29_ Dormitório do Marcus.

153K 14.4K 31K
                                    

Rain Miller

... Ele vai me beijar?

O Marcus pegou em uma das minhas mãos e me girou pelo terraço.

Eu quase derrubei a gente umas 30 vezes mas logo eu estava sorrindo e me divertindo.

Eu nunca tinha dançado na chuva, até conhecer esse garoto completamente doido.

Eu joguei água no Marcus e ele jogou água em mim. A gente dançou e girou pelo terraço todo até as nossas pernas doerem, e quando a dor começou a incomodar os meus pés, ele me levantou e começou a correr pelo terraço, enquanto a chuva ainda caia sobre nós.

Ele é um sociopata, eu diria.

Eu pensei que ia morrer tragicamente umas 999 vezes hoje.

Mas eu não posso negar que foi incrível.

Eu estava dançando na chuva, eu me sentia viva e eu não podia reclamar.

Se eu reclamasse, o Marcus me arrastaria pelo chão do terraço e depois me jogaria na floresta.

Agora, já não está chovendo, então estamos apenas deitados no chão molhado do terraço.

Uma vibe mais Damon Salvatore, sabe?

- Eu gosto que você me entende, porquê você é quebrado como eu. - Confessei olhando para o seu belo rosto.

- A gente é apenas duas pessoas quebradas se ajudando. - Sorriu me encarando de volta.

O Marcus se levantou e me estendeu a sua mão para me ajudar a levantar.

- Eu não confio em você. - Brinquei olhando para a sua mão e lembrando da última vez que ele fez isso.

No dia que nos conhecemos...

O Marcus riu e se abaixou, pegando a minha mão e dando um beijo na mesma, em seguida me ajudando a levantar.

- Você alguma vez já se apaixonou? - Perguntou com o seu olhar curioso.

- Eu acho que não... - Respondi.

- Você quer que eu te conte como é estar apaixonada?

Eu assenti com um sorriso tímido, não sabendo o que esperar desse garoto.

- Fecha os olhos, respira fundo e apenas escuta. - Mandou e eu fiz uma careta confusa.

- Não tem nada para escutar... - Apontei e ele me olhou com uma falsa irritação.

- Apenas faz o que eu te falei. - Sorriu.

Eu finalmente obedeci.

Fechei os meus olhos, respirei fundo e escutei.

O momento depois da chuva. A calmaria, o cheiro reconfortante e o silêncio. Eu chamaria isso tudo de paraíso.

Eu voltei a abrir os olhos e encontrei o Marcus me encarando na minha frente.

- Isso é estar apaixonado? - Perguntei genuinamente curiosa.

- Amor é diferente pra todo mundo. Pelo menos pra mim, isso é estar apaixonado. - Contou pegando na minha mão e começando a me puxar para fora do terraço. - A chuva.

- Você me faz sentir viva. Isso é estar apaixonada? - Perguntei.

O que eu falei, fez o Marcus travar, ele se virou e me encarou com os olhos brilhando.

- Eu acho que não poderia te falar o que é amor ou não. Eu apenas posso te falar que quando for amor, você vai saber. - Falou olhando no fundo dos meus olhos e fazendo carinho na minha mão.

Eu apenas assenti e o Marcus me levou até à janela.

- Eu não pensei que depois teríamos que sair completamente encharcados. - Confessei encarando o Marcus e ele concordou com o olhar assustado.

- Essa foi uma pequena falha no meu plano. - Confessou com um sorriso.

- E agora a gente faz o que seu idiota do caralho? Espera o sol nascer e seca aqui fora igual roupa pendurada no varal? - Falei batendo no ombro do Marcus.

- Você sabe que é só um empurrão daqui e você morre, não é, meu amor? - Me encarou desafiador.

- Eu vou te fazer em picadinhos e enviar cada pedaço pra tua família. - Ameacei com os olhos semicerrados.

- Rain, sei estremamente bella e tutto ciò a cui riesco a pensare in questo momento è baciarti, ma se non smetti di parlare, ti spingo giù per le scale. - Soltou o Marcus e eu olhei com uma careta extremamente confusa pra ele.

- Olha só, seu arrombadinho, se você acabou de xingar a minha geração toda, eu vou cortar teu...

Eu tentei ameaçar mas o Marcus me empurrou.

Eu quase dei de cara no chão quando aquele vagabundo me empurrou para dentro da biblioteca de uma vez só.

Ele segurou meu pulso pra que eu não perdesse meus dentes e nem quebrasse o meu nariz, e então pulou a janela também.

Quando eu percebi o que tinha acontecido, olhei com os olhos arregalados e a boca levemente aberta para o Marcus. Peguei um pau de vassoura que tinha perto e comecei a tentar bater com o pedaço de madeira no Marcus.

O mesmo assustado, conseguiu pegar o pau da vassoura e me puxou para que eu ficasse de pé.

Então, eu comecei a bater nele.

Ou, pelo menos, tentei.

O Marcus conseguiu pegar as minhas duas mãos e segurou elas com uma mão só. Ele me encarava com um sorriso, apesar do rosto chocado.

Logo em seguida, a gente ouviu um barulho em algum canto da biblioteca, que nos fez arregalar os olhos.

- Eu vou gritar e falar que você me sequestrou. - Sugeri e o Marcus quase me jogou da janela.

Ele fechou a janela rapidamente e começamos a correr pela biblioteca.

Se eu não quebrei um osso dançando na chuva e nem depois de ter sido empurrada para dentro da biblioteca, eu acho que quebrei agora.

Eu bati contra tanto livro, tanta mesa e tanta estante...

Eu tava parecendo um brinquedo de pano, pelo jeito que o Marcus tava me arrastando.

Saímos da biblioteca e logo começamos a correr pelas escadas e corredores.

Se eu fosse ver o top 5 vezes que a morte beijou a minha bunda, ia ser tudo dessa madrugada.

Eu não reconheci o caminho que o Marcus estava me levando mas do jeito que eu estava tonta e tinha rodado, era melhor eu nem perguntar.

Paramos em um corredor que eu achei estranhamente familiar e parecido com o corredor aonde ficam os dormitórios femininos.

- Aonde a gente tá indo? - Perguntei baixinho por fim.

- Para o meu dormitório. - Contou e eu arregalei os olhos levemente.

Depois de andarmos mais um pouco, o Marcus parou na frente de uma porta, abriu a mesma e entrou.

Eu sem saber o que fazer, apenas fiquei parada encarando o quarto gigantesco na minha frente, sem entrar no mesmo.

Alguns segundos depois, o Marcus aparece na minha frente sem camisa e me puxa para dentro do seu dormitório.

continua...

---

qnd tiver 7777 comentários eu posto o próximo cap ainda hj

tradução para o que o Marcus falou em italiano:

- Rain, você é extremamente bonita e tudo em que consigo pensar agora é em beijar você, mas se você não parar de falar, vou empurrá-la escada abaixo.

O Colégio InternoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora