Mantenha Os Inimigos Próximos

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A vela se acendeu naquele porão obscuro feito de madeira. Vinicius estava adormecido na cama no canto do quarto, iria sobreviver.
Marc estava tenso, mas não deveria mostrar esse tipo de reação. Ele agora tinha que pensar e agir como um jogador, se não iria morrer.
Lucas, jogador número 10 e a garota desconhecida que andava com ele. Seu nome era Mary, seus cabelos negros cobria parte do rosto e descia os ombros, a pele morena brilhava com o reflexo da luz do fogo no centro do quarto.

— Número 10 — Marc falou.

— Número 1 — Lucas respondeu. Estava ajoelhado com Mary numa mesa pequena de centro, Yuno e Marc do outro lado.

— Me esclareça — Marc começou, percebendo que a atenção de Mary ao lado do Lucas surgiu — Como um Deus está morrendo?

— Acho que nós temos que explicar — Lucas falou, então ouviram passos em cima deles, na madeira.

— Quem mais está na casa? — Yuno perguntou.

— Minha mãe e meu irmão mais novo — Lucas respondeu.

— Quantos anos?

— Não precisa saber dessa informação srta.Segunda — Os olhos caramelos de Lucas se desviaram para Marc novamente.

— Antes de tudo, como sua amiga soube disso tudo? — Marc ainda estava confuso da presença dela.

— Fui atacado pela número 6, ela estava junto — Lucas pegou uma xícara em cima de um caixote no canto, estava saindo fumaça então estava quente.

— A...Número 6?

— Sim — Mary falou — Nos seguiu na rua.

— Mataram ela?

— Não — Lucas respondeu.

A tensão estava ficando grande naquele pequeno quarto. Yuno encarava eles em busca de alguma informação, mas nem o diário havia apitado.
Foi o suspiro de Vinicius no canto da sala que quebrou esse silêncio.

— Então — Lucas se ajeitou — Vamos retomar as regras do jogo.

— Acho que já sabemos as regras — Yuno disse.

— Ainda não me dirigi a você srta.Segunda — Lucas a cortou e olhou a vela — Somos 12 jogadores. Agora oito. O diário nos alerta quem morreu e quem matou. Tipo a uma hora atrás, onde falou que o jogador número 1 e a jogadora número 2 mataram a jogadora número 7.

— Prossiga — Marc falou.

— O Deus escolheu 12 pessoas por algum motivo, ele sabia que essas 12 pessoas seriam ótimos jogadores, se não morressem antes de virarem um. E como um Deus, é meio óbvio que ele consegue viajar e manipular o tempo a sua disposição. Ou seja, ele já sabe quem vai ganhar, independente de quantas vezes o futuro pode mudar.

— Não era mais fácil o Deus só escolher o novo Deus?

— Precisam ser testados, todos nós. Um Deus enxerga todos os parelelos, todas as chances distintas. E ele manipula isso ao seu favor. Mas eu também não acho que isso tudo seja por diversão.

— Como assim?

Lucas deu um gole no chá e esperou um momento. Então seus olhos semicerraram.

— Antis.

— O quê?!

— Aquela mulher, que ajuda o Deus — Quando Lucas falou isso, Yuno havia começado a prestar atenção — Por que um Deus precisa de ajuda?

— Você acha que...

— Que ela criou o jogo. Mas o Deus deu o propósito. Eles são Deuses e uma diversão no mundo humano deveria saciar o prazer deles. Pois o Deus sempre diz "Pobres almas perdidas", ele não liga para nós.

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