Capítulo 2 - Sorteio e chegada das Selecionadas

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Estamos os três no camarim, minha maquiagem já está pronta, só falta a maquiagem de Maxon e de minha mãe.

- O senhor está bem? - ouço a maquiadora de Maxon perguntar.

Eu olho para Maxon, ele parece estar suando.

- Estou apenas chateado porque nenhum dos tons do batom que você tem ali combina comigo. - Maxon diz, tentando desviar da situação com seu humor.

Mamãe e eu damos uma risadinha.

- Acho que estou bem. Obrigado. - Maxon responde.

- Eu também. - mamãe diz, e então as duas maquiadoras se retiram.

Percebo minha mãe se ajeitando melhor na cadeira para poder conversar melhor conosco. Antes de se virar para meu irmão ela me olha e sorri.

- Maxon, meu amor, você está bem mesmo? - ela pergunta.

Ele a olha de volta.

- É só que...

- Eu sei. É estressante para qualquer um, mas no fim das contas é só ouvir os nomes de um punhado de garotas. Apenas isso.

Hoje é o sorteio para selecionar as meninas que participarão da Seleção.

Maxon respira fundo e faz que sim com a cabeça. Mamãe se levanta e vai até onde meu pai está. Nós dois agora estamos de pé. Vou até ele, seguro sua mão e aperto, dando um leve sorriso.

- Vai ficar tudo bem, Max. Pensa pelo lado bom, não tem porque se estressar com nervosismo hoje já que é só o sorteio, deixe para se preocupar quando chegar o dia em que as Selecionadas virão morar conosco.

Ele me olha de volta, apertando minha mão, e sorri, não tão genuinamente, imagino que seja pelo nervosismo.

- É fácil falar isso com tanta tranquilidade quando não é a sua Seleção, irmãzinha. - ele diz, brincando.

- Verdade, - eu digo, rindo. - mas de qualquer forma não tem porque se estressar antes da hora.

Ele respira fundo novamente e então gesticula com a cabeça para irmos até onde nosso pai e nossa mãe estão.

- Recomponha-se. Você parece péssimo. - meu pai diz para Maxon.

Considerando as circunstâncias eu até me sinto sortuda de não receber a atenção de meu pai como Maxon recebe. Prefiro ser ignorada a ser tratada com rispidez como meu pai trata meu irmão.

- Como você conseguiu passar por isto? - Maxon pergunta, quase que implorando por uma resposta.

- Encarei tudo com confiança, porque eu era o príncipe. E você fará o mesmo. Por acaso preciso lembrá-lo de que você é o prêmio?

Muito sortuda. Não sei como Maxon aguenta ser tratado assim.

- São elas que competem por você. - continua. - Não o contrário. Nada mudará em sua vida, apenas terá que lidar com um punhado de garotas eufóricas por algumas semanas.

- E se eu não gostar de nenhuma?

Essa é uma dúvida que sempre fiquei feliz de não ter, já que nunca terei uma Seleção.

- Então escolha a que odiar menos. De preferência, alguma que seja útil. Não se preocupe quanto a isso. Vou ajudá-lo.

É tão nojento como ele fala isso com tanta tranquilidade. Nunca concordei com essa forma de casamento, tudo é para manter uma boa impressão e para agradar a população do país.

Maxon não parece mais tranquilizado com as palavras de nosso pai.

- Dez segundos. - vem o anúncio. Mamãe se senta no lugar de sempre, à esquerda de meu pai, e eu, como sempre, me sento ao lado dela, enquanto Maxon se senta à direita de meu pai.

A Princesa de IlléaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora