• Cap.1

81.6K 4.1K 494
                                    


No dia seguinte acordo com o som do vizinho no último volume, tenho certeza que a mulher dele largou ele novamente, e agora a vizinhança toda tem que sofrer junto com ele.

Sinceramente, se não fosse pela minha mãe eu já teria alugado um apartamento para eu morar sozinha, assim não teria que aguentar o corno do lado e nem ver a cara do encostado que minha mãe namora.

Desço as escadas indo na direção da cozinha para tomar café mas desisto quando vejo Roberto (o encostado) fazendo petiscos.
Credo, o dia mal começou e ele pensando em beber.

Algumas pessoas bebem para celebrar ou comemorar algo, outras bebem para afogar as mágoas como o corno do meu vizinho, mas esse bebe apenas por respirar.
Torço para que um dia minha mãe abra os olhos e se dê conta do mal que ela fez quando deixou esse encostado morar aqui com a gente.

Meu humor piora a cada instante, tenho que sair daqui urgentemente. Antes que ele me veja, pego uma maçã em cima da mesa e subo para me arrumar.

Coloco uma roupa bem leve já que é meu dia de folga e preparo a mala para encher com as roupas do depósito.
Chegando na empresa encontro logo com Mari me esperando na porta da empresa.

_finalmente a madame chegou!_ela faz sinal para o relógio para me dizer que eu estava atrasada.

_foi o ônibus!_me desculpo e entramos porta à dentro da empresa.

A empresa parecia mais lotada do que em dia normal de trabalho, as pessoas passavam por mim e Mari quase nos arrastando junto, todos pareciam apressados como de quem iriam tirar a mãe da forca.

_por que essa agitação?_ pergunto segurando a mão da minha amiga.

_você não sabe?_ nego com a cabeça.

_ isso é por causa da viagem, a megera da Cassandra mesmo estando doente está fazendo todos trabalharem sem descanso. Todo mundo aqui está ocupado fazendo entrevistas, colunas e adiantando as coisas para a nova coleção.

_eu não acredito que ela está descontando em vocês só porque ficou doente e não vai poder ir para a Itália_ como ela não poderia fazer nada contra mim, começou a descontar nos outros.

_essa mulher é um demônio!

_concordo plenamente!_ digo e uma funcionária esbarra em mim deixando cair algumas pasta no chão, vejo o desespero dela e pergunto se ela está bem.

_desculpa, eu não te vi, a Cassandra está mandando todos irem atrás das modelos para fotografar a nova coleção e isso está deixando todos loucos!

_mas a coleção ainda nem está pronta, como ela quer que fotografar com as modelos?_pergunto incrédula com a maldade daquela mulher_ onde está Ítalo que não está vendo isso?

_ah, esqueci de te dizer, ele saiu de férias, foi para Londres com o namorado para comemorar o noivado_ Mari me atualiza.

_quando isso aconteceu?_ fico chocada com a rapidez dos acontecimentos. Todos sabiam que Ítalo estava saindo com um cara, mas ninguém imaginava que o caso era tão sério assim.

_ontem de madrugada_a funcionária me diz enquanto pega as pastas do chão.

_eu tentei te avisar, mandei um milhão de mensagens mas você não viu. Para quê você tem celular Carolina?

Faço a minha melhor cara de paisagem e a funcionária vai embora me deixando com a fúria de Mari.
Ela me dá alguns sermões à caminho do depósito e eu tenho que escutar tudo calada.
Ela tinha razão, eu não podia ficar muito tempo sem o celular na mão, muitas coisas poderiam acontecer principalmente na empresa.

𝐆𝐫á𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐃𝐞 𝐔𝐦 𝐌𝐚𝐟𝐢𝐨𝐬𝐨Onde as histórias ganham vida. Descobre agora