No Morro

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Lua🌙

Maratona 2/5

3 semanas depois...

Os enjôos tinham diminuido bastante, eu sentia mas não era toda hora, na real tinha hora que sim! Só de eu pensar em qualquer coisa que eu tinha tomado pavor eu vomitava, ou pelo menos ficava enjoada por um bom tempo. Eu também tava começando a ganhar o meu silicone grátis, comecei a notar uma grande diferença nos meus peitos que pareciam dois melões, não tava tão grande, mas tinha diferença.

Eu também tava feliz porque eu tinha me resolvido com a minha mãe, na última ligação que a gente tinha feito ela pediu desculpa da mesma forma que eu também pedi, ela disse que tinha acontecido um imprevisto e que tinha marcado a viagem para outra data. Sendo assim me deu a livre espontânea vontade de escolher se eu ia ou não, pelo menos isso né.

Já a minha relação com o Coringa tava meio complicada, a gente tava afastado a bastante tempo, não por conta da nossa última briguinha boba, mas sim porque tinha hora que ele sumia do nada! Eu não sabia se ele tava me evitando ou se tava ocupado resolvendo os problemas do tráfico, como ele mesmo disse que tava.

A nossa relação ficou baseada em eu perguntando se ele tava bem e tomando os remédios, tudo isso porque não teve como eu ficar me dividindo entre o trabalho e ajudando ele com o que ele precisava, porém eu fazia tudo pra tá perto, mas as vezes não dava de jeito nenhum!

O nosso contato nem tava sendo frequente depois que eu parei de ir na casa dele, as vezes a gente só se via quando eu saía e ele tava de bobeira lá pelo morro, aí ele parava pra falar comigo, era um beijo na minha boca e outro na minha barriga, como se desse pra ver alguma coisa, e realmente dava, mas era pouquinha.

Carol: Podemos conversar? -perguntou entrando na sala e eu continuei guardando as minhas coisas.-Tem muita coisa pra falar, né..

Lua: Não quero discutir, se for pra me julgar ou algo do tipo é melhor nem começar com essa conversa.-olhei para ela.-Você não sabe o quanto eu fiquei totalmente decepcionada com você.

Carol: Eu sei.-concordou com a cabeça.-E eu não vim aqui te julgar nem nada desse tipo, vim me desculpar porque acabei sendo uma total ridícula em falar daquela forma quando você deu uma notícia maravilhosa. Eu peço desculpa pela forma na qual eu falei, também peço desculpa por ter sido uma péssima amiga, me desculpa mesmo por andar afastada e simplesmente jogar pedra em você sem motivos.

Lua: Tudo bem, eu entendo que foi no calor do momento.

Carol: Também queria me desculpar com o Coringa, falei um monte de besteira pra ele, muito mais pior do que o que eu falei pra você.-respirou fundo.-Foi tudo no calor do momento, saber que a pessoa que tava do meu lado simplesmente tinha sido sequestrada por um pessoal rival mexeu muito comigo! E o pior de tudo era que no final foi tudo mentira, não teve sequestro nenhum.-sorriu fraco.

Lua: Eu sei que agiu no total desespero, e também sei que não queria falar aquilo.-ela concordou.-Só de imaginar ficar sem a sua amizade foi uma coisa ruim para mim, eu tava esperando esse momento, só tava esperando você vim pra gente se acertar.-sorri.-Eu não vou esquecer do que você falou, mas vou te desculpar porque é a melhor coisa para nós duas.-dei de ombros.

Carol: Me sinto horrível em ter colocado o Thiago no meio da nossa amizade, e me sinto ótima por você ter me desculpado.-sorriu.-Eu espero que a gente possa voltar a ser a Lua e a Carol de antes, mas se não rolar, eu entendo que eu estraguei a porra toda.

Lua: Você estragou, mas podemos consertar.

Carol: Quer sair pra ir comer comigo? -concordei com a cabeça.-Eu sei que quem convida é que tem que bancar tudo e tals, mas a gata aqui não tem carro ainda.

Lua: Ok, eu entendo o peso de ser recusada duas vezes na aula psicológica.-ela riu e eu peguei minhas coisas de cima da mesa.

Ela fez toda questão de me ajudar com as coisas, e sinceramente eu tirei a conclusão que guardar rancor não ia mudar em nada na nossa relação. Eu prefiro mil vezes me consertar com uma pessoa do que ficar guardando e remoendo aquilo que aconteceu entre nós.

A amizade da Carol era uma coisa muito importante para mim, ela era tipo uma irmã para mim, da mesma forma que eu era para ela! Eu entendo que as vezes a gente não sabe separar as coisas e acaba jogando a culpa pra quem não tem nada a ver com o seu mal humor ou com a sua raiva. Eu também já fiz muito isso, não só com a Carol, mas com outras pessoas.

No momento eu me esforçava para não acontecer mais, mas já tinha acontecido e não tinha o por quê de eu julgar.

Errar é um ato humano, quem nunca errou feio com alguém? Quem nunca disse palavras para machucar e depois se arrependeu de ter dito? Todo mundo já passou por uma situação parecida, e cabe a você aceitar ou não o pedido de desculpa da pessoa que despejou o peso sobre algo em cima de você!

Carol: Eu quero macarronada com um suco de laranja.-fez o pedido para o graçom.

Lua: Lasanha com arroz e o mesmo suco que ela.-ele concordou com a cabeça anotando o pedido e depois saiu da mesa.

Carol: Invejosa.-eu ri.-Mas tudo bem, não vou esculachar porque cê tá grávida.-suspirei fingindo alívio.-Você acha que é menino ou menina? Vai esperar o ultrassom ou vai fazer o exame de sexagem fetal?

Lua: Eu nem tenho palpite.-dei de ombros.-Toda hora vem uma coisa na minha cabeça, e eu acho que vou fazer o de sexagem fetal, não vou aguentar a ansiedade.

Carol: Eu acho que é dois, sua barriga já tá bem grandinha.-neguei com a cabeça.-Cê tá de quantos meses? Três?

Lua: Dois.

Carol: Pode vim gêmeos aí hein, ainda mais que na sua família tem histórico, daquela sua tia lá que teve duas gêmeas.

Lua: Quer me matar? Nem sei como vai ser o trabalho de um, imagina dois? Nem consigo imaginar.-ela riu.

Carol: Eu adoraria ver um mini coringuinha e uma mini arlequina.-eu ri.-A cópia do Coringa e a sua.

Lua: Você é péssima, cara.-ela riu.

E quem disse que ela parou de falar na possibilidade de gêmeos? Continuou falando até eu quase chorar de desespero, juro que eu não tava tentando pensar na possibilidade, mas confesso que na hora que começamos a comer aquilo não saiu da cabeça.

Dizem que a possibilidade é grande quando alguém da família já teve, e sim, eu tenho uma tia que já teve, e isso aumentou o meu medo.

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