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Eu te puxo para sentir seus batimentos
Você pode me ouvir gritando: Por favor, não me deixe...

BEATRIZ 🍄

Leonardo estava demorando muito para voltar. Já deve ter no mínimo uns quinze minutos que ele entrou para pegar não sei o que. Eu devia ter ido com ele para pegar minhas coisas, mas estou funcionando no automático, fazendo tudo o que ele manda porque é como se eu não estivesse aqui, eu não me sinto viva.

Não sei se ir com ele foi a melhor decisão a tomar, eu não queria misturar ele no meio disso tudo. Ir para longe devia ser a melhor opção, é isso o que eu quero a anos.

Mas a verdade é que, eu sou egoísta demais para deixá-lo e ir embora. Eu quero ficar com ele e quero que ele cuide de mim e eu juro que vou cuidar dele também.

Olhei pela janela e vi ele saindo de casa, achei estranho ele não estar com nada nas mãos.

Encostei minha cara no vidro de um jeito engraçado e ele me olhou, sorri para ele e ele sorriu de volta. Aquele sorriso que faz meu coração palpitar e me faz ter a certeza de que eu seria capaz de fazer qualquer coisa por ele.

Um barulho alto me assusta e eu pulo no banco do passageiro, resultando em uma dor infernal por todo o meu corpo.

Olho para o Leonardo que está parado no meio da rua, atrás dele está Armando e quando eu aperto os olhos para enxergar melhor...Deus, ele está com uma arma.

Ele atirou nele.

Ele atirou no Leonardo.

O meu Leonardo.

Uma dor insuportável invade meu peito e eu grito alto com todas as minhas forças, grito sentindo meu peito se rasgando, grito sentido desespero, grito por medo.

Abro a porta do carro e coloco meus pés no chão, me seguro na porta para ficar em pé, dou um passo mais caio com tudo no chão, não consigo andar.

—Leonardo — grito por ele, mas ele não responde, continua em pé — Eu estou indo.

Vejo quando Armando corre pela rua escura sem nem mesmo olhar para trás.

Leonardo cai de joelhos e eu me desespero ainda mais. Me arrasto pela rua sentido ele ainda mais longe de mim, me arrasto até ele implorando para que alguém apareça e nos ajude.

Sinto as pedras e a areia da rua machucando a minha pele.

—Leo — toco seu ombro quando me aproximo — Ei, eu estou aqui, vai ficar tudo bem.

Sorrio para ele, um sorriso desesperado, mas ele não sorri de volta.

Seus olhos azuis se fixam nos meus, ele não pisca, não se move.

Sangue começa a sair da sua boca.

—Leo, pelo amor de Deus — Seguro se rosto entre as minhas mãos — Não fecha os olhos, por favor não feche os olhos! Eu quero que fique comigo, quero ver seus olhos azuis me analisando como se eu fosse a coisa mais linda que eles já viram.

Ele amolece a cai para frente, eu o amparo com meu corpo e ergo a sua cabeça para olhá-lo.

—Por favor, não me deixe — Imploro — Eu preciso de você, não me deixe, por favor não me deixe.

Seus olhos se fecham.

Abraço seu corpo com força e passo minhas mãos nas suas costas, sinto elas molhadas, sua camiseta está ensopada, ensopada de sangue.

Eu não tenho nem mesmo um celular para pedir ajuda, Armando deixou ele em pedaços.

—Alguém me ajude — Grito desesperada — Ele está morrendo, Alguém me ajude, por favor, eu preciso de ajuda.

Só por uma noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora