jogador de quadribol - disse Ambêr sorrindo ao ver o rapaz.

- Apenas um jogador de quadribol? - exclamou Ron, olhando para a irmã como se não pudesse acreditar no que ouvia. - Ambêr, ele é um dos melhores apanhadores do mundo! Eu não fazia ideia de que ele ainda estava na escola!

Quando eles atravessaram o saguão com os demais alunos de Hogwarts, a caminho do Salão Principal, Ambêr viu Lino Jordan pulando nas pontas dos pés para conseguir ver melhor a nuca de Krum. Várias garotas do sexto ano apalpavam freneticamente os bolsos enquanto andavam:

- Ah, não acredito, não trouxe uma única pena comigo..... Você acha que ele assinaria o meu chapéu com batom?

- Francamente! - exclamou Ambêr com ar de superioridade, ao passarem pelas garotas que disputavam um mínimo de espaço.

- Vou pedir um autógrafo a ele se puder - disse Ron -, você tem uma pena, Harry?

- Não, deixei todas lá em cima na mochila - respondeu Harry.

Os garotos se dirigiram à mesa da Grifinória e se sentaram. Ron tomou o cuidado de se sentar de frente para a porta, porque Krum e seus colegas de Durmstrang ainda estavam parados ali, aparentemente sem saber onde se sentar. Os alunos de Beauxbatons tinham escolhido lugares à mesa da Corvinal. Corriam os olhos pelo Salão Principal com uma expressão triste no rosto. Três deles ainda seguravam as echarpes e xales que cobriam a
cabeça.

- Não está fazendo tanto frio assim - comentou Hermione que os observava, irritada. - Por que não trouxeram as capas?

- Aqui! Venham se sentar aqui! - sibilou Ron. - Aqui! Mione chega para lá, abre um espaço...

Ron arregalou os olhos quando Krum caminhou lentamente a mesa da Grifinoria e puxou disfarçadamente o cabelo de Ambêr.

- Não se lembra mais dos amigos Ambêr? - Questionou ele com seu sotaque natural, abrindo os braços.

- Sua fama aumenta demais esse seu ego grande. - Ambêr pulou para um abraço, claro, chamado a atenção da metade do salão.

" Maldita Ambêr " pensou Ron

- Depois nos conversamos. - O moreno deu uma piscadela para a ruiva. Ambêr sorriu animada quando lembrou do dia da Copa quando conheceu o amigo na saída do banheiro.

Vítor Krum e os colegas de Durmstrang tinham se acomodado à mesa da Sonserina. Ambêr viu que Malfoy, Crabbe e Goyle pareciam muito cheios de si com isso. Enquanto o garoto observava, Malfoy se curvou para falar com Krum.

- Como você conhece ele? E por que não me falou? E por que não me apresentou ele? - Ron perguntou incrédulo assim com Harry.

- Malfoy vai tentar virar amigo dele, só pra puxar o saco. - Falou Ambêr ignorando o irmão.

- Eu estou falando com você. Me responda. - Bradou Ron.

Krum conversava com Malfoy claramente percebendo o jogo do loiro que tagarelava, o moreno olhou para Ambêr e sorriu alargamente sendo correspondido, logo o sorriso de Malfoy se desmanchou ao ver a cena, logo se contorcendo como um garoto mimado.

- Chegou o momento - disse Dumbledore, sorrindo para o mar de rostos erguidos. - O Torneio Tribruxo vai começar. Eu gostaria de dizer algumas palavras de explicação antes de mandar trazer o escrínio...

- O quê? - murmurou Ambêr.
Anna deu de ombros.

- ... apenas para esclarecer as regras que vigorarão este ano. Mas, primeiramente, gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Bartolomeu Crouch, Chefe do
Departamento de Cooperação Internacional em Magia - houve vagos e educados aplausos -, e o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. Houve uma rodada mais ruidosa de aplausos para Bagman do que para Crouch, talvez por sua fama de batedor ou simplesmente porque ele parecia muito mais simpático. Ele agradeceu com um aceno jovial. Bartolomeu Crouch não sorriu nem acenou quando seu nome foi
anunciado. Ao lembrarse dele vestido com um terno bem cortado na Copa Mundial de Quadribol, Ambêr achou que parecia estranho naquelas vestes de bruxo. Seu bigode à escovinha e a risca exata nos cabelos pareciam muito esquisitos ao lado dos longos cabelos e
barbas de Dumbledore.

- Nos últimos meses, o Sr. Bagman e o Sr. Crouch trabalharam incansavelmente na organização do Torneio Tribruxo - continuou Dumbledore - e se juntarão a mim, ao Prof. Karkaroff e à Madame Maxime na banca que julgará os esforços dos campeões. À menção da palavra "campeões", a atenção dos estudantes que ouviam pareceu se aguçar.
Talvez Dumbledore tivesse notado essa repentina imobilidade, porque ele sorriu e disse:

- O escrínio, então, por favor, Sr. Filch.

Filch, que andara rondando despercebido um extremo do salão, se aproximou então de Dumbledore, trazendo uma arca de madeira, incrustada de pedras preciosas. Tinha uma aparência extremamente antiga. Um murmúrio de interesse se elevou das mesas dos alunos; Dênis Creevey chegou a subir na cadeira para ver direito mas, por ser tão miúdo, sua cabeça mal ultrapassou a dos outros.

- As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Srs. Crouch e Bagman - disse Dumbledore, enquanto Filch depositava a
arca cuidadosamente na mesa à frente do diretor -, e eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que servirão para testar os campeões de diferentes maneiras... sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo. A esta última palavra, o salão mergulhou num silêncio tão absoluto que ninguém parecia estar respirando.

- Como todos sabem, três campeões competem no torneio - continuou Dumbledore calmamente -, um de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada uma das tarefas do torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado no final da terceira tarefa ganhará a Taça Tribruxo. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial... o Cálice de Fogo. Dumbledore puxou então sua varinha e deu três pancadas leves na tampa do escrínio. A tampa se abriu lentamente com um rangido. O bruxo enfiou a mão nele e tirou um grande cálice de madeira toscamente talhado. Teria sido considerado totalmente comum se não estivesse cheio até a borda com chamas branco-azuladas, que davam a impressão de dançar.

- Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no cálice - disse Dumbledore. - Os candidatos terão vinte e quatro horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, Festa das Bruxas, o cálice devolverá o nome dos três que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos
que queiram competir.

"Para garantir que nenhum aluno menor de idade ceda à tentação", continuou Dumbledore,"traçarei uma linha etária em volta do Cálice de Fogo depois que ele for colocado no saguão.
Ninguém com menos de dezessete anos conseguirá atravessar a linha.

"E, finalmente, gostaria de incutir nos que querem competir, que ninguém deve se inscrever neste torneio levianamente. Uma vez escolhido pelo Cálice de Fogo, o campeão ficará
obrigado a prosseguir até o final do torneio. Colocar o nome no cálice é um ato contratual mágico. Não pode haver mudança de ideia, uma vez que a pessoa se torne campeã. Portanto, procurem se certificar de que estão preparados de corpo e alma para competir, antes de depositar seu nome no cálice. Agora, acho que já está na hora de irmos nos deitar. Boa-noite a
todos."

- Uma linha etária! - exclamou Fred Weasley, os olhos brilhando, enquanto atravessavam o salão rumo às portas que se abriam para o saguão de entrada.

- Bom, isso deve ser contornável com uma Poção para Envelhecer, não? E depois que o nome estiver no cálice, a gente vai ficar rindo, ele não vai saber dizer se você tem ou não dezessete anos!

- Mas eu acho que ninguém abaixo de dezessete anos terá a menor chance - disse Anna..

- Fale por você. - Falou ele.

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