𝟏𝟔 ˟˖ o rato ˿

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Diana não demorou para levar Sirius e Athena até o seu quarto, porque precisava que eles fossem se livrar daquele maldito rato para ela. Era incrível como uma das mais corajosas bruxas de todos os tempos tinha medo de ratos, e baratas, não se deve esquecer das baratas. O quarto da McGonagall (aquela casa era tão grande, tinham quartos por todos os lugares) era decorado de uma forma muito diferente do resto da casa, e com certeza refletia a personalidade de sua nova dona — antigamente, aquele quarto pertencia a Bellatrix Black. As suas paredes tinham um papel de parede com cores muitos mais vivas e por todo lado, era possível ver fotos que se mexiam de diversos membros da Ordem da Fênix e amigos e familiares da McGonagall.

— É um bebê muito fofo. — comentou Sirius, pegando um quadro onde Diana segurava uma bebê de cabelos rosa choque e mostrando a ela.

— É minha. Minha e da Dora. — Diana arrancou o quadro das mãos dele e colocou de volta no lugar, sobre a mesa de cabeceira. Ela namorava com Ninfadora desde os tempos de Hogwarts: mas Sirius não sabia, então aquilo foi uma surpresa. Uma surpresa boa. — Você pode parar de fuçar nos meus quadros e pode, por favor, achar esse rato logo pra eu ter o meu sono da beleza?

— Calma, princesa, nós vamos achar o intruso. Você é muito dramática. — Athena zombou, observando Diana subir em cima da própria cama, com medo do rato passar perto dos seus pés. — Um rato não vai te matar...

— Mas ele pode te botar em Azkaban, então não confie nele. — Sirius riu, enquanto procurava o animal por baixo da cama. Era mais um riso de nervoso do que qualquer outra coisa.

Athena mexia nas gavetas cuidadosamente, procurando o bicho, enquanto pensava em como estaria a pequena filha de Tonks e Diana. Winifred era o nome da garotinha (Diana tinha deixado Fred Weasley nomear a criança, o que foi uma péssima decisão), e ela era a sua afilhada, então era normal que reservasse um tempo para pensar sobre ela, mesmo que fosse só às vezes. A situação de Diana era muito diferente da de Amélia, ambas já tinham tido suas crianças, mas pelo menos Tonks e McGonagall tinham planejado desde a adolescência ter uma criança cedo, para que pudessem aproveitar ao máximo a vida com ela. Amélia provavelmente tinha tido aquela criança por algum descuido: porque ela nunca quis filhos. Tinham conversado sobre isso quando eram menores, e ela aparece com uma criança após alguns anos! Havia algo de errado com ela. E enquanto Athena tinha um turbilhão de coisas se passando na sua cabeça, Sirius pensava em alguma piada para fazer se acabasse achando o tal rato.

— Por que sempre tem que ser em mim? — berrou Diana.

O rato tinha caído bem em cima dela. Que azar! McGonagall pulou para o chão, correndo de um lado para o outro do quarto, em total desespero. E Athena, que era a mais experiente dos 3 com animais, apenas deu uma risada fraca e deu um jeito de tirar o bicho dos cabelos de Diana. Mostrou-o para Sirius em seguida, que o analisou, como se estivesse se perguntando se aquele era Rabicho ou apenas um animal ordinário.

— Que boa notícia, ele tem todos os dedos! — o Black exclamou com uma alegria forçada, mas cômica. — Isso significa que ele não vai te dedurar pro Lorde das Trevas, viva!

— O máximo que ele ia saber é que metamorfomagia é muito útil em certas horas. — a McGonagall deu um sorriso sacana, e Athena aproximou o rato dela. — Tira essa caralha de perto de mim, filha da puta!

— Então para de ser safada, guarda esse sorriso pra Tonks que eu tenho certeza que ela vai gostar mais do que o Sirius! — a Moody falou, recolhendo o animal. Agora ela parecia realmente uma bruxa, com o seu chapéu quase caindo da cabeça e um rato roendo as suas luvas finas. — Eu acho que o Bicuço vai gostar de um petisco fresco, não vai?

— Aposto que ele vai adorar. — Sirius sorriu, orgulhoso. — Pode ir ter seu sono da beleza agora, Diana, nós já resolvemos o seu problema.

E Athena não demorou para sair daquele cômodo, para ir alimentar o hipogrifo com o rato que tinha em suas mãos, mas o Black ficou. Diana sentia que precisava tocar no assunto da "declaração" de Sirius, e ele precisava conversar sobre os seus sentimentos por Athena, com qualquer pessoa, qualquer pessoa menos a própria Moody.

— Você já disse pra ela tudo o que você sente, Romeu? — perguntou Diana, logo quando Athena tinha saído do quarto. Ela tinha agora um sorriso realmente maldoso no seu rosto. — Vocês pareciam bem íntimos... Ela ficou incomodada até com o meu sorriso, eu acho que já é um começo.

— Acredite, se eu tivesse contado eu não estaria aqui. E eu estava prestes a dizer quando você entrou na cozinha com o seu drama de rato, Mini-Minnie. — respondeu Sirius, se encostando em uma parede. — Você planejou todo esse escândalo ou realmente tem medo de ratos? São criaturas estúpidas e fracas.

— Não tenta me enganar, Romeu, a sua Julieta não tá aqui, não precisa se fazer de herói valente. E, aliás, não sou tão imoral ao ponto de planejar algo contra minha melhor amiga. — Diana disse. — E por que eu planejaria estragar a sua pequena declaração? Eu quero ver Athena feliz, ser madrinha de alguma criança antes de morrer, então eu quero que vocês transem o mais rápido que der.

— De santa você só tem a cara, não é, McGonagall? Esses seus olhinhos não enganam ninguém. Sua alma está corrompida até o último pedaço. — Sirius riu.

— Como você acha que eu consegui a sua prima sem ser uma grande safada? Pense grande, Sirius. — Diana brincou.

A McGonagall ria, mas parou logo que Athena entrou no quarto outra vez. A Moody parecia morta de sono, e dava para ver pelo rosto dela. Sirius a achou um tanto fofa, mas Diana teve vontade de jogar um copo de água no rosto dela, para a acordar. Mas Athena não tinha exatamente sono, estava só cansada, apenas por toda a informação que tinha recebida em um dia só.

— Sirius, você tinha alguma coisa pra me contar, não tinha? — a Moody indagou, enquanto bocejava. — Me desculpe, mas você pode me contar amanhã? É que tô tão cansada e não tô mais pensando direito...

O Black olhou para Athena e depois para Diana, que ainda sorria, mas agora vitoriosa. Ele não queria ver a McGonagall tão feliz assim às suas custas, então se aproximou de Athena, e agora não teria ninguém que o parasse. Ia dizer da forma mais simples que desse, elaboraria depois. Tinha que dizer.

"O que eu queria dizer é que..." ele sussurrou ao pé do ouvido de Athena, colocando uma das suas mãos no ombro da mulher. Ela estremeceu ao sentir ele tão perto de si. "Eu te amo, Thena".

Não. Aquilo não podia ser verdade, de maneira alguma. Ele só podia estar tirando com a sua cara! É claro que estava. Devia ser por isso que Diana estava sorrindo tanto, ah, mas ela ficou tão brava. Tirou a mão de Sirius de perto de si e saiu do quarto, sem dizer um adeus sequer.

E o Black estranhou a atitude dela, Athena não era do tipo de fazer isso. Ela, normalmente, daria uma resposta imediata, era o esperado. Sirius esperava um "te amo" de volta, e um beijo fofo. Era confiante demais para pensar que Athena estava sobrecarregada, ou talvez que ela simplesmente não o amasse de volta. Mas a Moody só precisava de um tempo para pensar, queria uma folga, precisava de uma. Ela só queria não precisar se preocupar com nada, mas não, sobrava tudo para ela: tinha que se preocupar com as atitudes suspeitas de Snape em relação a Amélia, que ainda era considerada apenas uma criança para qualquer adulto que se preze, menos Severus, aparentemente; tinha que lidar com as suas noites mal dormidas por causa da maldita guerra bruxa, causada pelo ego inflamado de malditos supremacistas de sangue e agora, tinha que lidar com o seu melhor amigo que estava apaixonado, era claro que ela também estava quase se rendendo a ideia de estar apaixonada por Sirius, mas não tinha pensado nas consequências ainda: não entrava em sua cabeça que ele podia estar apaixonado por alguém como ela, ela era tão mais nova que ele, e ela também não tinha ideia de que aquele sentimento podia algum dia ser recíproco, sentia-se como alguém que amava fumar, mas não pensava nas consequências.

Gostava de o admirar, mas não estava pronta para lhe ter como namorado, assim como um fumante não está pronto para enfrentar um câncer de pulmão. Só queria gostar de alguém, inocentemente, sem se declarar, aproveitar a sua paixão recém-descoberta. Queria beija-lo ao som de sua música favorita, mas não queria ao mesmo tempo. Aquele "eu te amo" foi precoce demais, se a mente dela estivesse um pouco mais calma, com certeza a sua resposta seria melhor, e ela não iria apenas ir embora. Só precisava de tempo. Ela queria viver aquele amor de uma forma mais lenta, com tudo se encaixando aos poucos.

A Domadora de Dragões ❪ 𝐇.𝐏 ❫حيث تعيش القصص. اكتشف الآن