XVII

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Entrei no banheiro do Antony e sentei no balcão, minha cabeça não parava de girar, achei que depois de tudo eu iria melhorar, que não doeria tanto, mas dói, e muito. Deixei as lágrimas descerem, senti o aperto no peito e a crise começar, quando me dei conta já estava soluçando, não conseguia respirar.

- Aiyanna! - ouvi alguém chamar e me abraçar, não consegui prestar atenção, a dor tomou conta de mim - Aiyanna! - era a voz do Antony, olhei para ele e ele me olhava preocupado, o abracei com força e deixei tudo sair, Antony me abraçou ainda mais forte.

Não sei quanto tempo se passou, mas me acalmei, Antony não saiu do meu lado nem por um segundo, só consegui notar que eu estava gritando quando senti a garganta queimar. Expulsei Antony do banheiro e tomei um banho demorado, quando sai o vestido que eu tinha escolhido estava na cama,um vestido curto e preto, justo no corpo e de alcinha, junto com um perfume em um frasco rosa, ao lado da cama estava o tênis que eu ia usar, sim tênis, eu me recusava a passar horas em um salto alto. Quando terminei de me arrumar fui até o banheiro e fiz a maquiagem mais básica da minha vida.

- Aiyanna eu vim saber se...- Antony para na porta e me olha de cima a baixo - Caralho que gata!

- Olá para você também. - falo sorrindo. Antony estava com uma camisa social cinza e uma calça jeans preta, também estava com um sapato social preto, o cabelo estava preso em um coque com alguns cachos soltos - Você não está nada mal.

- Isso era para ser um elogio? - ele sorri e se aproxima de mim - Como você está?

- Melhor, ficarei bem. - eu estava sendo sincera, ele se aproxima mais um pouco e segura minha cintura, então olho para nós dois no espelho - Até que somos um casal bonito.

- Demorou todo esse tempo para admitir? - Antony dá risada e eu lhe dou um beijo na bochecha, o que faz ele me olhar surpreso.

- Já chegou muita gente? - pergunto guardando minha maquiagem.

- Algumas, compradores em potencial principalmente, já tem bastante gente lá embaixo se quer saber. - Antony encosta no balcão - Inclusive, ex ficantes...- ele fala baixinho.

- Tudo bem. - guardo a bolsinha de maquiagem na gaveta e então entendo a apreensão dele - Acha que vão dar em cima de você?

- Talvez... - ele morde o lábio.

- Antony, tudo bem, não sou ciumenta. - falo rindo e ele sorri fraco, senti aquele desconforto novamente, pensar nele e outra garota juntos... Não, não posso me permitir sentir isso, ele não é meu, somos amigos em uma vingança.

- Pois eu sou, e muito. - ele fala sério e eu dou risada - Estou te esperando lá embaixo.

- Já já eu desço. - falo e ele me dá um beijo na testa e sai.

Olhei uma última vez no espelho e ajeitei o vestido, eu não sabia se estava pronta para nada disso, mas ia mesmo assim. Essa era a primeira festa em dois anos que eu ia sem o Arthur. Comecei a pensar nas coisas que a gente já tinha vivido, mas afastei esse pensamento antes de voltar a chorar.

[...]

Algumas horas se passaram e já estava escurecendo, fui apresentada diversas vezes para pessoas que eu nunca tinha visto na vida, algumas diziam que eu e Antony fazíamos um casal bonito, as ex's ficantes do Antony sorriam falsamente para mim e só faltavam se atirar em cima do Antony, senti ele apertar minha mão várias vezes enquanto elas praticamente se jogavam para ele, uma delas, Luísa, foi a mais descarada.

- Quando estiver cansado de brincar de namoro, minha casa estará sempre aberta para você. - ela coloca a mão no peito do Antony que me olha quase perdendo a paciência.

- Sua casa ou suas pernas? - pergunto e ela me olha incrédula.

- Como é que é? - ela fingi está ofendida e Antony dá risada.

- Sabe que eu ainda vou casar com você não é? - ele me dá um selinho demorado e escuto Luísa bufar.

- Casar? - ela grita, a voz estridente dela faz meus ouvidos doerem, o grito que ela deu fez algumas pessoas curiosas nos olharem.

- Futuramente. - Antony sorri e sai de lá praticamente me puxando.

Fui apresentada a mais pessoas e agradeci por está de tênis, e então o momento do discurso começou, todos sentaram nas mesas, alguns ansiosos pela comida, apesar dos aperitivos fartos e bebidas que serviram durante a tarde. Louise levantou e todos olharam para ela, Louise estava com um vestido vermelho, salto alto e o cabelo solto, Louise era loira e o cabelo cacheado longo era o destaque, além dos olhos verdes.

- Agradeço a todos que estão aqui, a presença de vocês me deixa muito feliz. - ela sorri para todos e depois para o marido - Anos atrás, eu pensei está perdida, até encontrar alguém que fez com que eu me sentisse amada novamente, que me ajudou com meus filhos. Esse alguém é meu marido, ele tem me feito feliz todos esses anos agradeço por tudo que ele fez por mim, e por meus filhos. -  Carlos então levantou e beijou a esposa.

- Eu que deveria agradecer, você e os meninos mudaram minha vida, me fizeram sentir uma felicidade que eu não sabia que era possível, eu amo vocês. - Carlos nunca foi bom com discursos, então Louise só beijou ele e todos aplaudiram. Mais alguns discursos foram feitos, e então chegou a vez do Arthur.

- Não conheci meu pai biológico, mas Carlos foi a figura paterna perfeita, apesar da minha revolta adolescente, fase normal, todos odeiam seus pais nessa idade - todos riram,todos menos eu e Antony - apesar de tudo isso, sou grato por fazer minha mãe feliz, e agora que vou ser pai...- Arthur faz uma pausa, todos o olham surpresos, Louise coloca a mão na testa - É, vou ser pai pessoal...- Arthur sorri fraco e Juliana fica em pé.

- Esperamos que seja um menino, para continuar o legado da família. - Juliana era a mais feliz com aquela história - Sinto muito Aiyanna. - todos olham para mim - Sei que você queria está no meu lugar, mas o destino as vezes brinca com a gente.

Seguro a taça com força e Arthur me olha com aquele olhar de cachorro triste, Antony segura minha mão por baixo da mesa e se aproxima do meu ouvido.

- Confia em mim? - ele sussurra no meu ouvido.

- É a pessoa que mais confio nesse jardim. - falo e sou sincera.

- Por favor não me mata. - ele fala baixinho e levanta, todos olham para ele - Carlos e minha mãe sempre foram um exemplo perfeito de casal, nos criaram da melhor forma possível e apesar dos puxões de orelhas - todos rimos - eu não seria o homem que sou hoje se não fosse por eles. Mãe, eu sei que não queria outra surpresa na sua festa mas...- ele se ajoelha na minha frente e meu coração erra uma batida, isso não Antony, balanço a cabeça e ele parece entender meu sinal - Quero pedir, oficialmente, Aiyanna em namoro...- respiro aliviada, então Antony puxa uma caixinha branca e abre, meu coração agora estava disparado.

- Ja falei que eu não gosto de você quando me faz chorar? - senti as lágrimas descerem no meu rosto, uma mistura de emoções tomava conta do meu peito, dentro da caixinha estavam duas alianças com a palavra "always" uma referência a Harry Potter, nas duas tinha o brasão da sonserina.

- Aiyanna Wood Müller - não acredito que ele usou meu primeiro sobrenome, minha sorte era ele não saber meu segundo nome - Aceita namorar comigo? Oficialmente agora.

- Claro né, bobo. - falo rindo e ele também ri.

- Eu amo o quanto você é carinhosa. - ele fala irônico e coloca a aliança no meu dedo, e então, ele me beija. Todos aplaudem e escuto a mãe dele dá risada.

- Por um momento, achei que você iria pedir ela em casamento. - ela vem até nós e nos abraça - Vamos comemorar.

A comida começou a ser servida, mas eu estava olhando para a aliança no meu dedo, éramos loucos por Harry Potter, nós três, Arthur, Antony e eu, Arthur era o único da Corvinal. Senti o olhar dele em nós dois, Antony falava com o pai da Luísa que estava ao lado dele, mas não soltou minha mão, Juliana estava vermelha, provavelmente furiosa, sentia uma tempestade se aproximar.

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O Irmão do meu Ex-namorado  [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora