Capítulo 33

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— Eu tava pensando e tomei uma decisão. — Luna encarou a madrinha, Eduardo e Matias.

— Decisão? Que decisão? — Bárbara perguntou ajeitando a bebê nos braços.

— Eu vou terminar meus estudos fora do país, no Canadá, não só concluir o ensino médio como também fazer um curso e isso levará de quatro a cinco anos. Dependendo do meu desempenho eu  volto em quatro anos ou menos.

— Mas... mas... assim? Do nada? — Matias estava surpreso.

— Não... eu sempre quis estudar fora e acho que é o momento.

— Você não vai ver a Fany crescer... — Eduardo comentou e Luna sorriu carinhosa, se aproximou e pegou a neném no colo beijando ela.

— Eu vou, nunca vou abandonar a Fany, amo ela mais que tudo na minha vida. — encostou a cabeça na da neném — Eu vou ligar todos os dias, por vídeo principalmente, pra ver ela, eu vou estar longe, mas sempre com vocês. Especialmente com a minha princesa.

— E se a gente fosse junto? — Bárbara deu a ideia.

— Não, não dá. — Luna negou com a cabeça — Vocês precisam ficar pra cuidar da empresa pra mim, da empresa, da fazenda, de tudo que é meu. Vocês já alcançaram os sonhos de vocês e eu preciso ir atrás dos meus agora.

— Você está certa. Já sabe pra qual escola vai? Como vai funcionar?

— Já, já tenho tudo planejado certinho só preciso confirmar algumas coisas. Eu passo tudo pra você depois ver pra mim, madrinha. Mas de acordo com os meus cálculos, em mais ou menos uns dois meses eu vou.

— Ok, depois você me passa tudo. — Bárbara sorriu carinhosa e Luna abraçou a neném que deitou no ombro dela.

O tempo passou e no dia do embarque de Luna, Bárbara, Eduardo e Matias acompanharam a jovem até o aeroporto. Os três se emocionaram, o velho principalmente, era tão difícil se desprender de sua menina, mas era necessário, tudo aquilo. A despedida mais longa foi com Fany, quando Luna pediu um tempinho pra ficar com ela no colo, brincando, dando carinho.

— Eu vou voltar o mais rápido possível pra você, eu prometo, meu amor.

...

Quatro anos depois...

Eduardo estava encostado na pia chupando um limão com sal. Fany entrou e ficou encarando o pai, sua boquinha chegou salivar de vontade.

— O que é isso, papai?

— Limão com sal.

— Eu quero experimentar.

— Meu amor, isso é muito azedo e ácido.

— Por favor. — segurou na camisa dele.

— Tá bom. — cortou um pedaço menor de limão, colocou sal e entregou para a filha.

Bárbara ia chegando da casa de Aurora e observou a cena, ficou parada para assistir. Fany pegou o limão com a boca bem aguada e chupou, foi inevitável não fechar a cara na hora. Eduardo e a mulher riram do semblante da menina e a pequena soltou o limão no chão balançando as mãozinhas. O homem levou o copinho dela com água e entregou, a pequena tomou tudo que tinha lá para sumir com o gosto ruim mais rápido.

— Eu avisei. — pegou o pedaço da fruta e jogou fora.

— Como você consegue comer isso, papai?

— Não sei, eu gosto. — passou a mão pela cabecinha dela afastando os fios soltos de cabelo para trás.

— Psiu. — Bárbara chamou a atenção da filha que correu para ela — Oi, meu amor. — pegou a garotinha no colo.

Reaprendendo a CaminharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora