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Lua🌙

Voltei para o meu lugar tentando manter a normalidade e já fui enfiando a cara na tela do celular, de cara vi uma notificação do Coringa e percebi que era de alguns minutos atrás, provavelmente de quando eu estava indo para o banheiro. "Pq não falou cmg??", foi o que ele tinha escrevido na maior cara de pau, ele era um sonso por completo!

Depois do que rolou no banheiro eu nem tive mais animação para nada, acho que até o pessoal que estava junto com a gente percebeu o clima estranho, porque toda hora eles ficavam olhando para nós dois. Estava totalmente difícil disfarçar a nossa cara de ranço um para o outro, foi tanto que em menos de meia hora ele chamou o pessoal para ir embora, eu deixei todo mundo ir e fiquei com as meninas mais um pouco só para não dar ousadia a ele.

Lua: Você viu como ele saiu grudado com ela? -sorrir fraquinho.-E eu ainda acreditei por alguns minutos que ela era prima dele.

Tainá: Desculpa, eu só falei o que eu tinha ficado sabendo.-dei de ombros.-Eu sou lerda as vezes.

Carol: Sério, deixa o Coringa pra lá.-prendeu o cabelo.-O melhor a se fazer nesse momento é ficar doidona na bebida e beijar outras bocas por aí! Macho é o que não falta, rola também.

Tainá: Mas ela gosta dele e esse é o problema.-deu de ombros.

Lua: Gosto, mas também não vou ficar sofrendo, é como ele falou, ele é solteiro, sendo assim eu também sou!

Eu não vou mentir, eu não estava triste pelo Coringa falar na minha cara que não queria mais ficar comigo, porém fiquei chateada pela forma que ele falou e me tratou. Mas eu também não ia ficar quebrando a cabeça só pensando naquilo, eu tinha ido para a praia para relaxar, e foi isso que eu e as meninas decidimos fazer.

Cheguei a me encontrar com o cara que derrubou a bebida em mim umas duas vezes, na segunda vez ele pediu o meu número, e eu como a solteira que eu sou, dei. Ele se apresentou como Arthur, e as meninas ficaram fazendo maior pressão pra gente beijar, só que não rolou, ele queria mas eu me fiz de difícil.

Carol: Amiga, eu tô doidona.-apoiou a mão no meu ombro enquanto a gente saía da areia.

Lua: Eu também e nem era pra eu ter bebido esse tanto todo, eu tô dirigindo.-enfiei a mão no bolso procurando a chave do carro.

Tainá: Eu só sei que eu tô vendo tudo girar.-começou a rir.-O chão tá rodando assim ô.-parou no meio do caminho e deu uma rodadinha.

Carol: Cê tá drogada, caralho.-começou a rir e eu parei esperando a Tainá parar de rodar.-Vem logo doida, todo mundo tá indo embora.

Tainá: O boy da Lua já foi também, ela ficou fazendo cu doce, se fosse eu tinha metido um beijão na boca daquele moreno gostoso.

Carol: Olha Tainá, eu respeito pra caralho o seu irmão, mas naquele moreno eu sentava até não aguentar mais.

Tainá: Em respeito a Lua, até eu sentava.

Lua: Para, até eu sentava também.-respirei fundo chegando no asfalto.

Eu estava praticamente vendo quase tudo embaçado, mas tava um pouquinho mais sóbria que as meninas. Eu deveria ter maneirado na bebida, mas acabei passando um pouco do limite para quem estava dirigindo.

Assim que entramos no carro a Carol ligou o som e começamos a cantarolar na maior felicidade até começar a tocar Matheus e Kauan com aquelas músicas de sofrência que faz você parar para pensar na vida. Parece o rádio sabia o que tava acontecendo na minha vida amorosa, foi tocando uma sofrência atrás da outra, e a maioria dos refrão, era quase a mesma coisa que eu estava vivendo.

Eu fiquei pensando tanto no Coringa que acabei ficando com raiva e descontando a raiva no acelerador sem lembrar que estávamos na pista. Quando me dei conta da merda que eu tinha feito fui tentar pisar no freio e não deu mais parar impedir de bater no carro, ou melhor, no fundo de uma viatura.

Fiquei completamente paralisada enquanto as meninas gritavam pedindo para eu dar a volta na contra mão, eu simplesmente soltei o volante e respirei fundo passando a mão no rosto e pensando na merda que tinha acabado de acontecer na minha vida.

Dois pontos na carteira ou até mesmo ser conduzida para a delegacia por causa que eu estava dirigindo sob o efeito de álcool.

Tainá: Vai esperar ele descer? -concordei com a cabeça tirando o cinto.-Não, por favor! -olhei para ela fazendo cara de desentendida.

Carol: Se a gente tentar vazar vai ser duas vezes pior, já não basta o azar de ter batido o carro, ainda foi em uma viatura.

Lua: Exatamente.-Tainá negou com a cabeça toda desesperada.

Tainá: Ele vai querer revistar o carro.-dei de ombros.

Lua: Aqui não tem nada demais.-a Carol olhou para ela.

Tainá: Eu tô com maconha, caralho.-Carol começou a rir e eu neguei com a cabeça me recusando a acreditar.

Lua: Não fode.-olhei para frente e vi que um dos policiais que estavam dentro da viatura estava vindo na nossa direção.

Tainá: É sério, porra.

Eu desci do carro tentando acreditar que o que ela tinha falado era mentira, se fosse verdade nós três estaríamos completamente encrencadas. Como que eu ia explicar para um polícial que eu não usava drogas sendo que uma das mulheres que estavam comigo, estava com maconha? Missão completamente difícil.

Policial: Boa noite, dona.-parou do lado do carro, olhando para ver se tinha amassado alguma parte da viatura.

Lua: Boa noite, senhor.-tentei não mostrar nervosismo.-Desculpa por esse ocorrido, é que a minha amiga estava passando mal e eu fiquei com um pouco de desespero. Mas como o senhor pode ver, não teve problema algum com a sua viatura, só um pouco de amassado no meu carro.-ele olhou para mim.

Policial: Consumiu alguma bebida alcoólica? -neguei com a cabeça na maior cara de pau.-Só não vou tirar minha própria conclusão porque estou sem o teste.-concordei com a cabeça.-Mas quero ver a carteira da senhorita.

Eu entrei de volta para dentro do carro e peguei a minha bolsa tirando a minha carteira de dentro, o policial ficou olhando com a maior cara séria para as meninas dentro do carro, e eu fiquei morrendo de medo dele querer fazer a revista.

Lua: Tá tudo na validade, só tenho dois pontos.-entreguei a carteira para ele e ele enfiou a mão no bolso tirando uma caneta vermelha.

Para a minha sorte ou azar, eu recebi três pontos na carteira, mas também dei a sorte dele ter dispensado fazer a revista no meu carro. Sendo assim depois que ele foi embora e o problema foi resolvido eu quis tirar a minha própria conclusão se a Tainá estava com maconha, e para a minha surpresa, sim.

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Já sabem né??

No MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora