O sol já havia saído, e do lado de fora as árvores derramavam gotas d'águas, e algumas poças de lamas podiam ser vistas.
Na casa do sítio, Maria Vitória dormia tranquila, abraçada em Fausto, mas acordou em um pulo, quando percebeu a luz do dia, e a maneira como estava.
- Fausto, acorda!
- Hã? O que foi?
- Já amanheceu o dia, temos que voltar agora mesmo!
- Mas já? Eu tô em um sono tão bom. - Ele se espreguiçou ainda deitado.
- Seu cínico! Como teve coragem de dormir abraçado em mim?
- Eu? Pois tu que veio até mim durante a noite.
- Ah, é mesmo? Não me diga...
- Então olhe para mim, perceba que nem ao menos me movi do meu lugar, mocinha!
- É verdade, mas... É... Ai, esquece! Vamos logo, quero voltar para casa.
- Está bem... Nós já vamos.
- Vem logo!
- Calma, tô indo. - Ele se levantou.Maria Vitória saiu em direção aos cavalos, e Fausto atrás, logo depois de trancar a casa.
- Maria Vitória, pois não estou entendendo o motivo para você estar com essa cara fechada.
- Apenas ande, Fausto, quero montar, e ir embora logo.
- Fiz algo que a desagradou?
- Não! Eu já disse, só quero voltar para casa, e rápido! - Ela espirrou.
- Ai, meu Deus... Está resfriada?
- Eu só espirrei, o que é bem normal, viu?
- Estou apenas preocupado com você, não venha com pedras - Eles pararam. - Ontem você estava tão bem, hoje amanhece assim... Estressada!
- Vamos montar, e ir embora, está bem? - Ela pôs a mão no rosto dele. - Você não fez nada, eu juro.
- Certo... Então vamos logo, como você quer.
- Obrigada!Lázaro se pôs de pé diante da janela da sala de casa. Virgínia se aproximou devagar, temendo como o pai a trataria, visto que tinha nele uma expressão séria, e indiferente.
- Pai... Está tudo bem?
- Sim, Virgínia. E com você? Jamais acordou cedo assim.
- Estou ótima! É... Eu acordei para pedir sua permissão.
- Sabia que havia algo por trás. O que você quer?
- Dar um passeio pela cidade. A tanto tempo estou dentro de casa, só vou na cidade para a casa de Ana Laura, ou algo assim... Quero sair, ver pessoas, comprar coisas, comer uma coisinha diferente. Eu posso?
- Não! Se quiser ir visitar a sua irmã, tudo bem, o cocheiro a leva. Mas se for para um passeio na cidade, não tem permissão.
- Está sendo incrivelmente injusto, pai. Agora vamos todos nos esconder em casa? A Maria Vitória é a maior culpada, ela deve se guardar mais.
- Eu sou o seu pai, Virgínia, e chefe dessa família. Enquanto você morar nessa casa segue as minhas ordens, e se eu não quero que você saia, você não vai sair.
- Sabe pai, algumas vezes eu sinto que ficarei nessa casa para sempre, ou até o senhor e a minha mãe partirem dessa para a melhor. Se for assim, espero que ao menos deixem toda a casa somente para mim pelo tempo que morei aqui. - Ela deu as costas.
- Virgínia, tenha respeito por mim! Volta aqui, Virgínia...Branca e Virgínia se encontraram no corredor.
- Por que o seu pai está te gritando desse jeito, Virgínia?
- Porque eu não suporto mais ficar presa nessa fazenda, por isso, mãezinha.
- Não use um tom irônico comigo. Agora me diz, o que foi?
- Já disse... Não quero ficar aqui! Aliás, estarei em meu quarto, não quero ser incomodada. Ao menos a isso tenho direito, não é? - Ela seguiu.
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O Caminho Para A Liberdade [REESCREVENDO]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, a mais bela das moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o mesmo...