"Dance comigo"

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Brianna detestava mentiras, mesmo que convivesse com muitas todos os dias. E mesmo sendo contraditório, aprendeu que a mentira se tornaria uma forma de proteção. Proteção essa, que levava Brianna a mentir tão bem, que ela até mesmo se convencia que estava tudo bem. Sempre era mais fácil dessa maneira.

Mesmo que mentir ouve-se se tornado algo natural e Brianna fosse uma incrível "mentirosa", o corpo dela tremia de medo e nervosismo enquanto Dumbledore, lia com atenção o pergaminho escrito por Geórgia Parkinson.

— Não sabia que vocês eram amigas... — Dumbledore disse sem tirar os olhos da carta.

— Desde o terceiro ano diretor...— Foi Pansy quem respondeu rapidamente.

Pansy, havia convencido Brianna que seria melhor que ela estivesse presente, assim ficaria mais fácil para que o diretor acreditasse que Brooks e ela eram amigas. Segundo a morena não foi nada difícil para que a mãe mandasse a carta, provavelmente ela teria usado um dos elfos domésticos para fazer todo o serviço e mal sabia qual era o assunto tão urgente que sua filha descreverá na carta enviada.

Enquanto assistia Dumbledore ler com atenção a carta, Brianna sentia que estava fazendo a maior besteira de toda sua vida. Afinal, ela estava tentando enganar um dos maiores bruxos da história, como aquilo poderia dar certo?

— Mandarei está carta para o ministério, mas é muita bondade de sua família acolher a senhorita Brooks. — O estômago de Brianna se contorcia a cada frase.

— Então, eu não irei para o orfanato? Certo?

Dumbledore dobrou a carta e com um estralo ela desapareceu de sua mão.

— Já que você e Pansy são grandes amigas, acredito que ficar com a família Parkinson seja a melhor opção neste momento.

— Obrigada. — Brianna sorriu, suspirando aliviada.

Com um breve aceno de cabeça Pansy deixou a sala, Brianna estava logo atrás, prestes a fazer o mesmo quando ouviu seu nome ser chamado.

— Brianna. — Dumbledore se aproximou da corvina, com um pingente em suas mãos. — Não sei o que planeja fazer, mas sei que não pretende realmente morar com a família Parkinson.

— Diretor...eu.... — Brianna estava trêmula, sua mentira não havia sido tão boa como imaginava.

— Mandarei a carta para o ministério, não se preocupe. — O diretor continuou. — Sei que você tem um plano e lhe darei um voto de confiança, mas se algo acontecer...

— Não irá. — Brianna indagou rapidamente, não poderia nem pensar na ideia de ser mandada para um orfanato.

Brianna e seu pai eram uma família, mas no momento em que ele se foi, o significado de família foi violentamente arrancado de sua. Como poderia ela, querer se encaixar em outro lugar, como poderia querer ter algo que lhe foi tirado por duas vezes.

— Cuide-se, Brianna. — O diretor disse com pesar na voz.

(...)

Pudim brincava com um pedacinho de papel caído ao chão, enquanto Brianna estava estudando em sua mesa. Mas nada tirava de sua cabeça as plantas de Dumbledore.

"Cuide-se, Brianna."

Durante todos aqueles anos, Brianna não precisava se preocupar em esquentar o leite nas manhãs geladas de inverno, por que seu pai fazia isso. Ela não precisava se preocupar em limpar os joelhos ralados depois de cair de sua vassoura enquanto brincava no quintal, seu pai estava lá. Ela não precisava ter medo dos duendes do banco, pois seu pai estava lá para segurar sua mão.

I lie for two - Mattheo Riddle Onde as histórias ganham vida. Descobre agora