Capítulo 48

504 70 10
                                    


Rafaella não tinha idéia de que seria tão difícil começar a gravar novelas, tudo era tão absurdamente corrido que ela mal conseguia parar em casa para ficar com Gizelly. Ainda mais quando se misturava aos ensaios com Bianca e Marcela, ela passava quase vinte horas por dia trabalhando. Ela só queria ter mais tempo com a noiva. Encontravam-se à noite e geralmente Rafaella pegava no sono durante o jantar; Gizelly, como sempre, era completamente compreensiva; esperava a mulher chegar depois de dezesseis horas de gravação, ou mais, e então fazia um jantar rápido e deitava com ela na cama. Estavam há quase três semanas daquele jeito, mal tinham tempo para ficarem juntas, para namorarem. Não que Gizelly estivesse reclamando, mas Rafaella sabia que algo estava faltando.

No caso, sabia que o tempo com ela estava faltando, e queria compensar de qualquer forma. O problema era arranjar tempo, e quanto mais tempo ela passava afastada de Gizelly, mais sua insegurança crescia; não que a morena desse qualquer indício de estar de saco cheio ou qualquer coisa do tipo – afinal, ela era perfeita e compreensiva. Mas Rafaella sabia que precisava fazer alguma coisa, dar mais tempo.

Tinha tudo planejado para o dia seguinte; não teria gravações ou ensaios, então poderia aproveitar-se da noiva o quanto quisesse... Depois que sobrevivessem ao jantar com seus colegas de elenco. O primeiro mês de gravações estava finalizado a novela começaria a ir ao ar em breve, e todos queriam comemorar; como sempre, Gizelly não hesitou em acompanhar Rafaella.

E ela estava deslumbrante com o jeans apertado, all star nos pés, uma blusa azul clara, de botão, e o casaco de couro por cima. Rafaella só conseguia ficar sem ar cada vez que olhava para ela. Não que Gizelly estivesse diferente, afinal, Rafaella com vestido de seda que realçava suas curvas e combinava com a cor daqueles olhos maravilhosos. E como sempre, a morena estava se rasgando de elogios para a noiva.

O que a morena não sabia era da surpresa por baixo do vestido e do casaco de couro que Rafaella usava. E ainda era cedo demais para descobrir enquanto elas iam juntas até o restaurante para encontrar o pessoal. Gizelly desceu da moto e ajudou Rafaella com o capacete, guardou-os e voltou a segurar a noiva pela cintura. Rafaella respirou fundo.

- Está muito nervosa?

- Só um pouco. – Ela confessou com um sorrisinho.

- Há alguma coisa que eu precise saber?

Rafaella segurou Gizelly pelas lapelas do casaco.

- Fiquei bem longe da Solange.

O tom ameaçador fez Gizelly gargalhar.

- Será que seus amigos vão gostar de mim?

- É impossível alguém não gostar de você, meu amor. Você é adorável, perfeita e muito simpática.

- Espero não te fazer passar vergonha.

- Meu amor, não é um jantar assim como está pensando, vamos comer sushi com um monte de loucos.

- Um monte de loucos, okay. – A morena disse e suspirou. Puxou Rafaella mais para perto de si. – Preciso de um beijo antes de entrarmos.

Rafaella sorriu e fez como lhe foi pedido.

Depois, o casal entrou de mãos dadas no restaurante.

Haviam doze pessoas naquela mesa, Gizelly contou, e ela não fazia idéia de quem era ninguém, sete mulheres e cinco homens, e todos pareciam muito entrosados e animados. Quando viram Rafaella, duas meninas levantaram de uma vez. E se jogaram em sua noiva; Gizelly observou a cena com um sorrisinho orgulhoso.

- Rafita! Finalmente. – Uma mulher com cabelos azuis gritou ao soltar Rafaella. – Achávamos que você não viria.

- Claro que viria. Estava combinado, não é?

O mar do teu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora