A Princesa de Illéa

Capítulo 1 - Aniversário de Maxon

Acordo com raios de sol iluminando meu rosto. Esqueci de pedir para Aria e Leah fecharem as cortinas do meu quarto ontem à noite. Ao me sentar na cama é que lembro que hoje é o aniversário de Maxon, meu irmão está fazendo dezenove anos.

A Seleção começa dentro de algumas semanas. Eu estou empolgada e ansiosa, Maxon e eu estudamos no palácio, então não cresci com muitas pessoas da minha idade, muito menos meninas. As únicas amigas de verdade que eu posso contar são Leah e Aria, minhas criadas, e mesmo assim ambas são mais velhas do que eu, Leah com vinte e cinco anos e Aria com vinte e sete. Tenho outros amigos como Daphne (princesa da França) e meus primos (filhos da tia Adele), mas não nos vemos com frequência. Será uma grande mudança, do nada trinta e cinco garotas, que devem ter entre dezesseis e vinte anos, começarão a morar aqui.

Eu não posso nem imaginar o quão nervoso meu irmão deve estar. Sendo o herdeiro do trono, ele é e sempre foi muito mais cobrado do que eu, inclusive para encontrar uma esposa. E ele deve conhecer todas as trinta e cinco meninas e escolher uma delas para se casar.

Levanto da cama e logo vou ao banheiro lavar o rosto. Assim que volto ao meu quarto, Leah e Aria já me aguardam para ajudar a me vestir para hoje.

- Bom dia, Kat. - Leah e Aria dizem ao mesmo tempo.

Eu odeio termos reais como "Vossa Alteza", então desde que as duas se tornaram minhas criadas alguns anos atrás, eu insisto para que sempre me chamem pelo meu nome ou apelido.

Leah e Aria escolhem um vestido colado preto de manga fina, que vai até o chão, com uma fenda, e salto alto preto para eu vestir.

Lembro que tenho que estar no escritório do meu pai, então logo que as duas fazem minha maquiagem eu saio do meu quarto e caminho até o escritório. Quando estou pronta para bater na porta vejo Maxon chegando. Sorrio ao vê-lo.

- Feliz aniversário, Max. - eu digo, e vou abraçá-lo.

- Obrigada, Kat. - ele diz, retribuindo o abraço.

Percebo seu nervosismo. Ele fica sempre com a mesma expressão nervosa logo antes de ver nosso pai. Ele bate firme na porta.

- Entre. - ouvimos nosso pai falar de dentro do escritório.

Abrimos a porta e entramos cautelosamente. Meu pai, que está se olhando no espelho, desvia os olhos rapidamente ao entrarmos.

- Ah, que bom que você está aqui. Sua mãe virá logo. Está preparado?

Como sempre, ele mal nota minha presença, lógico, hoje é o aniversário do seu herdeiro.

- Claro. - Maxon responde.

Meu pai vai até sua mesa do escritório, e de uma gaveta apanha uma pequena caixa e a coloca em cima da mesa.

- Feliz aniversário.

Maxon desfaz o embrulho e abre o presente: um par de abotoaduras para seu terno.

- Obrigada, senhor. Vou usá-las agora mesmo.

"Senhor", argh... Ele é nosso pai, é ridículo termos que chamá-lo de senhor.

- Você precisa dar o seu melhor esta noite. - meu pai diz. - Todos estão com a Seleção na cabeça.

Maxon sorri tensamente.

- Eu também estou.

Olho para meu irmão e percebo sua ansiedade. Crescer sem ter muitas pessoas para interagir, principalmente pessoas da sua idade, faz com que você observe muito as pessoas ao seu redor. Então quase sempre noto o que Maxon está sentindo.