Capítulo 5

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Anthony Hastings:

Os pais dela saberem é ruim, mas a minha mãe é pior. Só apresentei para ela duas namoradas, nenhuma delas minha mãe gostou e desde então não conheceu as outras, nem mesmo a última que durou mais de um ano.

Não que minha mãe fosse uma vilã de novela, não, mas ela tinha uma ideia fixa na cabeça que eu encontraria o amor da minha vida assim como ela encontrou com meu pai e minha irmã encontrou em seu marido e pai das duas filhas dela.

E Amélia nada mais era que uma mentira. Apresentar ela a minha mãe seria uma perda de tempo, além de gerar perguntas demais e tenho certeza que ela não gostaria de se ver nessa situação.

Ouço meu celular tocar e então vejo o nome "mãe" brilha na tela, ignoro a chamada e decido almoçar fora do escritório.

Amélia Parker:

Quando o fim do dia finalmente chegou, subi para o escritório quase arrastando meu corpo iria levar os desenhos para minha casa e fazer algumas alterações no designer da construção para só então enviar para a obra amanhã cedo.

Caminho até a pequena cozinha destinada a funcionários, quando passo pela sala de Anthony. Diminuo meus passos e vejo que ele está irritado com algum desenho sobre sua mesa, observo ele passar a mão pelo cabelo que está mais ondulado que o normal e fechar os olhos.

Resolvo ir até ele, bato na porta e sem esperar resposta abro.

"Ei, algum problema? Esse lápis andou te mordendo?" - Brinco e quando seus olhos me encaram sua expressão ainda é frustrada - "Aconteceu alguma coisa?"

"Não, só essa planta" - O suspiro sai alto - "Não consigo achar um designer que encaixe com o que o cliente quer, todos parecem meio deslocados"

Caminho até os papéis em sua mesa e os analiso.

"Bom, você poderia mudar a janela e colocá-la aqui" - Aponto - "Ou mudar a ideia da janela para um teto aberto, então umas plantas seriam adicionadas no espaço e o ambiente ficaria harmônico"

Anthony avalia por um instante, talvez montando a imagem em uma cabeça e então sorri para mim.

"Ótima ideia, me ajudou muito" - Diz e eu o observo mais - "O que houve?"

"Você teria pensado nisso" - Franzo o cenho ao chegar nessa conclusão - "Acho que seria a segunda coisa que pensaria para resolver"

"E?" - Pergunta com desdém.

"Está perdendo a prática?" - Não ia perder a oportunidade de alfinetar ele - "Estou desmotivada com sua falta de agilidade, será que finalmente está pronto para admitir que sou melhor que você?"

Ele levanta o olhar em minha direção e ri sem graça.

"Sei o que está fazendo, hoje não vai funcionar" - Diz e volta a desenhar.

"Mas aconteceu alguma coisa" - Começo e então vou em sua direção, levo minha mão até seu braço e acariciei subindo até seu ombro - "Vai me falar?"

"Promete não matar a pessoa responsável?" - pergunta enquanto eu aperto levemente seu ombro sentindo nós de tensão.

"Talvez" - Digo apertando seus ombros em uma massagem, ele relaxa suspirando enquanto aceita - "Agora, fala"

"Ethan contou para a minha mãe sobre nós" - Parei meus movimentos na hora. Droga, porque homens são tão fofoqueiros? Se eu tivesse colocado em um outdoor, não seria tão espalhado por aí - "Ei, você estava me fazendo uma massagem"

"Sem massagem para quem tem amigo fofoqueiro" - Me afasto.

"Seu irmão também é, contou antes do meu amigo!" - Ele defende e eu o olho chocada - "Isso está começando a desandar"

Um Acordo VantajosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora