Queda

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Adora se posiciona no centro de um círculo formado por vários dos magos do templo de mãos dadas, os quais se posicionam sobre uma linha perfeita traçada em branco ao chão.

– Preparados? – pergunta a deusa do poder. Alguns dos seus magos gritam "sim", outros assentem em concordância, Glimmer diz "manda brasa".

A energia mágica da deusa do poder começa a fluir pelo círculo, inundando todos os magos com centenas de vezes mais poder do que eles normalmente teriam. Shadow Weaver, a mais experiente dos magos, lidera uma sequência de movimentos lentos, que são repetidos pelos outros magos em sincronia.

É como assistir uma dança, na opinião de Catra.

Pouco a pouco, um buraco se abre no chão, a terra se converte em mármore, uma escadaria é esculpida. A deusa sabe que, além da sua visão, um novo templo está sendo esculpido por baixo da terra.

Durante a última semana, a vila fora reestabelecida, armadilhas de peixes foram criadas a toda a volta da ilha, as primeiras plantações foram plantadas. Um pequeno grupo de comerciantes fora formado para trocar relíquias religiosas antigas por dinheiro e comida em cidades costeiras e eles não devem demorar muito para voltar.

Enquanto conduz a "dança", o olhar de Shadow Weaver se cruza por um momento com o de Catra, que a observa com Melog do telhado de uma das construções.

Desprezo.

Catra suspira e relaxa sobre o telhado, desviando os olhos do ritual mágico.

– Hey, Melog. Lembra quando a gente lutava contra impérios gigantescos? – murmura Catra. Sua velha companheira solta algo similar a um miado distorcido, como quem confirma.

Ainda deitada, Catra estica os braços e pernas feito um gato preguiçoso e se vira para o outro lado da vila, longe de onde o ritual acontece. Encontra Hordak, o elfo branco e Entrapta, a gênia humana, carregando caixas para dentro do seu novo laboratório. Hordak mantém uma expressão dura e inflexível no rosto o tempo todo, a cada ida e volta, enquanto Entrapta parece animada feito uma criança indo para a sorveteria, sorrindo, falando sem parar, cheia de energia. Suspirando, Catra se levanta.

– Hey, Melog. Vou ajudar os nerds ali – ela passeia os olhos por todo o vilarejo. Encontra Mermista, Scorpia e Amber na beira da praia, conversando sabe-se lá sobre o quê, a Donzela do Outono aparentemente tímida. Não muito longe delas, um grupo de crianças e adolescentes brincam na praia e, perto das plantações um grupo liderado por Perfuma faz as hortas crescerem mais rápido – você fica de olho em tudo?

O Deus das Ilusões demonstra concordância por pensamento e Catra dá um longo salto na direção de Entrapta e Hordak. Ela pousa bem na frente do elfo branco, que nesse momento carrega justamente aquele canhão de energia que ele tentara usar no dia da invasão dos caçadores ao antigo templo. Parece especialmente cuidadoso com o objeto.

– Hey, Hordak.

– Catra – ele faz uma curta reverência e passa por ela, continuando seus afazeres.

– Você sabe que não precisa disso – ela diz, revirando os olhos – precisam de ajud...

– CATRA! QUE BOM QUE ESTÁ AQUI! – Entrapta quase explode em seu ouvido – nossa, a gente tem TANTA coisa pra carregar! A vitalidade de uma deusa nos ajudaria TANTO agora, sabia???? Vem, eu te mostro!

Com a ajuda de Catra, os dois cientistas reorganizam seu laboratório rapidamente.

Há alguns séculos, Catra não teria imaginado que seria capaz de permanecer pacificamente ao lado de um elfo branco.

[...]

1452 anos atrás

Eles estão por todos os lados.

Após a Morte de Um PanteãoWhere stories live. Discover now