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Lua🌙

Não dava mais para cancelar o elevador, ele já estava subindo e o meu desespero aumentando ainda mais, quando aquela porta abriu eu saí de dentro e fui correndo em direção as escadas, sei nem como eu não caí naquela quantidade de escada, muito menos em como eu tinha conseguido descer aquele tanto em menos de 3 minutos. Quando cheguei na entrada algumas pessoas estavam do lado de dentro olhando para fora, me aproximei da porta pedindo licença as pessoas que estavam ali e olhei na direção do estacionamento, e foi lá que eu vi o Caio caído no chão com a mão na perna.

Eu não estava acreditando que o Coringa tinha dado um tiro nele, mas se eu pensasse bem ele tinha merecido, mas de qualquer forma não era pra ter acontecido, muito menos ali naquele lugar cheio de pessoas!

Fui até aonde o Caio estava e olhei para ele caído no chão gritando de dor, eu estava tentando ter dó do filho da puta, mas a única coisa que veio na minha mente foi ele falando coisas sobre mim e o Coringa, foi aí que minha dó por ele passou.

Passei o olhar por ali procurando o Coringa pensando que ele já tinha ido embora mas fiquei surpresa quando olhei para o final do estacionamento e vi ele indo na direção da saída, fiquei olhando para ele na esperança dele olhar para mim e ele olhou, e mesmo de capacete deu para ver o sorrisinho que ele deu quando passou por aquele portão.

Caio: Chama a samu, aquele filho da puta atirou na minha perna.-falou e logo depois gemeu de dor.-Tá doendo pra caralho.

Fiquei calada olhando para ele sangrando no chão mas acabei ligando para a samu quando percebi que o Coringa tinha sumido naquela rua, óbvio que eu não ia querer que ele fosse pego, e também era óbvio que a polícia ia junto quando soubesse que o paciente estava baleado, e o problema estava ali, no momento em que ele iria ser socorrido, ele ia receber milhares de perguntas, e ia responder tudo como devia ser respondido, mas isso pegaria mal para o Coringa.

Lua: Eu já chamei a samu.-me abaixei perto dele e dei uma olhada para trás vendo as pessoas olhando de longe.-Não é para falar nada, diga que bebeu, brigou em algum bar e a pessoa veio atrás você, mas que você não viu o rosto e não sabe o nome.

Caio: Eu tô aqui morrendo de dor e sangrando pra caralho e você tá preocupada em salvar a pele daquele bandido? Eu vou falar sim, ele tem que se foder, pagar por tudo de errado que comete!

Eu tava com um pouco de dó de qualquer jeito, e muito agoniada com aquele sangue todo, mas coloquei a mão em cima da perna dele aonde estava ferido e apertei com força fazendo ele gritar e tentar tirar a minha mão.

Lua: Você vai falar o que eu falei, e se me contrariar vai levar outro, e dessa vez bem pior que esse.-olhei para ele.

Caio: Não vou deixar aquele traficante desgraçado escapar do que fez.-negou com a cabeça todo suado e meio pálido.

Lua: Tem certeza? -apertei mais forte e ele se segurou para não gritar.-Você vai mentir, sim.

Caio: Não adianta, tem testemunha, e câmera de segurança no apartamento.-sorriu.

Lua: Acha mesmo que alguém vai te defender? Tá todo mundo pouco se fodendo para você, a traidora desgraçada que veio aqui te ver porque teve dó de você! O pessoal tá com medo, acha que eles vão abrir a boca para ficar contra o traficante desgraçado? Ele tem muito mais moral que você, e acho que isso é em qualquer lugar, não importa quantas empresas reconhecidas o seu pai tem, aqui agora você só é um homem que levou um tiro por qualquer um motivo, e você sabe qual foi o motivo.-encarei ele.-Qual foi o motivo que você levou um tiro?

Caio: Eu não sei, eu bebi um pouco e acabei tendo uma discussão com um cara, assim que cheguei no apartamento a pé, alguém veio atrás de mim e me deu um tiro.

Lua: Sabe quem é ele? Reconhece o rosto ou sabe o nome?

Caio: Não, não consigo lembrar do rosto, a gente teve pouco diálogo na briga, teve mais agressões.-concordei com a cabeça.

Lua: Tem certeza que isso foi causado pela discussão ou teve algum outro motivo?

Caio: Tenho certeza que foi pela discussão, não tenho outro motivo, sou querido por todos.-concordei com a cabeça.

Lua: Nessa parte você abre um sorrisinho.-soltei a perna dele e me levantei com a mão suja de sangue.-Se saiu bem, bem melhor do que eu imaginei.-olhei para a rua e vi a samu se aproximar.-Se falar outra coisa no lugar disso, eu vou te entregar para ele, e da próxima vez você nem vai ter tempo de ser socorrido.

Caio: Eu vou falar isso, por favor, confia em mim.-semicerrei os olhos.-Eu não vou entregar ele.

Lua: Isso aí.-sorrir rápido e me abaixei de volta quando a ambulância passou pelo portão.-Caio..-fingir desespero.-Minha nossa, o que aconteceu com você?

Tive que fingir desespero até os socorristas colocar ele dentro da ambulância, foram minutos de atuação, e acho que me saí bem naquilo que fiz. Nem me reconheci fazendo aquela ameaça toda, fiquei completamente surpresa em ter praticamente corrido risco para salvar a pele do Coringa.

Se eu achei que eu gostava dele ali eu descobri que eu estava completamente apaixonada!

Ainda tive que acompanhar o Caio até o hospital, e como eu falei eles chamaram a polícia porque ele estava baleado, rolou aquelas perguntas que estava tudo combinado para ele responder, eu não pude ficar na sala na hora das perguntas, mas fiquei escutando do lado de fora e vi que ele tinha aprendido o recado. Ele respondeu da forma que eu mandei ele responder, e se não tivesse respondido daquela forma eu também tinha me fodido, tinha ficado presa logo ali.

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20/15

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