21_ Estupidamente cruel.

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Eliza Claire

- Vamos jogar um jogo. - Ele decidiu levantando o olhar pra mim.

7 horas e 18 minutos antes da merda...

- Que jogo? - Questionei abrindo um pequeno sorriso.

- O que você ama? - O Theo perguntou calmamente.

O meu brigadeiro que parece tijolo.

- Eu amo que para sempre não existe, mas nós temos uma palavra pra isso do mesmo jeito. - Respondi depois de algum tempo pensando.

Eu tinha uma lista imensa de coisas que eu amava, mas parecia tudo muito inadequado perto dele.

Era como se quando eu estou com ele, eu não sou a mesma pessoa e tudo que eu conheço deixa de existir.

- Você quer saber o que eu amo? - Ele soltou como se estivesse esperando por aquele momento a vida toda.

Não, eu quero que você voe pra casa do caralho por ter me trazido nessa festa.

Algo brilhou nos olhos dele quando o seu sorriso se abriu e eu semicerrei os olhos estranhando aquele comportamento nele.

- Não. - Inclinei a cabeça levemente para o lado e o Theo riu. - Parece que o seu humor sofisticado quebrou, você tá rindo das minhas piadas. - Sorri orgulhosa.

- Eu amo o sentimento de me apaixonar. - Ele contou sorrindo. - Principalmente quando a outra pessoa está apaixonada por você também.

Aquela, com certeza, não era a resposta que eu esperava receber do Theo.

Por alguns breves segundos, eu apenas pensei naquilo.

- Eu acho a ideia de me apaixonar e de ter alguém apaixonado por mim completamente diferentes. - Comentei.

- E de que jeito seria isso? - Ele perguntou quase genuinamente.

- Se você se apaixonar por alguém e quebrar a cara, a culpa vai ser inteiramente sua, mas quando você tem alguém apaixonado por você, você é responsável pelo coração dela e se ele quebrar, você é o culpado. - Expliquei.

O olhar do Theo estava sobre mim durante o tempo todo que eu falava.

- Paixão é um jogo que eu não tenho vontade de jogar. - Admiti.

- Me pergunte o que eu estou pensando. - O Theo pediu e eu encarei ele confusa.

- O que você está pensando, Theo? - Perguntei do mesmo jeito.

Por favor, não me diga que você também está pensando no Hulk de calcinha.

- Que você deveria se apaixonar. - Ele respondeu de uma maneira arrastada, fazendo a sua voz soar um pouco mais grossa que o normal.

- O que você diria pra pessoa que você está apaixonado mas nunca diria de verdade por ser extremamente vergonhoso? - Mudei de assunto cruzando as minhas pernas no pequeno espaço do armário.

- Eu sou péssimo com palavras. - Ele confessou e eu ri negando com a cabeça.

- Nós dois sabemos que isso não é verdade. - Inclinei a cabeça para o lado penetrando o meu olhar no dele. - Você é cruel com as palavras.

O IntercâmbioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora