Destruidor De Planos

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Dominic

Voltar para Khronos foi a melhor coisa que me aconteceu em séculos de existência. A gente nunca sabe o que tem até que aquilo é tirado da gente.

Vejo Liz ser carregada para fora aos prantos, enquanto Dan não tem ideia do que está acontecendo com a garota.

Crises de ansiedade raramente são vistas em nosso reino, o que é um alivio.

A terra é tóxica em todos os sentidos da palavra. Bastaram alguns poucos anos vivendo entre eles que quase esqueci quem eu sou, pegando o embalo humano de adquirir bens terrestres e posições a custo da saúde da alma.

Mas quem pode me julgar? precisava de influência para poder caçá-las, aliás, caçá-la.

A falta da energia primordial foi tão corrosiva, que tive que preencher minha vida com tudo que vi pela frente, inclusive outras vidas humanas, principalmente as que de algum modo conseguem obter energia. O esforço mental necessário para usar meus dons era tanto que foram poucas as vezes que consegui utilizá-lo, quase sendo forçado a implorar para voltar para casa, mas com sorte não foi necessário. Um tempo em Mainble e toda sua essência se esvai.

Minha mãe vem até onde estou com um sorriso afetuoso nos lábios, enquanto meu pai a olha com admiração. Apesar de tudo que tiveram de passar, o amor entre os dois sobrevive lindamente.

Mamãe ficou possessa séculos atrás, quando descobriu que meu pai havia arranjado uma nova concubina, uma que poderia lhe dar mais filhos. Eu realmente achei que eles estavam acabados depois disso, ainda mais pela wicca conseguir lhe dar um menino saudável.

Aira, minha mãe, tentou convencer o marido a me dar a concubina de presente , uma vez que devo seguir a diante com a linhagem, porém, com as negativas do rei, Diamund misteriosamente perdeu a capacidade de gerar filhos, e ninguém em sã consciência seria capaz de acusar mamãe de algo tão grave contra a coroa.

É claro, isso se você tiver amor a vida.

- Meu filho precioso! - sou apertado em um abraço esmagador- mamãe sentiu saudades... Deixe-me ver se andou se alimentando direito.

O grande homem tinha as bochechas apertadas vergonhosamente na frente da guarda real.

- Querida, está envergonhando nosso filho, deixe de bobagens, o menino quer relaxar um pouco, depois de tantos anos longe das regalias reais.

Papai sorriu cumplice para mim. Eu sabia do que ele estava falando, sabia muito bem.

- Certo, majestades, depois nos vemos, hum?

Me retiro do recinto a passos rápidos, seguido por 3 homens da guarda.

Meus pés conhecem muito bem o caminho até meu lugar preferido do castelo.

Subo de elevador até a ultima parada, parando em frente a enorme porta de vidro, sendo possível sentir o cheiro que toma conta de todo aquele andar: perfumes, flores e óleos corporais.

As almofadas dispostas no chão sobre vários tipos de tecidos coloridos e cortinas com as mais diversas cores deixavam tudo parecendo a casa de um sheik árabe.

Uma das moças que brincava preguiçosamente com um coelho me enxerga de longe.

- Dominic, você voltou! - sua voz melodiosa ecoa pelo local, chamando atenção de todas as outras, que correm juntas para me receber.

O harém real é o paraíso na terra, como os humanos costumam dizer.

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