34

181K 10.3K 12.6K
                                    

No meu quarto eu bato nela por trás...

LEONARDO 🚬

Dirijo pela cidade com Beatriz no banco do motorista, ela encostou a cabeça na janela e adormeceu, então eu decidi diminuir a velocidade para que a cabeça dela não bata com violência contra o vidro do carro.

E olhando ela aqui agora, essa é uma imagem que eu quero guardar na minha memória para sempre. Beatriz dormindo ao meu lado, o rosto tal sereno e angelical. Alguns fios escuros do seu cabelo cobrem um pouco da sua testa, essa visão é tão bela quanto uma pintura renascentista.

Olho brevemente para sua boca avermelhada e volto minha atenção para a estrada, me lembrando de quando a beijei pela primeira vez. Foi incrível para mim, era como se eu tivesse dado o meu primeiro beijo. naquele momento, todas as outras bocas que eu beijei foram esquecidas, nenhuma significou nada. Com ela Foi intenso, sem dúvidas o melhor beijo da minha vida.

Estou parecendo um adolescente apaixonado, mas estou mesmo, só não sei como contar isso para ela. Não é tão simples, eu tenho medo que ela me rejeite e se afaste, eu já perdi demais ao longo dos anos, não quero perder ela também. Ela acabou de entrar na minha vida, não posso deixar que ela vá embora.

Eu quero me declarar, contar para ela que esse sentimento vem desde quando eu tinha quinze anos, um sentimento que só cresceu ao longo dos anos. É estranho pensar sobre isso, como eu poderia estar apaixonado por uma garota que nunca conversou comigo? Eu não sei, mas agora tudo mudou, não somos mais crianças e acredito que temos uma ligação, algo nosso. É especial para mim, espero que seja para ela também.

Não vou me declarar agora, eu quero, mais não vou. Quero fazer outras coisas antes disso, quero levá-la para jantar, ir ao cinema, ao parque, Tomar sorvetes juntos e até mesmo falar sobre seus livros, coisas que eu sei que ela gosta. Quero fazer coisas que nunca fizemos e que, eu sempre quis, quis com ela.

Quero ter certeza se ela sente ou não algo por mim, acho que não aguentaria a rejeição, pelo menos não vindo dela.

Paro o carro em frente a sua casa e a balanço de leve, ela acorda rapidamente e me olha confusa.

—Chegamos.

Ela olha pela janela e depois volta o olhar para o meu rosto, parece triste.

—Eu disse mais cedo que queria te contar uma coisa, mas na verdade é um pedido — minto na cara dura — queria te chamar para sair — deixo de lado apenas a parte da declaração.

Ela me olha desconfiada e eu sei, ela sabe que estou mentindo.

—Sair? Fez todo um mistério para me chamar para sair? — me olha desconfiada.

—É, tipo, a gente nunca saiu antes — sorrio nervoso — Não como hoje.

—Como assim? Não entendi o que você quis dizer com "não como hoje".

—Queria que fosse diferente, a gente nunca planejou nada, só aquela festa, mas nunca nada mais íntimo, algo nosso — ela me olha atentamente — Está entendendo o que eu quero dizer?

Olho para o seu rosto corado, ela está tímida por alguma motivo.

—Um encontro? — Pergunta.

Essa palavra parece mais leve quando é ela quem diz, eu não sei fazer essas coisas, nunca fiz antes. Por isso quero que seja especial, porque vai ser com ela, e só com ela.

—É — suspiro envergonhado — Um encontro.

Ela olha pela janela e a observo bater as pontas dos dedos contra a coxa.

Só por uma noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora